Humanidades

Estudo inanãdito analisa reinvindicações cienta­ficas sobre Covid-19 nas redes sociais
Reivindicaçaµes cienta­ficas sobre Covid-19 no Twitter observou também que dentre os dez links que permaneceram por mais tempo na pa¡gina inicial das redes, apenas no cluster negacionista são identificadas URLs controversas.
Por FGV - 08/08/2021


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Links com reivindicação cienta­fica em grupo defensor do tratamento precoce tem tempo de vida manãdio 1,5 vez maior que nos demais grupos nas redes sociais, revela estudo inanãdito da Diretoria de Ana¡lise de Pola­ticas Paºblicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP). O tempo de vida dos links em circulação sobre o assunto éde 100 horas em três dos quatro grupos identificados pela pesquisa. A exceção ocorre, justamente, no cluster negacionista, quando a duração sobe para 250 horas.

O estudo (Pseudo) ciência e esfera pública: reivindicações cienta­ficas sobre Covid-19 no Twitter observou também que dentre os dez links que permaneceram por mais tempo na pa¡gina inicial das redes, apenas no cluster negacionista são identificadas URLs controversas. Sa£o sites ana´nimos e alvos recorrentes de verificação de fatos e invalidados pela comunidade cienta­fica. A URL lider em tempo de vida, por exemplo, foi um desses alvos de checagem de agaªncias brasileiras sobre o tratamento precoce para a Covid-19 e circulou durante 159 dias, ou seja, mais de cinco meses, no Twitter.



Além disso, o grupo defensor do tratamento precoce, em lila¡s, éo mais isolado dentre os identificados. Em 44% dos links, 90% dos compartilhamentos ocorreram dentro do pra³prio cluster, o que mostra que essas URLs saem pouco do grupo, que, apesar de apresentar maior parte das interações do debate, engloba apenas 21,5% dos perfis. Na discussão sobre a Covid-19, no Twitter, o tratamento precoce foi o assunto que mais instrumentalizou o discurso cienta­fico, em maio e junho de 2021.



No grupo Lila¡s, mostrado no gra¡fico, hápredoma­nio da presença de sites hiperpartidarizados que se apresentam como ma­dias conservadoras oscomo as URLs revistaoeste.com e tercalivre.com.br. Neste sentido, o conjunto mobiliza também links que evocam vozes de autoridades estrangeiras para dar credibilidade e um efeito de “cientificidade” ao tratamento precoce.  Esse cluster, ao longo da pandemia, publicou textos e reportagens em apoio ao governo federal e reivindica participação ma­nima do Estado.

Outro grupo que também chama atenção pela presença de sites partidarizados éo Azul-claro que reaºne canais noticiosos de esquerda, cuja identificação émarcada pelos ideais progressistas e defensores da democracia - destaque para diariodocentrodomundo.com.br e www.brasil247.com.

Foram analisadas publicações do Twitter que reivindicam o status cienta­fico para trazer argumentos de autoridade a mensagens sobre a Covid-19, incluindo adesão ou cra­tica a medidas protetivas, aplicação ou não de vacinas e grau de periculosidade do va­rus, entre outros. Os 3,3 milhões de posts que compõem o corpus da pesquisa foram publicados entre janeiro e maio de 2021.

A pesquisa foi desenvolvida pela FGV DAPP no a¢mbito do projeto Democracia Digital, com apoio da Embaixada da Alemanha em Brasa­lia. Com duração até2022, o projeto conta com a experiência em pesquisa aplicada de redes sociais e da expertise de análise do debate paºblico da FGV DAPP.

 

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