Um novo estudo liderado por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Oxford e Guangdong descreve a epidemiologia e a composição genanãtica do surto de COVID-19 na regia£o mais populosa da China e mostra como testes e rastreamentos precoces e intensivos ajudaram a interromper a transmissão local do va­rus.

O estudo combina o sequenciamento do genoma e a epidemiologia para revelar três fases do surto na prova­ncia de Guangdong, China, em janeiro e fevereiro deste ano: a introdução de novos casos em Guangdong de outras prova­ncias chinesas, a ascensão e queda da transmissão local dentro de Guangdong, e finalmente, a importação de novos casos para Guangdong de viajantes internacionais. A epidemia em Guangdong foi a segunda maior na China, exceto em Hubei, onde Wuhan estãolocalizado.

Em Guangdong, uma regia£o de 100 milhões de pessoas, os testes foram mobilizados rapidamente. Atéo dia 19 de mara§o um total de 1,6 milhões de testes para COVID-19 tinha identificado 1.388 casos positivos. A vigila¢ncia aprimorada iniciada no final de janeiro teve como objetivo monitorar todos os viajantes que retornam de Hubei e outras prova­ncias que sofreram surtos, seus contatos pra³ximos e todos os pacientes hospitalizados nas cla­nicas, mesmo que não apresentassem sintomas e nenhuma exposição conhecida a indivíduos infectados.

Analisando genomas gerados a partir de indivíduos infectados, os pesquisadores estabelecem que o surto em Guangdong não foi causado por uma grande cadeia de transmissão, mas houve centenas de apresentações independentes de fora da prova­ncia. As cadeias de infecção transmitidas localmente são mostradas por suas informações genanãticas limitadas em tamanho e duração. Os pesquisadores dizem que isso ilustra que a triagem e as intervenções implementadas em Guangdong foram eficazes para interromper a transmissão local do va­rus.

O estudo também mostra que o genoma do SARS-CoV-2 (o va­rus que causa o COVID-19) pode ser rapidamente sequenciado e analisado em tempo quase real. Devido a  velocidade e natureza deste surto, foram utilizadas diferentes abordagens experimentais. Bons resultados foram obtidos usando o dispositivo de sequenciamento MinION porta¡til (desenvolvido pela Oxford Nanopore Technologies) e um protocolo de sequenciamento desenvolvido pela ARTIC Network .

Os autores estãoconfiantes de que essa abordagem para estudar a epidemia de COVID-19 na China pode ser ampliada e aplicada a outros surtos de COVID-19 em todo o mundo.

O autor saªnior, Professor Oliver Pybus, do Departamento de Zoologia e da Oxford Martin School, e outros autores, agora são membros-chave do COVID-19 Genomics UK Consortium . Este consãorcio já sequenciou mais de 3000 genomas do Reino Unido e os analisou para rastrear a transmissão e entender como o va­rus estãoevoluindo.

O professor Oliver Pybus diz: 'Já sabemos que as alterações no genoma do COVID-19 se acumulam mais lentamente do que em outros va­rus, como a gripe. Isso significa que o va­rus COVID-19 estãose movendo e transmitindo mais rapidamente do que sofre mutação. Portanto, écrucial analisar o genoma do va­rus em combinação com informações epidemiola³gicas detalhadas, o que alcana§amos neste estudo ''. A partir de agora, esses dados gena´micos não sera£o apenas utilizados para entender como o va­rus estãose espalhando entre os locais, mas também sera£o usado para rastrear várias variações genanãticas de va­rus, conhecimento essencial para pesquisadores que trabalham com vacinas e medicamentos antivirais.

O Dr. Jing Lu, da Instituição Provincial de Saúde Paºblica de Guangdong, Centro de Controle de Doena§as de Guangdong, diz: 'Para obter as melhores e mais poderosas idanãias, precisamos combinar informações do genoma do va­rus com epidemiologia e outros dados. Nosso trabalho na prova­ncia de Guangdong mostra que altos na­veis de testes muito precoces, juntamente com rastreamento ativo de casos e isolamento rigoroso, podem controlar um surto. '