Saúde

Vitamina B6, o va­cio mortal da leucemia
Os cientistas descobriram que a leucemia miela³ide aguda (AML) cresce ao tirar proveito da vitamina B6 para acelerar a divisão celular.
Por Brian Stallard - 13/01/2020


A enzima PDXK gerencia a atividade da B6,
ativando-a quando éhora das

Os cientistas descobriram que a leucemia miela³ide aguda (AML) cresce ao tirar proveito da vitamina B6 para acelerar a divisão celular. A equipe de pesquisa do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL) e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK) sugerem que eles podem interromper o crescimento desse ca¢ncer, limitando sua capacidade de manipular a enzima que empurra o B6 para tornar as protea­nas essenciais para a divisão celular. a‰ uma abordagem para atacar o câncer sem prejudicar as células sauda¡veis, que precisam da vitamina B6 para sobreviver.


Atualmente, apenas um tera§o dos pacientes com LMA sobrevivera¡ cinco anos após o diagnóstico. Isso ocorre porque, como muitos outros ca¢nceres mortais, as células envolvidas nessa forma agressiva de câncer de sangue podem se dividir e se espalhar mais rapidamente do que a maioria dos tratamentos pode mata¡-las.

O colega da CSHL, Lingbo Zhang, queria saber como a LMA pode alcana§ar um crescimento tão rápido, por isso analisou atentamente os genes dos gla³bulos brancos cancera­genos da doena§a.

"Encontramos mais de 230 genes que são muito ativos nas células leucaªmicas e depois os testamos, um por um", explicou ele.

"As células leucaªmicas são viciadas em vitamina B6", disse ele. "Vocaª pode chamar isso de vulnerabilidade do ca¢ncer".


Usando a tecnologia de edição de genes CRISPR, o laboratório de Zhang interrompeu a atividade de cada um desses 230 genes suspeitos para ver se sua ausaªncia impediria a proliferação das células cancera­genas. Entre as centenas de genes que testaram, um padrãoemergiu. O gene que produz PDXK, a enzima que ajuda as células a usar vitamina B6, mostrou-se mais importante para o crescimento do ca¢ncer.

Scott Lowe, ex-colega da CSHL e atualmente presidente do programa de Biologia e Genanãtica do Ca¢ncer da MSK, disse que "embora a ação de certas vitaminas tenha sido anteriormente relacionada ao ca¢ncer, os va­nculos específicos entre a vitamina B6 aqui identificados foram inesperados".

A vitamina B6 écrucial para o metabolismo celular, produzindo energia e outros recursos importantes para o crescimento celular. Em uma canãlula sauda¡vel, a enzima PDXK gerencia a atividade da B6, garantindo que a vitamina faz o trabalho quando necessa¡rio. Como as células normais não se dividem o tempo todo, a enzima PDXK nem sempre estãopressionando a vitamina B6 para ser ativa.

a‰ uma dina¢mica diferente nas células cancera­genas, que se dividem com mais freqa¼aªncia do que as células normais. Nas células AML, Zhang viu que a enzima PDXK estava sempre estimulando a atividade B6.

O que isso mostra éque "as células leucaªmicas são viciadas em vitamina B6", disse ele. "Vocaª pode chamar isso de vulnerabilidade do ca¢ncer".

Zhang adverte que sua pesquisa sobre como as células cancera­genas usam a vitamina B6 para proliferar não significa que os pacientes com câncer necessariamente se beneficiariam da ingestãoreduzida de vitamina B6 como parte de sua dieta. A vitamina B6 énecessa¡ria para a sobrevivaªncia de células sauda¡veis. A pesquisa de Zhang mostra que as células cancera­genas aproveitam a enzima PDXK para aumentar a atividade da vitamina B6 . Esse aumento da atividade alimenta o crescimento da LBC.

Zhang e seus colegas dizem que o pra³ximo passo édesenvolver um medicamento que bloqueie especificamente a leucemia da ativação da enzima PDXK. Ao manipular a maneira como a enzima gerencia a atividade do B6, um medicamento pode retardar ou atéparar o crescimento de células cancera­genas sem os efeitos colaterais profundos que resultariam da eliminação completa do B6 das células sauda¡veis . Com a ajuda de químicos medicinais, a equipe agora estãoexplorando essa rota.

 

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