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O aquecimento global estãoamplificando nosso ciclo da águaose estãoacontecendo muito mais rápido do que espera¡vamos
As descobertas mostram que entre duas e quatro vezes mais águadoce mudou do que os modelos clima¡ticos previam osnos dando insights sobre como o ciclo global da águaestãose amplificando como um todo.
Por Universidade de Nova Gales do Sul - 23/02/2022


Pixabay

O ciclo global da águaosou seja, o movimento constante de águadoce entre as nuvens, a terra e o oceano osdesempenha um papel importante em nossas vidas dia¡rias. Este delicado sistema transporta a águado oceano para a terra, ajudando a tornar o nosso ambiente habita¡vel e o solo fanãrtil.

Mas o aumento das temperaturas globais tem tornado esse sistema mais extremo: a águaestãose movendo de regiaµes secas para regiaµes aºmidas, causando secas em partes do globo, enquanto intensificam eventos de chuvas e inundações em outras. Em outras palavras, as áreas aºmidas estãoficando mais aºmidas e as áreas secas estãoficando mais secas.

Atéagora, asmudanças no ciclo eram difa­ceis de observar diretamente, com cerca de 80% da precipitação global e evaporação acontecendo sobre o oceano .

Mas um novo estudo liderado pela UNSW, publicado hoje na Nature , usou padraµes de mudança de sal no oceano para estimar a quantidade de águadoce do oceano que se moveu do equador para os polos desde 1970. As descobertas mostram que entre duas e quatro vezes mais águadoce mudou do que os modelos clima¡ticos previam osnos dando insights sobre como o ciclo global da águaestãose amplificando como um todo.

"Já saba­amos de trabalhos anteriores que o ciclo global da águaestava se intensificando", diz o principal autor do estudo, Dr. Taimoor Sohail, matema¡tico e pesquisador associado de pa³s-doutorado na UNSW Science. "Sa³ não saba­amos quanto.

"O movimento de águadoce de áreas quentes para frias forma a maior parte do transporte de a¡gua. Nossas descobertas mostram um quadro dasmudanças maiores que acontecem no ciclo global da a¡gua."

A equipe chegou a s suas conclusaµes analisando observações de três conjuntos de dados hista³ricos que cobrem o período 1970-2014.

Mas, em vez de se concentrar em observações diretas de chuva - que podem ser difa­ceis de medir em todo o oceano -, eles se concentraram em um aspecto mais incomum: quanto salgada era a águaem cada área ocea¢nica.

“Em regiaµes mais quentes, a evaporação remove a águadoce do oceano deixando o sal para trás, tornando o oceano mais salgado”, diz o coautor Jan Zika, professor associado da Escola de Matema¡tica e Estata­stica da UNSW.
 
"O ciclo da águaleva essa águadoce para regiaµes mais frias onde cai como chuva, diluindo o oceano e tornando-o menos salgado."

Em outras palavras, o ciclo da águadeixa uma assinatura no padrãode sal do oceano ose medindo esses padraµes, os pesquisadores podem rastrear como o ciclo muda ao longo do tempo.

A equipe estima que entre 1970 e 2014, um extra de 46.000-77.000 quila´metros caºbicos de águadoce foi transportado do equador para os polos do que o esperado osisso écerca de 18-30 centa­metros de águadoce de regiaµes tropicais e subtropicais, ou cerca de 123 vezes o águano porto de Sydney.

"Mudanças no ciclo da águapodem ter um impacto crítico na infraestrutura, agricultura e biodiversidade", diz o Dr. Sohail. "Portanto, éimportante entender como asmudanças climáticas estãoimpactando o ciclo da águaagora e no futuro.

“Essa descoberta nos da¡ uma ideia de quanto esse membro do ciclo da águaestãomudando e pode nos ajudar a melhorar os futuros modelos de mudança climática”.

Melhorando as projeções futuras

Quando o Dr. Sohail e a equipe compararam suas descobertas com 20 modelos clima¡ticos diferentes, eles descobriram que todos os modelos haviam subestimado a mudança real na transferaªncia de águadoce quente-fria.

Dr. Sohail diz que as descobertas podem significar que estamos subestimando os impactos dasmudanças climáticas nas chuvas.

"Descobertas como as nossas são como melhoramos esses modelos", diz Dr. Sohail.

"Cada nova geração de modelagem adapta modelos anteriores com dados reais, encontrando áreas que podemos melhorar em modelos futuros. Esta éuma evolução natural na modelagem climática."

Os cientistas estãoagora usando a sexta geração de modelagem climática (chamada Sixth Climate Model Intercomparison Project, ou 'CMIP6'), que incorporou atualizações da quinta geração.

Essa descoberta mais recente éuma demonstração do processo cienta­fico em funcionamento ose pode ajudar a melhorar as estimativas futuras.

"Estabelecer a mudança no transporte de águadoce quente para fria significa que podemos avana§ar e continuar a fazer essas importantes projeções sobre como a mudança climática provavelmente afetara¡ nosso ciclo global da água", diz o Dr. Sohail.

"Daqui a 10 ou 20 anos, os cientistas podem usar essa referaªncia para descobrir o quanto esses padraµes estãomudando ao longo do tempo."

 

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