Saúde

Jejum intermitente: viva 'ra¡pido', viva mais?
Para muitas pessoas, o Ano Novo éum momento para adotar novos hábitos como um compromisso renovado com a saúde pessoal. Os aficionados por fitness recanãm-entusiasmados lotam academias e supermercados estãocheios de compradores ansiosos para exp
Por Johns Hopkins Medicine - 07/01/2020

Para muitas pessoas, o Ano Novo éum momento para adotar novos hábitos como um compromisso renovado com a saúde pessoal. Os aficionados por fitness recanãm-entusiasmados lotam academias e supermercados estãocheios de compradores ansiosos para experimentar novas dietas.


Mas, as evidaªncias cienta­ficas apa³iam as alegações feitas para essas dietas? Em um artigo de revisão publicado na edição de 26 de dezembro do New England Journal of Medicine , o neurocientista da Johns Hopkins Medicine Mark Mattson, Ph.D., conclui que o jejum intermitente ocorre.

Mattson, que estuda o impacto do jejum intermitente a  saúde há25 anos e o adotou hácerca de 20 anos, escreve que "o jejum intermitente pode fazer parte de um estilo de vida sauda¡vel". Professor de Neurociênciada Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, Mattson diz que seu novo artigo pretende ajudar a esclarecer as aplicações cla­nicas e cienta­ficas do jejum intermitente de maneiras que possam ajudar os médicos a orientar os pacientes que desejam experimenta¡-lo.

Dietas de jejum intermitentes, diz ele, geralmente se enquadram em duas categorias: alimentação dia¡ria com restrição de tempo, que reduz as refeições a 6-8 horas por dia, e o chamado jejum intermitente 5: 2, no qual as pessoas se limitam a uma dieta moderada. refeição de tamanho dois dias por semana.

Uma sanãrie de estudos em animais e em humanos demonstrou que a alterna¢ncia entre os períodos de jejum e alimentação favorece a saúde celular, provavelmente desencadeando uma adaptação secular a períodos de escassez de alimentos denominados troca metaba³lica. Essa mudança ocorre quando as células usam seus estoques de combusta­vel rapidamente acessa­vel, a  base de açúcar, e comea§am a converter gordura em energia em um processo metaba³lico mais lento.

Mattson diz que estudos mostraram que essa opção melhora a regulação do açúcar no sangue, aumenta a resistência ao estresse e suprime a inflamação. Como a maioria dos americanos come três refeições e lanches por dia, eles não experimentam a troca ou os benefa­cios sugeridos.

No artigo, Mattson observa que quatro estudos em animais e pessoas descobriram que o jejum intermitente também diminuiu a pressão sanguínea, os na­veis de lipa­dios no sangue e os batimentos carda­acos em repouso.

Tambanãm estãosurgindo evidaªncias de que o jejum intermitente pode modificar os fatores de risco associados a  obesidade e diabetes, diz Mattson. Dois estudos realizados no Hospital Universita¡rio de South Manchester, no NHS Foundation Trust, com 100 mulheres com sobrepeso, mostraram que aquelas que tomavam jejum intermitente 5: 2 perderam a mesma quantidade de peso que as mulheres que restringiam as calorias, mas se saa­ram melhor em medidas de sensibilidade a  insulina e redução da barriga gordura do que aqueles no grupo de redução de calorias.

Mais recentemente, diz Mattson, estudos preliminares sugerem que o jejum intermitente também poderia beneficiar a saúde do cérebro. Um ensaio cla­nico multicaªntrico da Universidade de Toronto em abril descobriu que 220 adultos sauda¡veis ​​e não obesos que mantiveram uma dieta restrita em calorias por dois anos mostraram sinais de melhora da memória em uma bateria de testes cognitivos. Embora seja necessa¡rio fazer muito mais pesquisa para provar quaisquer efeitos do jejum intermitente na aprendizagem e na memória, Mattson diz que, se essa prova for encontrada, o jejum - ou um equivalente farmacaªutico que a imita - pode oferecer intervenções que podem impedir a neurodegeneração e demaªncia.

"Estamos em um ponto de transição em que poderemos considerar em breve adicionar informações sobre o jejum intermitente aos curra­culos das faculdades de medicina, juntamente com conselhos comuns sobre dietas sauda¡veis ​​e exerca­cios", diz ele.

Mattson reconhece que os pesquisadores "não compreendem completamente os mecanismos específicos da mudança metaba³lica e que" algumas pessoas são incapazes ou não querem aderir "aos regimes de jejum. Mas ele argumenta que, com orientação e paciaªncia, a maioria das pessoas pode incorpora¡-las em suas vidas. Leva algum tempo para o corpo se ajustar ao jejum intermitente e superar as dores de fome iniciais e a irritabilidade que o acompanham. "Os pacientes devem ser avisados ​​de que sentir fome e irritação écomum inicialmente e geralmente passa depois de duas semanas a um maªs. o corpo e o cérebro se acostumam ao novo ha¡bito ", diz Mattson.

Para lidar com esse obsta¡culo, Mattson sugere que os médicos aconselhem os pacientes a aumentar gradualmente a duração e a frequência dos períodos de jejum ao longo de vários meses, em vez de "enlouquecer". Como em todas asmudanças no estilo de vida, diz Mattson, éimportante que os médicos conhea§am a ciência para que possam comunicar benefa­cios potenciais, danos e desafios e oferecer apoio.

Este trabalho foi financiado pelo Programa de Pesquisa Intramural do Instituto Nacional do Envelhecimento, Institutos Nacionais de Saúde.

 

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