Humanidades

Abrir escolas - e mantaª-las abertas - deve ser priorizado pelo governo, diz relatório
Manter as escolas abertas a partir de setembro deve ser uma prioridade do governo, pois gerencia a pandemia de COVID-19, enquanto os fechamentos podem ter graves efeitos sociais e econa´micos que perduram por décadas, de acordo com relatório.
Por Oxford - 24/07/2020


Uma criana§a escreve em sua pasta de trabalho em uma sala de aula da escola.
Crédito: Martin Vorel

"As criana§as de fama­lias de baixa renda, em particular, tem maior probabilidade de não ter os recursos - Espaço, equipamento, apoio domiciliar - para se envolverem plenamente com a educação a  distância"

Anna Vignoles

O relatório, Equilibrando os riscos de retorno dos alunos a  escola , destaca o impacto potencial nos 13 anos de grupos de estudantes afetados pelo bloqueio. Estima-se que, sem ação, a partir de meados da década de 2030 e pelos 50 anos seguintes, cerca de um quarto de toda a força de trabalho tera¡ habilidades mais baixas.

Isso poderia reduzir seu potencial de ganho em 3% ao ano e, consequentemente, diminuir a taxa geral de crescimento econa´mico. As consequaªncias econa´micas de longo prazo a  parte, o impacto negativo imediato na saúde mental e física das criana§as, bem como em sua segurança, sera£o considera¡veis.

O relatório foi produzido pelo grupo multidisciplinar de Avaliação de Dados e Aprendizagem para Epidemias Virais ( DELVE ) da Royal Society . Os autores principais são a professora Anna Vignoles, da Universidade de Cambridge, e o professor Simon Burgess, da Universidade de Bristol.

Sua avaliação analisa as dificuldades de equilibrar os custos significativos para alunos e pais de fechamento de escolas e a necessidade de minimizar os riscos da infecção por COVID-19 para criana§as, professores e a comunidade em geral.

Conclui que o risco de infecção pelo reini­cio das escolas não éalto, em relação a muitas outras atividades, embora os autores reconhea§am que as evidaªncias sobre isso ainda são limitadas. A experiência da maioria dos outrospaíses que já deram esse passo apa³ia essa visão, dizem os autores, e, por outro lado, as evidaªncias do impacto negativo do fechamento de escolas são considera¡veis ​​e robustas.

O relatório também observa que, quando as taxas de infecção aumentam em alguns locais, as escolas podem precisar fechar, mas essas decisaµes devem ser determinadas por critanãrios objetivos e tomadas escola por escola ou área local.

O relatório solicita ao governo que:

Suprima o va­rus na comunidade em geral, como prioridade, para reduzir o risco de transmissão nas escolas uma vez em plena capacidade e para minimizar futuras interrupções no aprendizado.

Tenha critanãrios objetivos e transparentes para a tomada de decisão local sobre o fechamento e a reabertura de escolas, com liderana§a clara para esse processo de tomada de decisão.

Fornea§a orientação realista e recursos extras substanciais para garantir que as escolas possam minimizar as cadeias de transmissão (orientação dos pais sobre quando manter seu filho em casa, aplicando o princa­pio da precaução; higiene rigorosa; distanciamento fa­sico e mistura reduzida; professores extras; EPI - incluindo coberturas faciais para criana§as) professores, criana§as mais velhas e pessoas com problemas de saúde subjacentes; gerenciamento de salas de equipe; testes regulares e priorização de vacinas para professores).

Implemente uma vigila¢ncia eficaz, com um sistema de teste-rastreamento-isolado que permita uma resposta rápida a surtos e que permita que as escolas sejam reabertas rapidamente, caso precisem fechar.

Estabelecer comunicação eficaz, clara e unificada com os lideres, professores e pais, para gerenciar a abertura e o fechamento das escolas em resposta a s condições locais.

O relatório também explora o impacto na desigualdade. Anna Vignoles, professora de Educação da Faculdade de Educação e membro do Jesus College da Universidade de Cambridge, disse: “O fechamento das escolas impactou todas as criana§as, mas os piores efeitos sera£o sentidos por aqueles de grupos socioecona´micos mais baixos e com outros vulnerabilidades, como uma condição de saúde mental pré-existente. As criana§as de fama­lias de baixa renda, em particular, tem maior probabilidade de não ter os recursos - Espaço, equipamento, apoio domiciliar - para se envolver totalmente com a educação a  distância. Aqueles com condições pré-existentes tem maior probabilidade de piorar sua saúde mental. Isso deve ser levado em consideração na forma como saa­mos dessa pandemia. ”

Simon Burgess, professor de economia da Universidade de Bristol, disse: “Sabemos como éprejudicial para as criana§as perderem a escola. A quantidade de escolas perdidas devido a  pandemia pode impactar seu potencial de ganhos em cerca de 3% ao ano ao longo de suas vidas e impactar a produtividade no Reino Unido por décadas. Embora ainda seja cedo, hápoucas evidaªncias de aumentos nas taxas de infecção empaíses que abriram escolas, incluindopaíses onde foram totalmente reabertos. Embora tenhamos que fazer tudo o que pudermos para reduzir o risco de transmissão, precisamos levar nossos filhos de volta a  escola. ”

Um dos desafios destacados no relatório éa falta de dados. Ele exige que um sistema, incluindo estudos de vigila¢ncia, seja implementado para aumentar a compreensão dos riscos e fornecer aos tomadores de decisão os dados locais e oportunos necessa¡rios para monitorar as taxas de infecção nas vizinhana§as e nas escolas e responder de acordo. Ha¡ também um chamado para um programa de avaliação ana´nima do desempenho educacional e da saúde mental dos alunos em todas as faixas eta¡rias em uma amostra de escolas em meados de setembro, para avaliar a extensão e a natureza da perda de aprendizagem e o impacto no bem-estar dos alunos.

 

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