Humanidades

Construindo um amanha£ melhor do que ontem?
Reconstruir melhor após o COVID-19 éexatamente isso - melhor. Melhor para as populaa§aµes. Melhor para as economias. Melhor para o mundo. Um amanha£ melhor que ontem.
Por Sarah Whitebloom - 13/03/2021


Crédito: Shutterstock. Reconstruir melhor após o COVID-19 éexatamente isso - melhor. Melhor para as populações. Melhor para as economias. Melhor para o mundo. Um amanha£ melhor que ontem.

Reconstruir melhor após o COVID-19 éexatamente isso - melhor. Melhor para as populações. Melhor para as economias. Melhor para o mundo. Um amanha£ melhor que ontem.

Deve ser difa­cil argumentar contra isso, qualquer que seja sua convicção pola­tica. Ninguanãm quer seriamente que as coisas piorem. E ainda háum caminho a percorrer, para persuadir alguns grupos de que 'melhor' émais do que o PIB.

"Ninguanãm quer seriamente que as coisas piorem. E ainda háum caminho a percorrer, para persuadir alguns grupos de que 'melhor' émais do que o PIB".


Brian O'Callaghan , o pesquisador-chefe do Projeto de Recuperação Econa´mica da Universidade de Oxford , estãoacostumado a fazer exatamente isso. No ano passado, desde que a pandemia chegou a  Europa, Brian e seus colegas tem monitorado os gastos dos governos em recuperação, por meio do Observatório de Recuperação Global de Oxford , apoiado pelo PNUD, bem como pelo FMI, UNEP e GIZ por meio do Green Fiscal Rede de políticas.

Brian e seu supervisor acadaªmico, Professor Cameron Hepburn, estabeleceram o Observatório em mara§o do ano passado, com o objetivo de entender se a recuperação econa´mica levaria a um futuro melhor. Isso significava verificar se as políticas aprovadas por governos em todo o mundo atendiam a s necessidades sociais e econa´micas, mas também se eram direcionadas a um futuro "verde" ou sustenta¡vel, no qual os compromissos clima¡ticos fossem cumpridos ... ou não.

No meio da destruição de 2020, nem sempre foi uma 'venda' fa¡cil. (Oficialmente, apenas 18% dos gastos de recuperação internacional são atualmente 'verdes' - e apenas 2,5% dos gastos totais).

Mas, diz Brian [acima a  esquerda com Cameron Hepburn a  direita], um pesquisador de economia, uma recuperação verde realmente significa "melhor" - em todos os sentidos. Em um importante relatório  na quarta-feira [10 de mara§o], escrito com Em Murdock de Harvard e publicado com o PNUMA, eles expuseram as descobertas do Observatório e apresentam um argumento poderoso para os benefa­cios finais dos gastos de recuperação sustenta¡vel.

"Brian O'Callaghan e o professor Cameron Hepburn estabeleceram o Observatório em mara§o do ano passado para entender se a recuperação econa´mica levaria a um futuro melhor"


A mensagem claramente já estãochegando. Desde meados do ano passado, um fluxo constante de administrações e formuladores de políticas de todo o mundo tem batido seu caminho proverbial atéa porta virtual da equipe de Oxford para obter conselhos sobre como elaborar planos de recuperação eficazes.

Em 2020, muitos pedidos vieram de nações avana§adas. Mas, em 2021, o conselho estãosendo esmagadoramente procurado pelospaíses em desenvolvimento, que reconhecem os benefa­cios econa´micos reais dos gastos verdes - e não estãoapenas reconstruindo, mas construindo pela primeira vez.  

'Muito simplesmente, vocêpode obter um maior retorno do seu investimento com gastos verdes', diz Brian, o engenheiro australiano que se tornou economista. 'Isso éparticularmente verdadeiro no mundo em desenvolvimento. Por exemplo, o investimento em energia renova¡vel pode levar eletricidade a pessoas que nunca a tiveram antes. '

"Muito simplesmente, vocêpode obter um maior retorno do seu investimento com gastos verdes ... Isso éparticularmente verdadeiro no mundo em desenvolvimento. Por exemplo, o investimento em energia renova¡vel pode levar eletricidade a pessoas que nunca a tiveram antes"

Brian O'Callaghan

a‰ o tipo de linguagem que governos de todas as convicções querem ouvir - novos empregos, construção de indaºstrias futuras e maximização da prosperidade futura. Se isso também salvar o mundo, tanto melhor.

Brian insiste que este não éum dilema do tipo 'ou ou', não hácontradição em ser pra³-empregos, pra³-meios de subsistaªncia e pra³-meio ambiente.

Junto com o relatório, quarta-feira viu o lana§amento do Observatório de Recuperação Global , um projeto conjunto entre a universidade, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Fundo Moneta¡rio Internacional e a Agência Alema£ para Cooperação Internacional. Vai continuar e estender o trabalho iniciado, e que continua, em Oxford.

