Saúde

Estudo identifica subprodutos ta³xicos desconhecidos potencialmente presentes na águapota¡vel
Pesquisadores da Universidade John Hopkins descobriram que o manãtodo mais comum para desinfetar a água- a cloraça£o - pode gerar subprodutos ta³xicos que não foram identificados anteriormente.
Por Sally Robertson - 29/01/2020

Crédito de imagem: Fizkes / Shutterstock.com

A equipe afirma que os subprodutos produzidos quando compostos naturais chamados fena³is reagem com o cloro podem ser perdidos pelos manãtodos atualmente usados ​​para testar a segurança da águapota¡vel.

A adição de cloro éo manãtodo mais comumente usado para eliminar a águapota¡vel de micróbios potencialmente perigosos e, desde que foi introduzido no ini­cio do século passado, protegeu milhões de pessoas de doenças transmitidas pela a¡gua.   

O processo "traz consequaªncias indesejadas"

"Nãohádaºvida de que o cloro ébenanãfico; a cloração salvou milhões de vidas em todo o mundo de doenças como febre tifa³ide e ca³lera desde sua chegada no ini­cio do século 20", diz o principal autor Carsten Prasse.

"Mas esse processo de matar bactanãrias e va­rus potencialmente fatais tem consequaªncias não intencionais. A descoberta desses subprodutos altamente desconhecidos e altamente ta³xicos levanta a questãode quanta cloração érealmente necessa¡ria".

"Em outrospaíses, especialmente na Europa, a cloração não éusada com tanta frequência, e a águaainda estãoprotegida de doenças transmitidas pela a¡gua. Na minha opinia£o, precisamos avaliar quando a cloração érealmente necessa¡ria para a proteção da saúde humana e quando abordagens alternativas podem ser melhor ".

Prasse

Os cientistas já estãocientes dos subprodutos potencialmente perigosos que podem ser produzidos quando os fena³is presentes na águapota¡vel se misturam ao cloro, mas de acordo com a Organização Mundial de Saúde “os riscos a  saúde desses subprodutos são extremamente pequenos em comparação com os riscos associados com desinfecção inadequada. ”

No entanto, Prasse diz que os manãtodos atualmente usados ​​para analisar a águapota¡vel não conseguem detectar todos os subprodutos e que alguns deles podem ser perigosos para a saúde.

Os pesquisadores usaram outra técnica

Para o estudo atual, Prasse e colegas usaram um aminoa¡cido comumente empregado em análises toxicola³gicas para detectar compostos nocivos chamados eletra³filos reativos. Estes compostos foram previamente associados a várias doenças diferentes.

Os pesquisadores adicionaram esse aminoa¡cido - N-α-acetil-lisina - a  águaque foi clorada usando os mesmos manãtodos comerciais para o tratamento de águapota¡vel. Depois de deixar a águapara incubar por um dia, a equipe usou um manãtodo anala­tico chamado espectrometria de massa para testar se havia eletra³filos que reagissem com N-α-acetil-lisina.

Conforme relatado recentemente na revista Environmental Science & Technology , a análise revelou a presença de dois compostos cancera­genos ta³xicos: 2-buteno-1,4-dial e cloro-2-buteno-1,4-dial. Prasse diz que esses compostos nunca foram identificados na águapota¡vel clorada antes.

Embora os autores reconhea§am que este foi um estudo baseado em laboratório e esses compostos ta³xicos ainda não foram testados em águapota¡vel real, eles dizem que os resultados mostram que os subprodutos podem ser formados nas condições aplicadas em seu experimento.  

Os resultados levantam questões sobre a segurança da águapota¡vel e das técnicas de desinfecção

As descobertas levantam questões sobre se esses subprodutos recentemente identificados estãopresentes em na­veis altos o suficiente para representar um risco a  saúde humana e se outros manãtodos de desinfecção, como tratamento com luz UV ou filtração, devem ser usados.

"Em outrospaíses, especialmente na Europa, a cloração não éusada com tanta frequência, e a águaainda estãoprotegida de doenças transmitidas pela a¡gua. Na minha opinia£o, precisamos avaliar quando a cloração érealmente necessa¡ria para a proteção da saúde humana e quando abordagens alternativas podem ser melhor ", diz Prasse.

Prasse acrescenta que são claramente necessa¡rias novas técnicas que permitira£o a avaliação de subprodutos nocivos que podem ser formados quando cloro ou outros produtos químicos são usados ​​para fins de desinfecção:

"Uma das razões pelas quais reguladores e empresas de servia§os paºblicos não estãomonitorando esses compostos éque eles não tem as ferramentas para encontra¡-los", conclui. 

 

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