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Novas e mais claras evidaªncias de que os humanos são uma força dominante que impulsiona a evolução
Novas pesquisas agora mostram que esses ambientes urbanos estãoalterando a forma como a vida evolui.
Por Universidade de Toronto - 17/03/2022


Uma colaboração global liderada pelos bia³logos evolutivos da Universidade de Toronto Mississauga examinou mais de 110.000 amostras de trevo branco de 160 locais em todo o mundo, mostrando que a planta estãoevoluindo em resposta direta a smudanças ambientais que ocorrem nas cidades. Crédito: Nick Iwanyshyn

Os seres humanos remodelam os ambientes onde vivem, com as cidades entre os ambientes mais profundamente transformados da Terra. Novas pesquisas agora mostram que esses ambientes urbanos estãoalterando a forma como a vida evolui.

Um estudo inovador liderado por bia³logos evolucionistas da U of T Mississauga (UTM) examina se a evolução paralela estãoocorrendo em cidades de todo o mundo. Em descobertas publicadas na revista Science , o Global Urban Evolution Project (GLUE) analisou dados coletados por 287 cientistas em 160 cidades em 26países, que amostraram a planta do trevo branco em suas cidades e áreas rurais próximas.

O que eles descobriram éa evidência mais clara de que os humanos em geral, e as cidades especificamente, são uma força dominante que impulsiona a evolução da vida globalmente. De Toronto a Ta³quio, de Melbourne a Munique, o trevo branco estãofrequentemente evoluindo em resposta direta a smudanças ambientais que ocorrem em ambientes urbanos.

"Sabemos hámuito tempo que mudamos as cidades de maneira bastante profunda e alteramos drasticamente o meio ambiente e os ecossistemas", diz o Ph.D em biologia da UTM. estudante e colider de estudos James Santangelo. "Mas acabamos de mostrar que isso acontece, muitas vezes de maneira semelhante, em escala global."

O estudo GLUE ilustra que as condições ambientais nas cidades tendem a ser mais semelhantes entre si do que com os habitats rurais pra³ximos. Nesse sentido, o centro de Toronto émais compara¡vel ao centro de Ta³quio em muitos aspectos do que a s terras agra­colas e florestas circundantes fora da cidade.

(Da esquerda) Os professores de biologia da Universidade de Toronto Mississauga, Rob Ness
e Marc Johnson, e o estudante de doutorado da UTM, James Santangelo, colaboraram com
mais de 280 pesquisadores em todo o mundo para coletar e analisar plantas de trevo em
cidades ao redor do mundo. O estudo forneceu a evidência mais clara atéagora de que
os humanos estãoafetando a evolução na Terra. Crédito: Nick Iwanyshyn

Os pesquisadores não apenas foram capazes de observar a adaptação global a s cidades, mas também identificaram a base genanãtica dessa adaptação e os fatores ambientais da evolução. O trevo branco produz cianeto de hidrogaªnio como mecanismo de defesa contra herba­voros e para aumentar sua tolera¢ncia ao estresse ha­drico, e o GLUE descobriu que o trevo que cresce nas cidades normalmente produz menos do que o trevo nas áreas rurais vizinhas devido a  repetida adaptação aos ambientes urbanos.
 
Sa£o asmudanças na presença de herba­voros e o estresse ha­drico nas cidades que estãolevando o trevo branco a se adaptar de maneira diferente de suas contrapartes rurais.

Essa descoberta vale para cidades em vários climas, e as implicações va£o muito além da humilde planta de trevo.

"Este estudo éum modelo para entender como os humanos mudam a evolução da vida ao nosso redor. As cidades são onde as pessoas vivem, e esta éa evidência mais convincente que temos de que estamos alterando a evolução da vida nelas. isso seráimportante para a sociedade", diz Rob Ness, professor assistente de biologia na UTM que coliderou o projeto com o professor Marc Johnson e seu Ph.D. estudante Santangelo.

GLUE examinou o trevo branco porque éum dos poucos organismos presentes em quase todas as cidades da Terra, fornecendo uma ferramenta para entender como os ambientes urbanos influenciam a evolução.

Agora que sabemos que os humanos estãoimpulsionando a evolução nas cidades de todo o planeta, essa informação pode ser usada para comea§ar a desenvolver estratanãgias para conservar melhor as espanãcies raras e permitir que elas se adaptem aos ambientes urbanos , diz Johnson. Tambanãm pode nos ajudar a entender melhor como evitar que pragas e doenças indesejadas se adaptem aos ambientes humanos.

Para a GLUE, esta publicação éapenas o começo. Usando as mesmas técnicas, os colaboradores coletaram mais de 110.000 amostras de trevo de 160 cidades e áreas rurais próximas e sequenciaram mais de 2.500 genomas de trevo. Ele criou um enorme conjunto de dados que seráestudado nos pra³ximos anos.

E essa colaboração global sem precedentes começou com um aºnico Tweet.

"Quase todos que pedimos para colaborar disseram sim - e isso foi nota¡vel, porque esta¡vamos pedindo a s pessoas que assumissem muito trabalho", diz Johnson, que coordenou os mais de 280 outros pesquisadores que participaram do estudo. "Nossos colaboradores reconheceram a importa¢ncia deste projeto. Nunca houve um estudo de campo da evolução dessa escala, ou um estudo global de como a urbanização influencia a evolução. Seria impossí­vel fazer isso sem nosso conjunto global de colaboradores."

Johnson também chama o projeto de modelo para a ciência inclusiva. A equipe foi dividida igualmente entre mulheres e homens e incluiu não apenas pesquisadores estabelecidos, mas também estudantes de todos os na­veis e de todos os continentes habitados do mundo.

 

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