'a‰ o tipo de linguagem que governos de todas as convicções querem ouvir - novos empregos, construção de indaºstrias futuras e maximização da prosperidade futura. Se isso salvar o mundo também, tanto melhor'


Adequando-se aos tempos, o primeiro envolvimento de Brian com o projeto veio por meio de uma reunia£o da Zoom. Em meados de mara§o de 2020, o supervisor de doutorado de Brian, Professor Cameron Hepburn, queria discutir uma nova ideia urgente. Brian tinha vindo para Oxford como bolsista Rhodes para estudar finana§as de energia renova¡vel. Mas, dada a situação internacional, a conversa voltou-se para o bloqueio iminente e o prova¡vel impacto na economia.

“Parecia inevita¡vel que o Reino Unido entrasse em um bloqueio fechado”, diz Brian. “E para nós, o primeiro pensamento foi que a economia estaria em apuros.

"Este não éum dilema do tipo 'um ou outro', não hácontradição em ser pra³-empregos, pra³-meios de subsistaªncia e pra³-meio ambiente"


Naquela anãpoca, não se imaginava que um ano depois, o mundo ainda estaria se recuperando do impacto econa´mico da pandemia ou que o impacto seria tão grande. Mas a dupla sabia que mesmo a paralisação econa´mica de alguns meses teria consequaªncias importantes. De acordo com Brian, 'era a³bvio que a economia sairia do bloqueio em frangalhos e precisara­amos de um esfora§o concentrado para a recuperação econa´mica'.

E então, pensaram os acadaªmicos, como pode ser uma recuperação? Como isso poderia impactar o progresso do clima? Que tal investimento em energia verde e compromissos com a sustentabilidade? Poderia haver uma oportunidade para gastos “verdes” tanto para ajudar na recuperação quanto para progredir nas metas climáticas?

"O professor Cameron Hepburn decidiu em um projeto para pesquisar economistas importantes em todo o mundo ... um projeto foi lana§ado para convocar cerca de 230 outros economistas lideres globais, incluindo lideres do banco central e do ministanãrio das finana§as, para delinear suas ideias sobre a crise - foi para se tornar um trabalho seminal"


O professor Hepburn decidiu fazer um projeto para pesquisar economistas importantes em todo o mundo. Reunindo uma equipe de oito assistentes, foi lana§ado um projeto para convocar cerca de 230 outros economistas lideres globais, incluindo lideres do banco central e do ministanãrio das finana§as, para delinear suas idanãias sobre a crise. Como parte do projeto, Brian O'Callaghan e sua equipe começam a lana§ar o Observatório de Oxford, para rastrear e entender os gastos do COVID-19.

Evitando cuidadosamente qualquer influaªncia sobre as respostas dos economistas, o objetivo era descobrir quais opções de pola­tica poderiam trazer altos retornos econa´micos e ser boas para o meio ambiente. Em maio, o artigo de Cameron e Brian foi publicado em parceria com o ganhador do Nobel Joseph Stiglitz e os professores Nick Stern e Dimitri Zenghelis do Reino Unido - estava para se tornar um trabalho seminal.

Mas o trabalho não parou por aa­. O Observatório de Oxford continuou monitorando os gastos do governo com a recuperação - e a equipe do Projeto de Recuperação Econa´mica tornou-se assessora de governos em todo o mundo.

Conforme mencionado acima, atualmente os gastos “verdes” respondem por apenas 18% dos gastos de recuperação - e a maior parte disso vem de algunspaíses desenvolvidos. As nações em desenvolvimento desejam fazer o mesmo. O principal obsta¡culo são as altas taxas de juros que teriam de pagar para financiar os gastos de recuperação. Brian O'Callaghan afirma: 'As nações em desenvolvimento não tem o mesmo acesso ao capital'.

Ele diz: 'Estamos lana§ando um grande apelo a  ação [no relatório] para as economias avana§adas ... para apoiar os investimentos nospaíses em desenvolvimento ... ou a crise pode ser adiada em 10 anos, o progresso que foi feito para aliviar pobreza nessas nações. '

"Estamos no caminho para uma recuperação verde? Ainda não. Mas talvez em breve"


 O relatório destaca dois pontos principais:

'Uma recuperação verde ... pode matar dois coelhos com uma cajadada são ... vocêtem um maior estrondo de seu dinheiro. Os governos devem gastar uma proporção maior de fundos de recuperação aqui. '
E, 'As economias avana§adas devem considerar um financiamento concessional generoso para ospaíses em desenvolvimento [para que possam tomar empréstimos a taxas de juros baixas ou zero] - que poderiam apoiar tanto o desenvolvimento quanto a ação climática'.

Agora, em combinação com a ONU, o Observatório continuara¡ a crescer, monitorando e avaliando os gastos dospaíses ao redor do mundo. Pode ajudar ospaíses a aprender com as experiências de outros, a ver o que funciona, o que traz emprego, indústria e prosperidade - bem como o que apa³ia os compromissos clima¡ticos.

 Mais gastos de recuperação verde vira£o, de acordo com Brian. Ele enfatiza o 'ainda' no tí­tulo do relatório: Estamos no caminho para uma recuperação verde? Ainda não. Mas talvez em breve.

 

.
.

Leia mais a seguir