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O big data revela que estamos ficando sem tempo para salvar o meio ambiente e a nosmesmos
O uso de big data pode ajudar os cientistas a mapear não apenas a degradaa§a£o do meio ambiente, mas também pode fazer parte da solua§a£o para alcana§ar a sustentabilidade, de acordo com um novo artigo de comenta¡rio.
Por University of Melbourne - 25/04/2020


O Dia da Terra deste ano não foi apenas sobre o decla­nio do meio ambiente -
foi também sobre a ameaça de uma pandemia. Crédito: Global Forest Watch

O documento, "Oportunidades para big data em conservação e sustentabilidade", publicado hoje na Nature Communications , disse que o aumento da velocidade da computação e o armazenamento de dados aumentaram o volume de big data nos últimos 40 anos, mas o planeta ainda estãoenfrentando um sanãrio decla­nio.

A autora principal, Rebecca Runting, da Escola de Geografia da Universidade de Melbourne, diz que, embora atualmente tenhamos uma capacidade sem precedentes de gerar, armazenar, acessar e analisar dados sobre o meio ambiente, esses avanços tecnola³gicos não ajudara£o o mundo a menos que levem a  ação.

"A análise de big data deve estar intimamente ligada a  pola­tica e ao gerenciamento ambiental", disse Runting. "Por exemplo, muitas grandes empresas já possuem capacidade metodola³gica, técnica e computacional para desenvolver soluções, por isso éfundamental que novos desenvolvimentos e recursos sejam compartilhados oportunamente com o governo, e no espa­rito de 'dados abertos'".

Os comentaristas observaram que 2,3 milhões de km 2 de floresta foram perdidos entre 2000 e 2012 e que ecossistemas marinhos e costeiros dina¢micos revelaram decla­nios semelhantes. Uma análise de mais de 700.000 imagens de satanãlite mostra que a Terra perdeu mais de 20.000 km 2 de planos de marédesde 1984.

"Aluz da pandemia do COVID-19, atualmente estamos vendo governos tomando decisaµes rápidas (de saúde) com base em análises de dados bastante sofisticadas", disse Runting. "Pode haver oportunidades para aprender com isso e obter um acoplamento igualmente apertado de análise e tomada de decisão no setor ambiental".

O co-autor do professor James Watson, da Universidade de Queensland, disse que, com plataformas como o Google Earth Engine e a capacidade dos satanãlites de rastrear e enviar informações rapidamente aos computadores, o big data foi capaz de identificar os riscos a  saúde ambiental globalmente.

"O que a revolução do big data nos ajudou a entender éque o ambiente geralmente estãopior do que pensa¡vamos. Quanto mais mapeamos e analisamos, mais encontramos o estado do ambiente, embora as camadas de gelo da Anta¡rtica, zonas aºmidas ou florestas , éterra­vel. O big data nos diz que o tempo estãoacabando ", disse o professor Watson.

"A boa nota­cia éque a revolução do big data pode nos ajudar a entender melhor os riscos. Por exemplo, podemos usar os dados para entender melhor onde a degradação futura do ecossistema ocorrera¡ e onde eles interagem com o comanãrcio da vida selvagem, para mapear o risco de pandemia".

Dr. Runting disse que o big data tem sido fundamental na quantificação de tendaªncias espaciais e temporais alarmantes na Terra. Por exemplo, um sistema automatizado de rastreamento e monitoramento de embarcações estãosendo usado para prever atividades de pesca ilegal em tempo real.

"Isso permitiu que os governos investigassem rapidamente determinados navios que podem estar realizando atividades de pesca ilegal dentro de sua jurisdição, inclusive nas a¡guas australianas", disse ela. Da mesma forma, o Estudo Estadual de Arborização e arvores de Queensland usa imagens de satanãlite para monitorar a limpeza de vegetação lenhosa, incluindo a detecção de limpeza ilegal.

O professor Watson citou um exemplo semelhante. "O monitoramento global das florestas foi uma mudança radical no monitoramento do estado das florestas mundiais em tempo quase real. Isso pode ajudar a identificar atividades ilegais e a aplicação ativa informada da conservação florestal em todo o mundo", disse o professor Watson.

O documento também observoumudanças ambientais positivas devido a  intervenção humana, como o esverdeamento observado em grandes extensaµes na China, impulsionado por políticas nacionais de larga escala, incluindo conservação de florestas e pagamentos por restauração.

 

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