Humanidades

Estudo: as divisaµes políticas se aprofundaram globalmente
As divisaµes políticas são mais profundas do que em qualquer momento nos últimos 50 anos, de acordo com um novo estudo conduzido pela Universidade de St Andrews.
Por University of St Andrews - 08/12/2021


Pixabay

As divisaµes políticas são mais profundas do que em qualquer momento nos últimos 50 anos, de acordo com um novo estudo conduzido pela Universidade de St Andrews.

Movimentos populistas, como o movimento Brexit no Reino Unido e a campanha Trump apoiada por cidada£os comuns, que rompem as normas estabelecidas e agem contra as instituições democra¡ticas, com o tempo tornam - se associados a  identidade pola­tica, levando a um maior antagonismo entre partidos pola­ticos opostos , concluiu a pesquisa.

O artigo, publicado na PNAS , descobriu que as questões sociais subjacentes a esses movimentos, como o racismo nos Estados Unidos, podem ser enfrentadas reduzindo a desigualdade social combinada com uma frente unida nas mensagens de todos os movimentos pola­ticos para remover essas divisaµes cada vez mais profundas.

O Dr. Alexander Stewart, da Escola de Matema¡tica e Estata­stica da Universidade de St Andrews, que liderou o estudo, disse: "Sabemos que as pessoas estãose tornando politicamente mais polarizadas com o tempo, por exemplo nos Estados Unidos, mas não sei exatamente por que a identidade pola­tica estãose tornando tão importante.

“Tentamos entender isso desenvolvendo um modelo tea³rico dos jogos para a evolução cultural da identidade partida¡ria e comparando-o com os dados.

“Descobrimos que, se houver animosidade ou conflito entre outros tipos de grupo de identidade, como grupos raciais diferentes, as pessoas tendera£o a mudar suas identidades políticas com o tempo para se equiparar a sua identidade racial, levando a  polarização pola­tica.

“Isso acontece porque reduz o conflito dentro de uma das partes. Fatores como a desigualdade, que levam a uma maior animosidade entre os grupos de identidade, podem desencadear esse processo”.

A pesquisa - uma colaboração interdisciplinar entre as Universidades de St Andrews, Princeton e Pensilva¢nia - usou modelos matema¡ticos e computacionais para estudar como as atitudes e identidades políticas mudaram ao longo do tempo em resposta a  crescente desigualdade.

As descobertas podem ser extrapoladas para fornecer uma visão sobre a ascensão de vários partidos pola­ticos populistas ou movimentos que se representam como "contra" a elite, como Trump nos EUA, Modi na andia, Le Pen na Frana§a, Bolsonaro no Brasil e o movimento Brexit no Reino Unido.

O Dr. Stewart acrescentou: "Descobrimos nos Estados Unidos, por exemplo, que a polarização racial expressa pelos eleitores diminuiu enquanto a polarização pola­tica entre republicanos e democratas aumentou e os partidos pola­ticos se tornaram cada vez mais classificados segundo as linhas raciais. Isso sugere que o antagonismo entre grupos raciais mudou para se tornar associado a identidades políticas ao longo do tempo. "

Quando a equipe examinou se a redução da desigualdade por meio da redistribuição de riqueza poderia reduzir a polarização, eles conclua­ram que isso poderia definir o cena¡rio para ações que poderiam reduzir a polarização, mas não seriam suficientes para inverter a polarização por conta própria.

Dr. Stewart disse: "Para reverter a polarização, vocêdeve primeiro remover as condições que ajudaram a cria¡-la (ou seja, reduzir a desigualdade) e, em seguida, envolver-se em 'esforços coordenados' para mudar atitudes, por exemplo, sinalizando por elites políticas na forma de cooperação bipartida¡ria ou aprimorada reta³rica sobre o 'outro lado'. "

 

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