Saúde

Dietas a  base de plantas precisam incluir certos grupos de alimentos para beneficiar a saúde do coração, segundo estudo
Um novo estudo realizado na Granãcia sugere que seguir uma dieta baseada em vegetais não reduz necessariamente o risco de doença cardiovascular.
Por Sally Robertson - 18/03/2020

Um novo estudo realizado na Granãcia sugere que seguir uma dieta baseada em vegetais não reduz necessariamente o risco de doença cardiovascular. Em vez disso, a dieta precisa ser focada em certos grupos de alimentos sauda¡veis ​​para que esse benefa­cio seja visto.

Dieta a  base de plantasCréditos da imagem: casanisa / Shutterstock.com

O estudo, apresentado na Sessão Cienta­fica Anual do American College of Cardiology, em conjunto com o Congresso Mundial de Cardiologia, descobriu que pessoas em uma dieta baseada em vegetais que inclua­am alimentos menos sauda¡veis, como gra£os refinados ou doces, não mostraram benefa­cios significativos em termos de risco de doença cardiovascular em comparação com pessoas que não seguiram uma dieta baseada em vegetais.

O principal autor do estudo, Dema³stenes Panagiotakos (Universidade Harokopio de Atenas), diz: "Com base nesses resultados, parece que simplesmente seguir uma dieta vegetariana ou baseada em plantas não ésuficiente para reduzir o risco de doença cardiovascular. Tambanãm éimportante focar em grupos de alimentos específicos e sauda¡veis ​​a  base de plantas para obter benefa­cios em termos de redução de doenças cardiovasculares ".

Dietas a  base de plantas estãose tornando cada vez mais populares

Os padraµes alimentares que incluem mais alimentos derivados de plantas estãose tornando cada vez mais populares em muitas partes do mundo devido aos benefa­cios percebidos a  saúde. Essas dietas nem sempre são vegetarianas ou veganas, mas normalmente incluem mais alimentos derivados de plantas, como cereais integrais, sementes e leguminosas, e poucos ou nenhuns carnes, ovos e latica­nios.

Para o estudo atual, Panagiotakos e equipe monitoraram os hábitos alimentares de mais de 2.000 adultos gregos e acompanharam o desenvolvimento de doenças cardiovasculares entre eles durante um período de dez anos. Ao se matricularem em 2002, os participantes responderam a um questiona¡rio abrangente sobre frequência alimentar, que também completaram cinco anos e dez anos depois.

Apa³s dez anos, a equipe avaliou a associação entre os hábitos alimentares dos participantes e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, usando um a­ndice dietanãtico que os categorizou em três grupos, de acordo com quantos alimentos de origem animal, como carne, ovos e latica­nios, consumiam em uma base dia¡ria.

A equipe relata que, em geral, os homens que consumiram menos alimentos de origem animal apresentaram um risco diminua­do de 25% para doenças cardiovasculares, em comparação com os homens que consumiram mais desses alimentos. Essa tendaªncia também foi observada entre as mulheres, embora fosse menos significativa, com uma redução geral no risco de doença de 11% observada entre as pessoas que ingeriram a menor quantidade de alimentos derivados de animais.

Curiosamente, embora as diferenças entre os grupos no risco de doença tenham sido significativas, a diferença na quantidade de alimentos de origem animal consumida foi relativamente pequena. Os participantes com mais dietas a  base de plantas ingeriram uma média de três alimentos a  base de animais por dia, em comparação com cinco por dia entre os participantes com dietas menos focadas nos alimentos a  base de plantas.

Mesmo uma pequena redução em alimentos menos sauda¡veis ​​pode contribuir para a saúde do coração

Panagiotakos diz: "Essas descobertas destacam que mesmo uma pequena redução no consumo dia¡rio de produtos a  base de animais - principalmente os alimentos menos sauda¡veis, como produtos a  base de carne processada - acompanhados por um aumento de alimentos sauda¡veis ​​a  base de plantas podem contribuir para uma melhor saúde cardiovascular."

Em seguida, os pesquisadores se concentraram apenas nos participantes que seguiram dietas a  base de plantas e os dividiram em dois grupos: aqueles que seguiram uma dieta sauda¡vel, rica em frutas, vegetais, legumes, gra£os integrais, nozes, a³leos e cha¡ ou cafée aqueles que seguiram uma dieta dieta não sauda¡vel que inclua­a mais bebidas aa§ucaradas, sucos, gra£os refinados, doces e batatas.

Os pesquisadores descobriram que apenas aqueles no grupo de dieta sauda¡vel baseada em plantas estavam em menor risco de doença cardiovascular do que os participantes que seguiram uma dieta mais baseada em animais.

Diferena§as nos hábitos alimentares e risco cardiovascular entre homens e mulheres

Diferena§as nos hábitos alimentares e qualquer redução relacionada ao risco de doença também foram observadas entre homens e mulheres. No geral, os homens tendem a comer aproximadamente três vezes ao dia, enquanto as mulheres tendem a comer mais e comer cerca de quatro a cinco vezes por dia. Entre os participantes do grupo insalubre a  base de plantas, as mulheres tiveram uma redução mais significativa no risco de doenças cardiovasculares do que os homens e entre as participantes do grupo sauda¡vel a  base de plantas, essa redução foi ainda maior.

Panagiotakos diz que as descobertas sugerem que comer lanches sauda¡veis ​​ao longo do dia pode trazer benefa­cios a  saúde, enquanto lanches com alimentos não sauda¡veis ​​podem aumentar o risco de doena§as.

Implicações para futuras orientações alimentares

A equipe reconhece que o estudo foi limitado pelo autorrelato dos participantes sobre os hábitos alimentares, mas afirma que os resultados ainda sustentam evidaªncias de que dietas a  base de plantas podem ser benanãficas para a saúde do coração e podem ajudar a orientar as recomendações alimentares para reduzir o risco cardiovascular.

"No futuro, acredito que seráútil se as diretrizes de prevenção de doenças cardiovasculares oferecerem sugestaµes nutricionais mais claras e especa­ficas, em termos dos tipos de alimentos recomendados e das porções que devem ser consumidas", diz Panagiotakos.

 

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