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Ligação entre inflamação e lentida£o mental demonstrada em novo estudo
Cientistas da Universidade de Birmingham, em colaboraça£o com a Universidade de Amsterda£, descobriram uma possí­vel explicaça£o para a lentida£o mental que geralmente acompanha as doena§as.
Por Beck Lockwood, - 20/11/2019

Estima-se que os 12 milhões de cidada£os brita¢nicos tem uma condição médica crônica, e muitos deles relatam fadiga mental grave que eles caracterizam como 'lentida£o' ou 'nanãvoa cerebral'. Essa condição éfrequentemente tão debilitante quanto a própria doena§a.



Uma equipe do Centro de Saúde do Canãrebro Humano da Universidade investigou a ligação entre esse nevoeiro mental e a inflamação - a resposta do corpo a  doena§a. Em um estudo publicado na Neuroimage , eles mostram que a inflamação parece ter um impacto negativo especa­fico na prontida£o do cérebro para alcana§ar e manter um estado de alerta.

Ali Mazaheri e a professora Jane Raymond , do Centro de Saúde do Canãrebro Humano da Universidade, são os principais autores do estudo. Dr. Mazaheri diz: “Os cientistas hámuito suspeitam de uma ligação entre inflamação e cognição, mas émuito difa­cil deixar claro a causa e o efeito. Por exemplo, pessoas que vivem com uma condição médica ou muito acima do peso podem se queixar de comprometimento cognitivo, mas édifa­cil dizer se isso se deve a  inflamação associada a essas condições ou se existem outros motivos. ”

"Nossa pesquisa identificou um processo crítico especa­fico dentro do cérebro que éclaramente afetado quando a inflamação estãopresente."

O estudo concentrou-se especificamente em uma área do cérebro responsável pela atenção visual. Um grupo de 20 jovens voluntários do sexo masculino participou e recebeu uma vacina contra a febre tifa³ide contra salmonela que causa inflamação tempora¡ria, mas tem poucos outros efeitos colaterais. Eles foram testados para respostas cognitivas a imagens simples em uma tela de computador algumas horas após a injeção, para que sua capacidade de controlar a atenção pudesse ser medida. A atividade cerebral foi medida enquanto eles realizavam os testes de atenção.


Em um dia diferente, antes ou depois, eles receberam uma injeção de água(um placebo) e fizeram os mesmos testes de atenção. Em cada dia de teste, eles desconheciam qual injeção haviam recebido. Seu estado de inflamação foi medido analisando o sangue coletado a cada dia.

Os testes utilizados no estudo avaliaram três processos de atenção separados, cada um envolvendo partes distintas do cérebro. Esses processos são: "alerta", que envolve alcana§ar e manter um estado de alerta; “Orientação” que envolve a seleção e priorização de informações sensoriais aºteis; e "controle executivo" usado para resolver no que prestar atenção quando as informações disponí­veis estãoem conflito.

Os resultados mostraram que a inflamação afetou especificamente a atividade cerebral relacionada a  permanaªncia em alerta, enquanto os outros processos de atenção pareciam não afetados pela inflamação. 

"Esses resultados mostram claramente que háuma parte muito especa­fica da rede cerebral afetada pela inflamação", diz o Dr. Mazaheri. "Isso pode explicar 'nanãvoa cerebral'."

O professor Raymond diz: "Este resultado da pesquisa éum grande passo a  frente no entendimento dos va­nculos entre saúde física, cognitiva e mental e nos diz que mesmo as doenças mais leves podem reduzir o estado de alerta".

A Dra. Leonie Balter, a primeira autora do estudo, conclua­da como parte de seu doutorado, concluiu: “Obter uma melhor compreensão das relações entre inflamação e função cerebral nos ajudara¡ a investigar outras maneiras de tratar algumas dessas condições. Por exemplo, pesquisas adicionais podem mostrar que pacientes com condições associadas a  inflamação crônica, como obesidade, doença renal ou Alzheimer, podem se beneficiar do uso de medicamentos anti-inflamata³rios para ajudar a preservar ou melhorar a função cognitiva. ”

"Além disso,mudanças sutis na função cerebral podem ser usadas como uma deterioração cognitiva precoce dos marcadores em pacientes com doenças inflamata³rias".


O pra³ximo passo para a equipe serátestar os efeitos da inflamação em outras áreas da função cerebral, como a memória.

 

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