Estudo de Yale pede tratamento medicamentoso que salva vidas para combater a epidemia de HIV na Ucra¢nia
As novas infeca§aµes anuais por HIV na Ucra¢nia - lar da Europa Oriental e a segunda maior epidemia de HIV na asia Central - aumentaram de 9.500 em 2010 para 12.000 em 2018, segundo o estudo.
(Ilustração de Michael S. Helfenbein)
Um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Yale descobriu que o aumento do uso de metadona e buprenorfina - medicamentos para o tratamento do transtorno do uso de opia³ides conhecido como terapias agonistas opia³ides (OATs) - pode reduzir bastante as taxas de transmissão do HIV e prevenir mortes na Ucra¢nia, onde a doença éepidaªmica entre pessoas que injetam drogas.
O estudo foi publicado no The Lancet .
As novas infecções anuais por HIV na Ucra¢nia - lar da Europa Oriental e a segunda maior epidemia de HIV na asia Central - aumentaram de 9.500 em 2010 para 12.000 em 2018, segundo o estudo. a‰ prova¡vel que novas infecções aumentem em aproximadamente 60.000 ao longo de 10 anos sem intervenções adicionais.
Os pesquisadores descobriram que tratar pelo menos 20% das pessoas com transtorno de uso de opia³ides que injetam drogas - o manimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde - poderia, por 10 anos, impedir mais de 10.000 novas infecções por HIV e quase 18.000 novas mortes.
Atualmente, apenas 2,7% das pessoas que injetam drogas na Ucra¢nia recebem OATs, apesar de sua eficácia comprovada.
" Os tratamentos com agonistas opia³ides são um dos tratamentos mais eficazes para o transtorno do uso de opia³ides e para a prevenção de infecções pelo HIV", disse a co-autora Lynn Madden, pa³s-doutorada em medicina interna e diretora de uma fundação focada em distúrbios de uso de substâncias e doenças mentais. "Além de tratar a dependaªncia de opia³ides, reduz substancialmente o uso de drogas e a frequência de injeção, reduz as taxas de transmissão do HIV e evita a morte, incluindo a morte por overdose", disse ela.
O autor saªnior Alexei Zelenev, cientista associado de Yale em medicina, disse que o sistema de saúde na Ucra¢nia precisa de modernização e que o teste de HIV precisa ser ampliado, pois apenas 56% da população com HIV estãocientes de seu status de infectados.
"A alta prevalaªncia de pessoas que injetam drogas, a criminalização de usuários de drogas, grandes redes de injeção e acesso suba³timo ao tratamento baseado em evidaªncias para o transtorno do uso de opia³ides contribuem para a transmissão contanua do HIV", disse ele.
Os pesquisadores obtiveram perfis epidaªmicos do HIV e dados regionais - incluindo tratamento com OAT - para 23 regiaµes da Ucra¢nia. Seu modelo matema¡tico avaliou a eficiência dos atuais programas de tratamento com OAT e avaliou o efeito de expandir esses programas para tratar 20% da população de usuários de drogas injeta¡veis.
Levando em consideração as diferenças regionais, o estudo mostrou que aumentar a OAT em regiaµes com grandes populações de pessoas que injetam drogas - como Dnipropetrovsk, Odessa e Kiev - levaria a s maiores reduções de infecções e mortes, mas que regiaµes menores não cobertas por o plano de emergaªncia do presidente dos EUA para alavio da AIDS (PEPFAR) permanece altamente vulnera¡vel a surtos de HIV e precisa ser considerado ao alocar recursos.
O PEPFAR éa resposta do governo dos EUA a epidemia global de HIV / AIDS.
A ampliação dos programas de OAT requer iniciativa em várias frentes, disse Zelenev.
Além de expandir a capacidade nos locais de tratamento existentes, ele disse que a expansão do tratamento para dependaªncias nas clanicas de cuidados prima¡rios, bem como atravanãs de prescrições de farma¡cias em domicalio, pode oferecer caminhos para aumentar o acesso ao tratamento eficaz.
" A expansão do OAT não foi adequada", disse ele.
Em meio ao conflito militar em curso com a Raºssia, a Ucra¢nia enfrenta uma difacil situação financeira que agrava a crise da saúde pública.
Frederick Altice, professor de medicina, epidemiologia e saúde pública em Yale, e co-autor, disse que o estudo revela a importa¢ncia de ampliar os tratamentos baseados em evidaªncias para prevenir novas infecções por HIV e morte.
"A Ucra¢nia éumpaís importante na regia£o da Europa Oriental e da asia Central, a única regia£o do mundo onde novas infecções por HIV e mortes relacionadas ao HIV continuam aumentando", disse ele. “As conclusaµes deste estudo tem implicações importantes para outrospaíses da regia£o onde a epidemia de HIV ésemelhante. Nas proximidades da Raºssia, as novas infecções e mortes por HIV estãoaumentando mais rapidamente do que em qualquer outropaís da regia£o, devido a s proibições completas de OATs - uma das maiores ferramentas de prevenção do HIV que temos a nossa disposição. â€
Jiale Tan, ex-associada de pós-graduação em Yale e agora estudante de pós-graduação na Universidade de Michigan, contribuiu para o estudo, publicado em 20 de dezembro.