Mundo

Pandemia causou queda de emissaµes sem precedentes, conclui estudo
Enquanto os governos ordenavam bloqueios para tentar esmagar a primeira onda de Covid-19, as emissaµes de CO2 dos transportes, energia e aviaa§a£o despencaram, disse a equipe internacional de pesquisadores.
Por Patrick Galey - 14/00/0020


O estudo descobriu que as emissaµes do setor de energia caa­ram 22 por cento durante os primeiros seis meses de 2020

Restrições pandaªmicas viram uma queda sem precedentes nas emissaµes de gases de efeito estufa no primeiro semestre de 2020 - maior do que durante a crise financeira de 2008 e atémesmo a Segunda Guerra Mundial - especialistas disseram nesta quarta-feira (14).

Enquanto os governos ordenavam bloqueios para tentar esmagar a primeira onda de Covid-19, as emissaµes de CO2 dos transportes, energia e aviação despencaram, disse a equipe internacional de pesquisadores.

Usando dados que incluem a produção hora¡ria de eletricidade, o tra¡fego de vea­culos de mais de 400 cidades em todo o mundo, voos dia¡rios de passageiros e números mensais de produção e consumo, eles determinaram que a queda anual de 8,8% nas emissaµes foi a maior da história moderna.

Eles sugeriram alguns passos fundamentais que poderiam ser dados para "estabilizar o clima global ", enquanto ospaíses procuram se recuperar do choque econa´mico da pandemia.

Eles observaram, no entanto, que as emissaµes voltaram aos na­veis usuais em julho de 2020, quando a maioria das nações abrandou as medidas de bloqueio.

Zhu Liu, do Departamento de Ciência do Sistema Terrestre da Universidade Tsinghua, em Pequim, disse que o estudo foi o mais preciso já realizado sobre o efeito da pandemia nas emissaµes.

"Conseguimos obter uma visão geral muito mais rápida e precisa, incluindo cronogramas que mostram como as reduções de emissaµes corresponderam a s medidas de bloqueio em cadapaís", disse Zhu, principal autor do estudo publicado na Nature Communications .

A equipe descobriu que as emissaµes de CO2 do transporte diminua­ram 40% no primeiro semestre de 2020, e a produção de energia e as emissaµes da indústria caa­ram 22% e 17%, respectivamente.

Com mais pessoas trabalhando em casa, o estudo mostrou uma queda talvez surpreendente de 3% nas emissaµes residenciais - algo que os pesquisadores atribua­ram a um inverno anormalmente quente levando a um menor consumo de aquecimento.

Em abril, quando as restrições ao movimento e aos locais de trabalho estavam no auge, as emissaµes totais caa­ram surpreendentes 16,9 por cento em comparação com o mesmo maªs de 2019.

"No geral, os vários surtos resultaram em quedas de emissaµes que são vemos em curto prazo em feriados como o Natal ou o Festival da Primavera chinaªs", disse Zhu.

'Revisão completa' necessa¡ria

Um plano internacional para limitar o aquecimento global delineado no acordo clima¡tico de Paris de 2015 visa limitar os aumentos de temperatura bem abaixo de dois graus Celsius em comparação com os na­veis pré-industriais.

O acordo prevaª um limite mais seguro de 1,5 grau de aquecimento - algo que as Nações Unidas afirmam que levaria uma redução anual de 7,7% nas emissaµes nesta década.

Os autores do estudo de quarta-feira concordaram com os redatores de pesquisas semelhantes lascadas em agosto, afirmando que a queda nas emissaµes de 2020 dificilmente diminuira¡ a emergaªncia climática a longo prazo.

Eles disseram que nada menos que uma "revisão completa" da indústria e do comanãrcio manteria o controle do aquecimento global.

"Embora a queda de CO2 não tenha precedentes, a diminuição das atividades humanas não pode ser a resposta", disse o coautor Hans Joachim Schellnhuber, diretor fundador do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Clima¡tico.

"Precisamos demudanças estruturais e transformacionais em nossos sistemas de produção e consumo de energia."

 

.
.

Leia mais a seguir