Humanidades

O compartilhamento de conhecimento ta¡cito éo aspecto mais importante da orientação, constata estudo
O aspecto mais importante do ensino, pensou Einstein, não étransmitir fatos, mas transmitir conhecimento ta¡cito que os alunos desenvolvera£o pelo resto de suas vidas.
Por Northwestern University - 08/06/2020

Doma­nio paºblico

Quando se trata de educação e orientação, os pesquisadores da Northwestern University acreditam que Albert Einstein teve a ideia certa. O aspecto mais importante do ensino, pensou Einstein, não étransmitir fatos, mas transmitir conhecimento ta¡cito que os alunos desenvolvera£o pelo resto de suas vidas.

Em uma das maiores investigações já multidisciplinares sobre desempenho de mentores e mentorados, os pesquisadores da Kellogg School of Management descobriram que os mentores mais impactantes são aqueles que ensinam os alunos a pensar de forma independente e a comunicar efetivamente seus pontos de vista aºnicos.

"A comunicação de conhecimento codificado érelativamente simples", disse o autor correspondente Brian Uzzi. "Esta¡ escrito em livros e apresentações. Mas éo conhecimento não-escrito que transmitimos intuitivamente atravanãs de nossas interações e demonstrações com os alunos que faz uma diferença real para os alunos".

Os pesquisadores observam que o aprendizado remoto, que estãose tornando mais comum durante a pandemia do COVID-19, pode não ser um meio tão eficaz de transferir esse conhecimento ta¡cito, que pode ter efeitos a longo prazo.

"A interação face a face éessencial. Quando ensinamos, transmitimos conhecimento ta¡cito que nem percebemos que temos", disse Uzzi, Richard L. Thomas, professor de liderana§a da Kellogg School of Management da Northwestern. -diretor do Instituto Noroeste de Sistemas Complexos. "Se limitarmos o canal presencial pelo qual o conhecimento ta¡cito écomunicado, potencialmente diminuiremos o ritmo do aprendizado e das descobertas cienta­ficas , e isso afetara¡ a todos nós".

Quando os mentores se destacam na transferaªncia de conhecimento ta¡cito, seus protegidos alcana§am um sucesso duas a quatro vezes maior do que os estudantes de mentores igualmente talentosos, que transmitem conhecimento regulamentado, mas não conhecimento ta¡cito, descobriram os pesquisadores. O sucesso do protegido foi determinado pelo fato de ganharem um praªmio cienta­fico pra³prio durante sua carreira, foram eleitos para a Academia Nacional de Ciências ou estavam entre os 25% principais das citações de sua área.

Os protegidos de maior sucesso também foram mais propensos a abrir caminho seus pra³prios tópicos de pesquisa, em vez de seguir o caminho de pesquisa de seus mentores. Essa descoberta contradiz a crena§a popular de que os protegidos mais bem-sucedidos sera£o aqueles que continuara£o o trabalho já bem-sucedido de seus mentores.
 
O estudo, "Mentoria e sucesso do protegido na ciaªncia", publica a semana de 8 de junho no PNAS . O estudo estãoentre os primeiros a analisar o desempenho objetivo dos protegidos ao longo de uma carreira, a partir de conjuntos de dados geneala³gicos que acompanham as relações entre mentores e estudantes.

Pesquisas anteriores sobre o ta³pico de orientação foram realizadas em grande parte por meio de auto-relato, muitas vezes muitos anos após os alunos se formarem. Isso o sujeita a erros de memória e preconceitos pessoais, dizem os pesquisadores.

Os pesquisadores estudaram dados geneala³gicos de 40.000 cientistas que publicaram 1,2 milha£o de artigos em biomedicina, química, matemática ou física entre 1960 e 2017. Eles também usaram o banco de dados ProQuest Dissertations and Theses, um registro oficial de relações entre orientador / aluno e doutorado. e complementou-o com dados adicionais de AcademicTree.org e do Projeto de Genealogia de Matema¡tica para garantir que eles correspondessem corretamente aos relacionamentos mentor / mentorado.

Para explicar o fato de que os mentores mais bem-sucedidos naturalmente atraem estudantes mais talentosos, os pesquisadores agruparam mentores com registros e reputação semelhantes, com base em fatores como recursos institucionais, produtividade, número de alunos, citações e outras medidas das habilidades de um mentor, e compararam os desempenho dos alunos dentro do mesmo grupo de mentores. No entanto, um mentor em cada grupo de colegas tinha um talento oculto para identificar os principais problemas e produzir soluções convincentes que os outros mentores não tinham. Esses mentores foram vencedores cienta­ficos futuros.

Para avaliar o sucesso do protegido, os pesquisadores consideraram apenas os alunos que estudaram sob um mentor antes desse mentor ganharem seu praªmio cienta­fico para controlar o vianãs de seleção e o efeito de halo que um mentor premiado lana§a sobre seus alunos.

Depois de controlar as diferenças nas habilidades de orientação e no talento dos mentorados, os pesquisadores descobriram que os protegidos mais bem-sucedidos estudavam sob mentores, que demonstravam uma habilidade única em conceber e publicar pesquisas canãlebres e que exibiam pensamentos independentes ao se afastarem das linhas de pesquisa de seus mentores.

 

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