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O que faz com que uma era do gelo termine?
Uma pesquisa da Universidade de Melbourne revelou que as eras glaciais dos últimos milhões de anos terminaram quando o a¢ngulo de inclinação do eixo da Terra se aproximava de valores mais altos.
Por Lito Vilison - 13/03/2020


Galeria delle Stalattiti, Corchia Cave. Crédito: Linda Tegg

Uma pesquisa da Universidade de Melbourne revelou que as eras glaciais dos últimos milhões de anos terminaram quando o a¢ngulo de inclinação do eixo da Terra se aproximava de valores mais altos.

Durante esses tempos, veraµes mais longos e mais fortes derreteram as grandes camadas de gelo do Hemisfanãrio Norte, levando o clima da Terra a um estado "interglacial" quente, como o que experimentamos nos últimos 11.000 anos.

O estudo do Ph.D. A candidata, Petra Bajo, e colegas também mostraram que os na­veis de energia do vera£o no momento em que essas 'terminações da era do gelo' eram acionadas controlavam quanto tempo levava para o manto de gelo entrar em colapso, com na­veis mais altos de energia produzindo um colapso rápido.

Os pesquisadores ainda estãotentando entender com que frequência esses períodos acontecem e em quanto tempo podemos esperar outro.

Desde meados do século XIX, os cientistas suspeitam hámuito tempo que asmudanças na geometria da a³rbita da Terra são responsa¡veis ​​pela chegada e partida das eras glaciais - a incerteza sobre a propriedade orbital émais importante.

O artigo de Petra Bajo, "Influaªncia persistente da obliquidade nas terminações da era do gelo desde a transição para o Pleistoceno Manãdio", publicado hoje na Science , aproxima-se da resolução de alguns dos mistanãrios de por que as eras glaciais terminam estabelecendo quando terminam.

A equipe combinou dados de estalagmites italianos com informações de sedimentos oceânicos perfurados na costa de Portugal.

"Colegas da Universidade de Cambridge e do Instituto Portuguaªs do Mar e da Atmosfera de Portugal compilaram registros detalhados da resposta do Atla¢ntico Norte ao colapso do gelo ", disse o professor associado Russell Drysdale, da equipe de pesquisa.

"Podera­amos identificar nas camadas de crescimento de estalagmites as mesmasmudanças que estavam sendo registradas nos sedimentos oceânicos. Isso nos permitiu aplicar as informações de idade da estalagmite ao registro de sedimentos oceânicos, que não podem ser datadas para esse período ".

Usando as mais recentes técnicas de datação radiomanãtrica , a equipe internacional determinou a idade de duas terminações que ocorreram cerca de 960.000 e 875.000 anos atrás. As eras sugerem que o ini­cio de ambas as terminações émais consistente com o aumento do a¢ngulo de inclinação da Terra. Esses aumentos produzem veraµes mais quentes nas regiaµes onde estãolocalizadas as camadas de gelo do Hemisfanãrio Norte, causando derretimento.

Perfurando um núcleo do espeleotema subaqua¡tico, Corchia Cave.
Crédito: Adriano Roncioni, Gruppo Speleologico Lucchese

"Ambas as terminações progrediram atéo momento em que a energia de vera£o do Hemisfanãrio Norte sobre as camadas de gelo se aproximava dos valores ma¡ximos", disse o Dr. Drysdale. "Uma comparação dessas descobertas com dados publicados anteriormente de terminações mais jovens mostra que esse padrãotem sido uma caracterí­stica recorrente dos últimos milhões de anos".

A equipe planeja dar uma olhada mais próxima na Transição do Pleistoceno Manãdio, quando a duração média dos ciclos da era do gelo repentinamente dobrou.

 

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