Saúde

áfrica e Amanãrica Latina alvos fra¡geis para disseminação de coronava­rus
O coronava­rus agora estãose movendo para partes do mundo que podem ser as menos preparadas. Algunspaíses da áfrica e da Amanãrica Latina carecem do equipamento ou mesmo de profissionais de saúde treinados para responder.
Por Carley Petesch - 20/03/2020


Pola­cia municipal patrulha a praia de Icaraa­ como pano de fundo do Pa£o de Aa§aºcar, ambas fechadas aos visitantes como precaução contra a propagação do novo coronava­rus, em Nitera³i, Brasil, quinta-feira, 19 de mara§o de 2020. Para a maioria das pessoas, o COVID-19 causa apenas leve ou moderada sintomas, como febre e tosse. Para alguns, especialmente idosos e pessoas com problemas de saúde existentes, pode causar doenças mais graves, incluindo pneumonia. (Foto AP / Silvia Izquierdo)

A nação do Mali na áfrica Ocidental tem aproximadamente um ventilador por 1 milha£o de habitantes - 20 ao todo para ajudar os doentes cra­ticos. No Peru, com mais de 32 milhões de pessoas, existem cerca de 350 leitos em unidades de terapia intensiva.

O coronava­rus agora estãose movendo para partes do mundo que podem ser as menos preparadas. Algunspaíses da áfrica e da Amanãrica Latina carecem do equipamento ou mesmo de profissionais de saúde treinados para responder.

Muitos de seuspaíses estãofechando fronteiras e proibindo grandes reuniaµes na esperana§a de evitar cenas empaíses mais ricos, como Ita¡lia e EUA, mas a transmissão local do va­rus já começou.

Contenção dessa propagação éo novo desafio. A áfrica tem menos de 800 casos confirmados e a Amanãrica Latina abaixo de 2.000, mas uma resposta precoce écrucial, pois os sistemas de saúde fra¡geis podem ser rapidamente sobrecarregados.

Com esses recursos limitados, especialistas dizem que identificar casos, rastreamentos e testes éessencial.

"Vimos como o va­rus realmente acelera isso após um certo ... ponto de inflexa£o. Portanto, o melhor conselho para a áfrica ése preparar para o pior e se preparar hoje", disse quarta-feira o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Temos barreiras diferentes e significativas aos cuidados de saúde na áfrica, o que pode ser um desafio real", disse o Dr. Ngozi Erondu, pesquisador saªnior do Chatham House Center for Global Health Security.

Muitospaíses da áfrica Subsaariana não tem enfermarias de isolamento ou grande número de profissionais de saúde para responder a uma onda de pacientes com COVID-19, disse ela.

A Libanãria e o Burkina Faso tem apenas alguns ventiladores para milhões de pessoas.

O Dr. Bernard Olayo, fundador do Centro de Saúde Paºblica e Desenvolvimento do Quaªnia, disse que a maioria dospaíses da áfrica não pode comprar ventiladores. Mesmo que os ventiladores tenham sido fornecidos por outrospaíses, não ésuficiente devido a  falta de pessoas qualificadas para usa¡-los.

"a‰ complexo, émuito, muito complexo, porque os pacientes que acabam usando ventiladores precisam de assistaªncia 24 horas por equipes maiores", disse ele.

Muitos pacientes poderiam se dar bem apenas com oxigaªnio, disse ele, mas perto da metade dos estabelecimentos de saúde nospaíses africanos não tem suprimentos confia¡veis ​​de oxigaªnio. Os concentradores de oxigaªnio podem ser usados, mas, devido aos frequentes cortes de eletricidade em muitospaíses, são necessa¡rios geradores de oxigaªnio e cilindros de pressão, pois eles podem funcionar enquanto a energia estãofraca.
 
O diretor regional da OMS para a áfrica, Dr. Matshidiso Moeti, disse que a falta de instalações e ventiladores na UTI éum dos maiores desafios que o continente enfrenta.

"Conseguimos identificar a importação de uma instalação do tipo hospital de campo que pode ser configurada e equipada com alguns dos principais itens necessa¡rios, como ventiladores", disse ela. O treinamento foi iniciado na República do Congo e no Senegal para que os profissionais de saúde estejam prontos para opera¡-lo, e o financiamento do Banco Mundial estãosendo disponibilizado, disse ela.

