Uma listagem em Perigo visa conscientizar sobre ameaa§as a esses sites e incentivar o investimento em medidas de mitigaa§a£o, como protea§a£o extra.
Domanio paºblico
Um estudo publicado hoje revelou que os governos nacionais resistiram repetidamente a colocação de 41 locais do Patrima´nio Mundial da UNESCO - incluindo a Grande Barreira de Corais - na lista de Patrima´nio Mundial em Perigo. Essa resistência ocorre apesar dos sites serem tão ameaa§ados ou mais ameaa§ados do que aqueles que já estãona lista de Perigos.
O estudo foi co-escrito por uma equipe de cientistas da Austra¡lia, Reino Unido e EUA.
Os locais do Patrima´nio Mundial representam o patrima´nio natural e cultural da humanidade global. Sua proteção estãodentro da jurisdição de cadapaís. Uma listagem em Perigo visa conscientizar sobre ameaa§as a esses sites e incentivar o investimento em medidas de mitigação, como proteção extra.
A principal autora, a professora Tiffany Morrison, do Centro de Excelaªncia ARC para Estudos de Recifes de Coral da James Cook University (Coral CoE da JCU), diz que os governos nacionais responsa¡veis ​​por esses sites do Patrima´nio Mundial usam estratanãgias políticas de reta³rica e resistência para evitar uma lista de Patrima´nio Mundial em Perigo.
"Evitar uma lista em Perigo acontece atravanãs do cumprimento parcial e exercendo pressão diploma¡tica sobrepaíses que são membros do Comitaª do Patrima´nio Mundial", disse Morrison.
Ela diz que as listagens do Patrima´nio Mundial em Perigo estãocada vez mais politizadas. No entanto, atéagora, pouco se sabia sobre o que essa politização implicava e o que fazer a respeito.
O estudo constatou o número laquido de listagens de perigo em plata´ desde o ano 2000. Ao mesmo tempo, estratanãgias políticas de baixa visibilidade - como lobby industrial e trade-offs polaticos associados a s listagens - intensificaram-se.
"Nossos resultados também desafiam a suposição de que a ma¡ governana§a são acontece em economias menos tecnologicamente avana§adas. Ospaíses ricos também costumam ter uma ma¡ governana§a", disse Morrison.
"Mostramos que a influaªncia de indaºstrias poderosas no bloqueio da governana§a ambiental épredominante em muitas regiaµes e sistemas".
A Grande Barreira de Corais, sob a custa³dia do governo australiano, éapenas um dos locais ameaa§ados que continua a escapar da lista de Patrima´nio Mundial em Perigo.
O professor Terry Hughes, também do Coral CoE da JCU, diz que não hádaºvida de que os recifes de coral estãoem perigo devido a smudanças climáticas provocadas pelo homem.
"O estudo não faz nenhuma recomendação sobre quais locais do Patrima´nio Mundial devem ser formalmente reconhecidos como em Danger, mas ressalta que praticamente todos os locais são cada vez mais impactados pelasmudanças climáticas antropogaªnicas", disse Hughes.
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"A Grande Barreira de Corais foi severamente afetada por três eventos de branqueamento de corais nos últimos cinco anos, provocados por temperaturas recordes", disse ele.
As listagens de Patrima´nio Mundial em Perigo são desaprovadas por indaºstrias de recursos naturais de alto valor, como mineração, silvicultura e turismo ambiental. O professor Morrison diz que as listagens em Danger restringem a licena§a social das indaºstrias de combustaveis fa³sseis para operar.
"As coalizaµes da indaºstria, portanto, frequentemente pressionam governos,países da UNESCO e do Comitaª do Patrima´nio Mundial", afirmou.
"Eles afirmam que uma lista no Perigo diminui a reputação internacional de seupaís e restringe o investimento estrangeiro, a produtividade nacional e o emprego local. Alguns também desafiam o pra³prio sistema do Patrima´nio Mundial e minam os relatórios de cientistas, organizações não-governamentais e a madia".
Esses esforços de lobby aumentam o senso de ameaça polatica do governo, vinculando as listagens ao desempenho econa´mico nacional, bem como a s reputações individuais de polaticos e burocratas seniores.
"Ao mesmo tempo, a UNESCO estãociente dessa dina¢mica e preocupada com ameaa§as a sua própria reputação", disse Morrison.
"Polaticos e burocratas costumam trabalhar para ocultar essas dina¢micas, resultando em ma¡ governana§a e degradação ambiental contanua".
O professor Morrison diz que revelar e analisar essas dina¢micas éum passo mais pra³ximo de modera¡-las.
O estudo fornece novas evidaªncias de como as interações, de 1972 a 2019, entre a UNESCO e 102 governos nacionais, moldaram a governana§a ambiental e os resultados de 238 ecossistemas do Patrima´nio Mundial. Tambanãm fornece exemplos de como as partes interessadas podem e estãoexperimentando estratanãgias de compensação que aproveitam essas políticas.
"Dado o investimento global em governana§a ambiental nos últimos 50 anos, éessencial enfrentar as ameaa§as ocultas a boa governana§a e proteger todos os ecossistemas", conclui o estudo.