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Espanãcies invasoras 'pegando carona' em navios ameaa§am ecossistemas da Anta¡rtida
A vida marinha pegando carona em navios de travessia ocea¢nica representa uma ameaça aos ecossistemas primitivos da Anta¡rtida, com o potencial de espanãcies invasoras ...
Por Jacqueline Garget - 23/01/2022


Cortesia

A vida marinha pegando carona em navios de travessia ocea¢nica representa uma ameaça aos ecossistemas intocados da Anta¡rtida, com o potencial de espanãcies invasoras chegarem de quase qualquer lugar do mundo, dizem os autores de um novo estudo.

Novas pesquisas da Universidade de Cambridge e do British Antarctic Survey trazram os movimentos globais de todos os navios que entram nas a¡guas anta¡rticas. Ele revela que a Anta¡rtida estãoconectada a todas as regiaµes do globo por meio de uma extensa rede de atividade de navios. Navios de pesca, turismo, pesquisa e abastecimento estãoexpondo a Anta¡rtica a espanãcies invasoras não nativas que ameaa§am a estabilidade de seu ambiente intocado.

O estudo foi publicado hoje na revista PNAS .

Os pesquisadores identificaram 1.581 portos com ligações a  Anta¡rtida e dizem que todos podem ser uma fonte potencial de espanãcies não nativas. As espanãcies - incluindo mexilhaµes, cracas, caranguejos e algas - se prendem aos cascos dos navios, em um processo denominado 'bioincrustação'. A descoberta sugere que eles podem chegar a s a¡guas anta¡rticas de quase qualquer lugar do mundo.

Rede global de tra¡fego porto a porto de todos os navios que visitaram
a Anta¡rtida de 2014 a 2018.

“As espanãcies invasoras não nativas são uma das maiores ameaa§as a  biodiversidade da Anta¡rtida. Suas espanãcies nativas foram isoladas nos últimos 15-30 milhões de anos",
disse o professor David Aldridge , do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, autor saªnior do relatório, acrescentando: "Eles também podem ter impactos econa´micos, por meio da interrupção da pesca".

Os cientistas dizem que estãoparticularmente preocupados com o movimento das espanãcies de polo a polo. Essas espanãcies já estãoadaptadas ao frio e podem fazer a viagem em navios tura­sticos ou de pesquisa que passam o vera£o no artico antes de atravessar o Atla¢ntico para a temporada de vera£o anta¡rtica.

“As espanãcies que crescem no casco de um navio são determinadas por onde ele esteve. Descobrimos que os barcos de pesca que operam nas a¡guas anta¡rticas visitam uma rede bastante restrita de portos, mas os navios tura­sticos e de abastecimento viajam pelo mundo”, disse Arlie McCarthy , pesquisadora do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge e do British Antarctic Survey, e primeiro autor do relatório.

Os navios de pesquisa permaneceram nos portos da Anta¡rtida por períodos mais longos do que os navios de turismo. Os navios de pesca e abastecimento permanecem por mais tempo, em média. Pesquisas anteriores mostraram que estadias mais longas aumentam a probabilidade de espanãcies não nativas serem introduzidas.

Devido a  sua localização remota e isolada, existem muitos grupos de espanãcies que a vida selvagem da Anta¡rtida não desenvolveu a capacidade de tolerar. Os mexilhaµes, por exemplo, podem crescer nos cascos dos navios e atualmente não tem concorrentes na Anta¡rtida caso sejam introduzidos acidentalmente. Os caranguejos de a¡guas rasas introduziriam uma nova forma de predação que os animais anta¡rticos nunca encontraram antes.

“Ficamos surpresos ao descobrir que a Anta¡rtida émuito mais conectada globalmente do que se pensava anteriormente.
Nossos resultados mostram que as medidas de biossegurança precisam ser implementadas em uma gama mais ampla de locais do que são atualmente”, disse.


disse McCarthy. Ela acrescentou: “Existem regulamentações ra­gidas para impedir que espanãcies não nativas entrem na Anta¡rtida, mas o sucesso delas depende de ter as informações para informar as decisaµes de gerenciamento. Esperamos que nossas descobertas melhorem a capacidade de detectar espanãcies invasoras antes que elas se tornem um problema”.

O estudo combinou dados verificados de escalas portua¡rias com observações brutas de satanãlite da atividade do navio ao sul de -60° de latitude, de 2014 a 2018. Verificou-se que os navios navegavam com mais frequência entre a Anta¡rtida e portos no sul da Amanãrica do Sul, norte da Europa e oeste do Oceano Paca­fico.

O Oceano Anta¡rtico ao redor da Anta¡rtida éo ambiente marinho mais isolado da Terra. Ele suporta uma mistura única de vida vegetal e animal e éa única regia£o marinha global sem nenhuma espanãcie invasora conhecida. O aumento da atividade de navios nesta regia£o estãoaumentando a ameaça de espanãcies não nativas serem introduzidas acidentalmente.

Grandes pescarias de krill nos oceanos do sul também podem ser interrompidas por espanãcies invasoras que chegam em navios. O krill éum componente importante da ração para peixes usada na indústria global de aquicultura, e o a³leo de krill éamplamente vendido como suplemento dietanãtico.

“As medidas de biossegurança para proteger a Anta¡rtida, como a limpeza de cascos de navios, estãoatualmente focadas em um pequeno grupo de 'portos de entrada' reconhecidos. Com essas novas descobertas, pedimos protocolos de biossegurança aprimorados e medidas de proteção ambiental para proteger as a¡guas anta¡rticas de espanãcies não nativas, principalmente porque as temperaturas dos oceanos continuam a aumentar devido a smudanças climáticas”, disse o professor Lloyd Peck , pesquisador do British Antarctic Survey. , que também participou do estudo.

 

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