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Coronava­rus SARS-CoV-2 tem origem natural: afirma estudo
Um novo coronava­rus que causa a doença de COVID-19 e os coronava­rus relacionados, não encontraram evidaªncias de que o va­rus tenha sido produzido em laboratório ou manipulado de outra forma.
Por News Staff - 19/03/2020

Uma análise dos genomas do SARS-CoV-2, um novo coronava­rus que causa a doença de COVID-19 e os coronava­rus relacionados, não encontraram evidaªncias de que o va­rus tenha sido produzido em laboratório ou manipulado de outra forma.

Micrografia eletra´nica de transmissão departículas do va­rus SARS-CoV-2,
isoladas de um paciente.  Crédito da imagem: NIAID.

Desde os primeiros relatos de uma nova pneumonia COVID-19 em Wuhan, prova­ncia de Hubei, China, houve uma discussão considera¡vel sobre a origem do va­rus causador, SARS-CoV-2.

Tambanãm conhecido como 2019-nCoV, o SARS-CoV-2 éo sanãtimo coronava­rus conhecido por infectar seres humanos.

SARS-CoV-1, MERS-CoV e SARS-CoV-2 podem causar doenças graves, enquanto HKU1, NL63, OC43 e 229E estãoassociados a sintomas leves.

Logo após o ini­cio da epidemia, os cientistas chineses sequenciaram o genoma do SARS-CoV-2 e disponibilizaram os dados para pesquisadores de todo o mundo.

A Dra. Kristian Andersen, do Departamento de Imunologia e Microbiologia do Scripps Research Institute e colegas, usaram esses dados de seqa¼enciamento para explorar as origens e a evolução do SARS-CoV-2, concentrando-se em vários recursos reveladores do va­rus.

"Ao comparar os dados disponí­veis da sequaªncia do genoma para cepas conhecidas de coronava­rus, podemos determinar firmemente que o SARS-CoV-2 se originou atravanãs de processos naturais", disse Andersen.

Os pesquisadores analisaram o modelo genanãtico para protea­nas spike, armaduras do lado de fora do va­rus que ele usa para agarrar e penetrar nas paredes externas das células humanas e animais.

Mais especificamente, eles se concentraram em duas caracteri­sticas importantes da protea­na spike: o doma­nio de ligação ao receptor (RBD), um tipo de gancho que aperta as células hospedeiras e o local da clivagem, um abridor de latas molecular que permite que o va­rus se abra e insira células hospedeiras.

Eles descobriram que a porção RBD das protea­nas do pico de SARS-CoV-2 havia evolua­do para atingir efetivamente um recurso molecular no exterior das células humanas chamado ACE2, um receptor envolvido na regulação da pressão arterial.

A protea­na spike SARS-CoV-2 foi tão eficaz na ligação a s células humanas, de fato, que os cientistas conclua­ram que era o resultado da seleção natural e não o produto da engenharia genanãtica.

Esta evidência para a evolução natural foi apoiada por dados sobre a estrutura molecular do SARS-CoV-2.

Se alguém estivesse tentando projetar um novo coronava­rus como pata³geno, ele o teria construa­do a partir da espinha dorsal de um va­rus conhecido por causar doena§as.

Mas os cientistas descobriram que o backbone SARS-CoV-2 diferia substancialmente dos já conhecidos coronava­rus e se assemelhava principalmente a va­rus relacionados encontrados em morcegos e pangolins.

"Essas duas caracteri­sticas do va­rus, as mutações na porção RBD da protea­na spike e sua espinha dorsal distinta, descartam a manipulação de laboratório como uma origem potencial para o SARS-CoV-2", disse Andersen.

Com base em sua análise de seqa¼enciamento gena´mico, a equipe concluiu que as origens mais prova¡veis ​​para o SARS-CoV-2 seguiram um dos dois cenários possa­veis.

Em um cena¡rio, o va­rus evoluiu para seu estado patogaªnico atual por meio da seleção natural em um hospedeiro não humano e depois pulou para os seres humanos.

Foi assim que surgiram os surtos anteriores de coronava­rus, com humanos contraindo o va­rus após exposição direta a civetas (SARS) e camelos (MERS).

Os pesquisadores propuseram os morcegos como o reservata³rio mais prova¡vel para o SARS-CoV-2, pois émuito semelhante a um coronava­rus de morcego.

Nãohácasos documentados de transmissão direta de morcego-humano, no entanto, sugerindo que um host intermediário provavelmente esteja envolvido entre morcegos e humanos.

Nesse cena¡rio, as duas caracteri­sticas distintas da protea­na spike do SARS-CoV-2 - a porção RBD que se liga a s células e o local de clivagem que abre o va­rus - teriam evolua­do para seu estado atual antes da entrada nos seres humanos.

Nesse caso, a epidemia atual provavelmente teria emergido rapidamente assim que os humanos fossem infectados, pois o va­rus já teria desenvolvido as caracteri­sticas que o tornam patogaªnico e capaz de se espalhar entre as pessoas.

No outro cena¡rio proposto, uma versão não patogaªnica do va­rus saltou de um hospedeiro animal para o homem e depois evoluiu para seu estado patogaªnico atual na população humana.

Por exemplo, alguns coronava­rus de pangolins, mama­feros semelhantes ao tatu encontrados na asia e na áfrica, tem uma estrutura RBD muito semelhante a  do SARS-CoV-2.

Um coronava­rus de um pangolim poderia possivelmente ter sido transmitido a um ser humano, diretamente ou atravanãs de um host intermediário, como civetas ou furaµes.

Então, a outra caracterí­stica distinta da protea­na de pico do SARS-CoV-2, o local de clivagem, poderia ter evolua­do dentro de um hospedeiro humano, possivelmente atravanãs de circulação não detectada limitada na população humana antes do ini­cio da epidemia.

Os autores do estudo descobriram que o local de clivagem SARS-CoV-2 parece semelhante aos locais de clivagem de cepas de gripe avia¡ria que demonstraram transmitir facilmente entre as pessoas.

O SARS-CoV-2 poderia ter desenvolvido um local de clivagem tão virulento nas células humanas e logo desencadearia a epidemia atual, pois o coronava­rus possivelmente se tornaria muito mais capaz de se espalhar entre as pessoas.

"a‰ difa­cil, senão impossí­vel, saber neste momento qual dos cenários émais prova¡vel", disse o co-autor Dr. Andrew Rambaut, pesquisador do Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade de Edimburgo.

“Se o SARS-CoV-2 entra em humanos em sua forma patogaªnica atual a partir de uma fonte animal, aumenta a probabilidade de futuros surtos, já que a cepa do va­rus causadora de doenças ainda pode estar circulando na população animal e pode saltar novamente em humanos. "

"As chances são menores de que um coronava­rus não patogaªnico entre na população humana e depois desenvolva propriedades semelhantes ao SARS-CoV-2".

O estudo foi publicado na revista Nature Medicine.

 

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