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Canções de amor de mosquitos enviam mensagens contradita³rias sobre imunidade
Eles testaram a melanizaa§a£o humoral, uma resposta de defesa em que os insetos revestem um pata³geno ou parasita com melanina em seu intestino para isola¡-lo e prevenir a infeca§a£o.
Por Cornell University - 24/06/2021


Pixabay

Como as doenças transmitidas por mosquitos representam riscos para metade da população mundial, os cientistas tem liberado mosquitos machos estanãreis ou geneticamente modificados na tentativa de suprimir populações ou alterar suas caracteri­sticas para controlar doenças humanas.

Mas essas tecnologias falharam em se espalhar muito rapidamente porque exigem acasalamento bem-sucedido de mosquitos modificados com mosquitos na natureza e não existe pesquisa suficiente para explicar completamente quais caracteri­sticas masculinas as mulheres procuram quando escolhem um parceiro.

Agora, um novo estudo Cornell de mosquitos Aedes aegypti investiga como uma pista de acasalamento chamada "convergaªncia harma´nica" pode afetar a imunidade contra parasitas, bactanãrias e va­rus da dengue na prole , o que tem implicações importantes para as compensações que os mosquitos machos fazem entre o investimento de energia na imunidade ou investindo em caracteri­sticas que afetam o acasalamento e a aptida£o.

Pesquisas anteriores mostraram que, ao escolher um parceiro, a faªmea usara¡ a habilidade do macho de bater suas asas na mesma frequência que a dela como uma dica para a aptida£o e desejo do macho. Outros estudos também mostraram que os filhos machos de pares que convergem harmonicamente são mais capazes de alcana§ar a convergaªncia harma´nica por conta própria.

"Decidimos verificar se os sinais aos quais uma faªmea responde podem se correlacionar com os genes a jusante que um macho passa para a prole que poderia protegaª-los contra parasitas e patógenos", disse Courtney Murdock, professor associado do Departamento de Entomologia em a Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida e autor saªnior do artigo "Sexo, idade e comportamento de convergaªncia harma´nica dos pais afetam o desempenho imunológico da prole de Aedes aegypti ", publicado em 11 de junho na Nature Communications Biology .

Christine Reitmeyer, uma ex-pesquisadora de pa³s-doutorado no laboratório de Murdock que atualmente estãotrabalhando no Instituto Pirbright no Reino Unido, éa primeira autora do artigo.

Em seu estudo, os pesquisadores separaram pares convergentes harmonicamente e pares não convergentes de Aedes aegypti , que transmitem os va­rus dengue, febre amarela, chikungunya e Zika. Machos e faªmeas de cada grupo foram alojados juntos por atéquatro dias. Embora as faªmeas evitem acasalar com machos não convergentes na natureza, os machos atormentam a faªmea para acasalar sob essas condições.
 
Os pesquisadores examinaram um subconjunto de descendentes masculinos e femininos dos pares convergentes e não convergentes. Eles então investigaram os efeitos dos pares que resultaram da convergaªncia harma´nica em três tipos de imunidade da prole, bem como como esses efeitos foram alterados pelo sexo da prole, idade e esta¡gio da história de vida.

Eles testaram a melanização humoral, uma resposta de defesa em que os insetos revestem um pata³geno ou parasita com melanina em seu intestino para isola¡-lo e prevenir a infecção. Eles fizeram isso injetando uma minaºscula conta na barriga dos mosquitos e, em seguida, removendo a conta e avaliando se ela não era revestida, estava parcialmente revestida ou totalmente revestida.

Eles também injetaram nos mosquitos a bactanãria Escherichia coli com marcação fluorescente e testaram o quanto bem eles cresceram após 24 horas. E expuseram as faªmeas (já que os machos não se alimentam de sangue) ao va­rus da dengue e procuraram sua presença nos tecidos, principalmente nas gla¢ndulas salivares, de onde o va­rus étransmitido durante uma refeição de sangue.

No geral, os machos eram menos capazes de melanizar gra¢nulos e resistir a infecções bacterianas do que as faªmeas.

Além disso, os filhos machos de pais convergentes eram significativamente menos capazes de melanizar em comparação com os filhos machos não convergentes.

"Acho que isso ocorre porque os machos de pares convergentes tendem a investir mais energia no esfora§o de acasalamento e na capacidade de convergir harmonicamente do que na imunidade, pelo menos no que diz respeito a  melanização", disse Murdock.

Ao mesmo tempo, esses machos se defenderam da infecção bacteriana melhor do que seus pares não convergentes em taxas semelhantes a s das mulheres quando eram jovens, mas suas defesas caa­ram rapidamente a  medida que envelheciam.

Com relação a  dengue, as mulheres de pais convergentes mostraram maior imunidade no ini­cio da vida, que diminuiu e combinou com os filhos de pais não convergentes com a idade. Mas, no geral, a presença do va­rus encontrado na saliva foi tão baixa que os pesquisadores conclua­ram que mais estudos são necessa¡rios.

"O resultado final éque, se a convergaªncia tiver um efeito, afetara¡ a capacidade masculina no que diz respeito a  resposta imunola³gica", disse Murdock, "e então, a direção do efeito provavelmente dependera¡ do aspecto fisiola³gico custos associados a essa resposta imunola³gica. "

As descobertas também tem implicações para o controle do mosquito, disse Murdock. Se os machos modificados introduziram caracteri­sticas que os tornam indesejáveis ​​para os mosquitos faªmeas na natureza, essas abordagens para suprimir ou substituir as populações de mosquitos não sera£o sustenta¡veis ​​no campo ao longo do tempo, acrescentou ela.

 

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