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Pola­ticas econa´micas globais em direção a uma crise climática
Os cenários econa´micos orientados para o crescimento pressupaµem que as naa§aµes devem continuar a aumentar seu produto interno bruto (PIB), aumentando a produção de bens e servia§os, a fim de progredir econa´mica e socialmente.
Por Universidade Autônoma de Barcelona - 06/08/2021


Pixabay

A pesquisa internacional em modelos clima¡ticos globais envolvendo o Instituto de Ciência e Tecnologia Ambiental da Universitat Auta²noma de Barcelona (ICTA-UAB) mostra que as políticas econa´micas mundiais atuais correm o risco de afastar as nações das metas de emissão e aquecimento global.

O estudo, realizado por importantes acadaªmicos internacionais e publicado na Nature Energy , mostra que os atuais cenários econa´micos impulsionados pelo crescimento dependem fortemente do aumento do uso de energia no futuro e do uso de tecnologias de captura e armazenamento de carbono que ainda não foram testadas em um escala comercial.

O artigo pede, em vez disso, a diversificação desses modelos existentes e destaca a necessidade de considerar cenários alternativos de pa³s-crescimento a fim de cumprir as obrigações climáticas e de emissaµes estabelecidas pelo Acordo de Paris.

Os cenários econa´micos orientados para o crescimento pressupaµem que as nações devem continuar a aumentar seu produto interno bruto (PIB), aumentando a produção de bens e servia§os, a fim de progredir econa´mica e socialmente. Consequentemente, isso cria um aumento na demanda por energia e um aumento inevita¡vel nas emissaµes de carbono. Os autores afirmam que esses aumentos precisara£o ser compensados ​​se a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 ou 2 graus Celsius, em comparação com os na­veis pré-industriais, for alcana§ada.

Os cenários existentes de mitigação do clima contam com tecnologias não comprovadas e maior eficiência de nossas economias, mas não consideram a necessidade de transformações sociais e econa´micas. "Tomemos por exemplo a questãodas emissaµes negativas. A maioria dos cenários pressupaµe que éperfeitamente via¡vel transformar uma terra do tamanho da andia em uma plantação de bioenergia, embora ache impossí­vel supor que ospaíses ricos possam em algum momento parar de crescer suas economias, mesmo que o crescimento écomprovadamente um dos principais impulsionadores dos impactos ambientais ", afirma Giorgos Kallis, pesquisador do ICTA-UAB e coautor do estudo.

Outras estratanãgias - como captura e armazenamento direto de carbono no ar - consomem grandes quantidades de eletricidade, criando dificuldades na descarbonização do fornecimento de energia.

Novas pesquisas mostram que cenários alternativos precisam ser considerados para cumprir as metas existentes. Ha¡ agora um apelo crescente para que as nações de alta renda busquem, em vez disso, modelos econa´micos pa³s-crescimento, que retiram o foco no aumento do PIB e procuram priorizar as necessidades humanas e um padrãode vida melhorado.
 
Os pesquisadores explicam que as políticas pa³s-crescimento mantem uma economia esta¡vel e apoiam as necessidades sociais e sociais da população sem crescimento econa´mico. Por exemplo, a Espanha supera os EUA em alguns indicadores sociais importantes, como expectativa de vida, apesar de ter 55% menos PIB per capita.

Eles insistem na necessidade de intervenções políticas em áreas como transporte, indaºstria, agricultura, construção e planejamento urbano. "Isso inclui a extensão das garantias dos produtos, direitos de reparo, minimização do desperda­cio de alimentos, redução da dependaªncia de manãtodos agra­colas industriais, promoção da manutenção em novas construções e melhoria da eficiência energanãtica dos edifa­cios existentes", disse Jason Hickel, pesquisador da London School of Economics, que ingressara¡ no ICTA-UAB no pra³ximo ano letivo.

“No artigo, propomos uma abordagem alternativa para evitarmudanças climáticas perigosas que não dependa do sucesso de 'technofixes' dista³picas”, explica AljoÅ¡a SlamerÅ¡ak, pesquisadora do ICTA-UAB. Ele acrescenta que "o pa³s-crescimento exige que ospaíses ricos se afastem do crescimento econa´mico e se concentrem no abastecimento das necessidades humanas e do bem-estar, por exemplo, reduzindo a desigualdade, garantindo sala¡rios dignos, encurtando a semana de trabalho para manter o pleno emprego, e garantindo o acesso universal a  saúde pública, educação, transporte, energia, águae habitação a prea§os acessa­veis. "

Os investigadores consideram que os seus resultados são relevantes para o debate em curso sobre a justa contribuição da Espanha para o cumprimento dos objetivos dos Acordos de Paris. “O apoio aos planos de expansão do aeroporto de El Prat, a licitação para sediar as OlimpÍadas de Inverno de 2030 em Barcelona-Pirineus e as reações hostis ao apelo do Ministro do Consumo da Espanha para reduzir o consumo de carne revelam o perigoso grau de negação e ma¡ gestãoda emergaªncia climática por parte das autoridades catala£s e espanholas ", afirma SlamerÅ¡ak. Os pesquisadores também apontam que os incaªndios florestais em curso na Catalunha são apenas um aspecto da emergaªncia climática que estãoprestes a piorar a menos que enfrentemos a realidade inca´moda de que devemos transformar fundamentalmente nossa economia, nosso sistema de energia e nosso estilo de vida, para evitar perigos das Alterações Clima¡ticas.

 

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