Nem tudo ésombrio. Elsie Kanza, chefe da áfrica no Forum Econa´mico Mundial, disse que muitospaíses estãoaproveitando as lições aprendidas com o surto de Ebola na áfrica Ocidental em 2014-2016 que matou mais de 10.000 pessoas.

O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doena§as foi criado para responder a esse surto de Ebola. Na quinta-feira, 43países podem testar o coronava­rus, disse o documento. Além disso, o biliona¡rio chinaªs Jack Ma prometeu nesta semana doar 1,1 milha£o de kits de teste, 6 milhões de máscaras e 60.000 roupas de proteção e escudos para compartilhar entre todos ospaíses africanos.

Mulheres somalis lavam as ma£os durante o treinamento de conscientização
sobre coronava­rus realizado pelos paramédicos e médicos locais em Mogada­scio, capital
da Soma¡lia, quinta-feira, 19 de mara§o de 2020. O governo da Soma¡lia anunciou
o fechamento das universidades das escolas e uma proibição ou grande reunia£o e
eventos por duas semanas. . Para a maioria das pessoas, o novo coronava­rus causa
apenas sintomas leves ou moderados, como febre e tosse, e a grande maioria se recupera
em 2 a 6 semanas, mas para alguns adultos especialmente idosos e pessoas com
problemas de saúde existentes, o va­rus que causa o COVID-19 pode resultam em
doenças mais graves, incluindo pneumonia. (Foto AP / Farah Abdi Warsameh)

Enquanto isso, o Senegal estãoajudando a desenvolver um teste rápido COVID-19 que éesperado em junho.

Mas alguns, incluindo Adama Dempster, um defensor dos direitos humanos na Libanãria, alertaram que o apoio aos esforços das nações africanas pode secar se os casos aumentarem.

"a‰ algo preocupante, porque outrospaíses que são tão poderosos e tem sofisticação para lidar com coisas como essa estãopreocupados com sua própria situação", disse ela.

A áfrica não éo aºnico continente preocupado com o que estãopor vir.

Va¡riospaíses da Amanãrica Latina estãoentre os menos preparados do mundo para uma pandemia, com sistemas de saúde já esticados.

O ministro da Defesa do Peru, Walter Martos, disse a  TV americana local na segunda-feira que opaís tem menos de 400 respiradores dispona­veis.

"Nãoémuito", disse ele. "Realmente, não temos a infraestrutura que ospaíses desenvolvidos possuem."

O Peru e outras nações da Amanãrica Latina estãoencarando a experiência na Europa como um conto de advertaªncia e esperando reduzir a propagação de casos de coronava­rus antes que sobrecarregem os hospitais.

O epidemiologista Cristian Da­az Vanãlez disse que essas medidas poderiam criar um aumento mais lento nos casos mais administra¡veis ​​para o sistema médico do Peru. Ele disse que opaís tem entre 300 e 350 leitos em unidades de terapia intensiva, metade dos quais agora estãoem uso.

"Isso sobrecarregara¡ nosso sistema de saúde", disse ele, se os casos dispararem.

Outrospaíses da Amanãrica Latina poderiam se sair muito pior.

A Venezuela ocupa o 176º lugar das 195 nações em todo o mundo em preparação para uma crise de saúde, de acordo com o andice Global de Segurança em Saúde, um projeto do Centro John Hopkins de Segurança em Saúde e a Iniciativa de Ameaa§a Nuclear.

O sistema de saúde dopaís foi prejudicado por anos de contração econa´mica, caos pola­tico e uma crise humanita¡ria, com crescentes taxas de mortalidade infantil e escassez cra­tica de águae remanãdios.

Uma crise migrata³ria na qual mais de 4,5 milhões de pessoas fugiram - um dos maiores aªxodos do mundo hoje - poderia agravar a propagação do va­rus por toda a regia£o.

Isso éparticularmente preocupante na Cola´mbia, onde atualmente vivem quase 2 milhões de venezuelanos. Hospitais ao longo da fronteira tem aumentado sua capacidade. A pandemia de coronava­rus poderia derruba¡-los ainda mais.

"O sistema de saúde obviamente tem uma capacidade que poderia ser claramente superada, na Cola´mbia e em qualquerpaís da Amanãrica Latina", disse o dr. Alfonso Rodra­guez-Morales, vice-presidente da Associação Colombiana de Doena§as Infecciosas.

 

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