Saúde

O que sabemos sobre o COVID-19 em criana§as
As estata­sticas chinesas de 72.000 casos mostram que 1,2% dos casos ocorreram entre criana§as de 1 a 19 anos e apenas 0,9% quando foram consideradas apenas as menores de 10 anos. Apenas uma pessoa morreu nessa faixa eta¡ria.
Por Liji Thomas - 07/04/2020


Um novo artigo publicado na revista JAMA Pediatrics em abril de 2020 discute a manifestação e o manejo da nova doença de coronava­rus que devastou váriospaíses.

Descrita pela primeira vez em Wuhan, na China, como pneumonia de origem desconhecida, ela se moveu rapidamente pelo mundo, infectando atualmente quase 210países e territa³rios, com uma carga de casos de mais de 1,41 milha£o.

O que éum coronava­rus?

Os coronava­rus produzem muitas doenças diferentes, desde resfriados menores atépneumonia grave ou fatal. Traªs principais cepas de va­rus surgiram nas últimas duas décadas, a que causou a sa­ndrome respirata³ria aguda grave (SARS) na China, 2002; o agente da sa­ndrome respirata³ria do Oriente Manãdio (MERS) na regia£o da Ara¡bia em 2012; e o coronava­rus 2 da sa­ndrome respirata³ria aguda grave (SARS-CoV-2) que causa a doença de COVID-19.


Novo coronava­rus SARS-CoV-2 Esta imagem de microsca³pio eletra´nico de varredura
mostra o SARS-CoV-2 (objetos redondos de ouro) emergindo dasuperfÍcie das
células cultivadas em laboratório. O SARS-CoV-2, também conhecido como 2019-nCoV,
éo va­rus que causa o COVID-19. O va­rus mostrado foi isolado de
um paciente nos EUA. Crédito: NIAID-RML

Em mais de 80% dos casos, com base nas estata­sticas chinesas, a doença éleve. Mas 14% dos pacientes tem doenças graves, como problemas respirata³rios e insuficiência respirata³ria. Os idosos, assim como aqueles com doenças subjacentes, correm maior risco de sequelas graves.

A doença se espalha por gota­culas respirata³rias emitidas atravanãs da tosse ou espirro, para dentro de 6 panãs. Outros tipos de transmissão também podem ocorrer. a‰ necessa¡rio cuidado de suporte, sem que nenhum medicamento terapaªutico especa­fico tenha sido aprovado atéo momento. O desenvolvimento da vacina ainda estãoem andamento.

COVID-19 e criana§as

Em todas as epidemias conhecidas de influenza, as criana§as são vistas como em maior risco de complicações graves. No entanto, atéagora foram poupados na pandemia em curso do COVID-19.

As estata­sticas chinesas de 72.000 casos mostram que 1,2% dos casos ocorreram entre criana§as de 1 a 19 anos e apenas 0,9% quando foram consideradas apenas as menores de 10 anos. Apenas uma pessoa morreu nessa faixa eta¡ria.

Em outro estudo, no entanto, envolvendo mais de 2000 criana§as com COVID-19 confirmado ou suspeito na China, os pesquisadores descobriram que 10,6% das criana§as desenvolveriam doenças graves, em comparação com 4% das criana§as de 11 a 15 anos e 3% das criana§as com idade 16 e acima.

Como o COVID-19 aparece em criana§as?

Em criana§as, o COVID-19 parece ter as mesmas caracteri­sticas cla­nicas que em adultos. Muitos são assintoma¡ticos, enquanto outros apresentaram febre, fadiga, tosse seca e falta de ar. Poucos tiveram sintomas intestinais.

Apenas algumas gestantes que contraa­ram o va­rus foram identificadas, dificultando a avaliação da ocorraªncia de transmissão intra-uterina. Atéagora, as amostras de leite materno foram negativas para o va­rus SARS-CoV-2.

Os pesquisadores dizem que, embora poucas criana§as tenham adoecido e ainda menos tenham morrido, "existem razões para permanecer vigilantes quanto a  infecção em criana§as".

As razões para a baixa incidaªncia entre pacientes pedia¡tricos incluem menos exposição ao va­rus, imunidade a outros coronava­rus ou menor chance de desenvolver doença sintoma¡tica, mesmo quando infectadas. Criana§as infectadas assintoma¡ticas podem espalhar o va­rus para outros adultos.

Nos EUA, nenhuma criana§a com menos de 19 anos foi admitida na unidade de terapia intensiva, nem nenhuma morte por COVID-19 foi relatada até16 de mara§o de 2020, afirmam os autores.

No entanto, criana§as com asma ou outras doenças subjacentes que afetam a função respirata³ria podem ter doenças graves, em comparação com seus pares sauda¡veis.

O que os pediatras podem fazer para se preparar?

Os autores sugerem que as cla­nicas de atendimento pedia¡trico tomem medidas para se prepararem para lidar com a crescente carga de COVID-19. Por um lado, eles devem ter Espaços de isolamento separados para criana§as que podem ter COVID-19, para que criana§as que estejam na sala de espera, mas que não estejam doentes, não sejam expostas ao va­rus. Isso se aplica especialmente a criana§as com necessidades especiais.

Onde a transmissão comunita¡ria écomum, apenas as visitas urgentes de criana§as sauda¡veis ​​devem ser permitidas e outros procedimentos eletivos ou menores podem ser adiados.

A vacinação deve ser continuada e visitas preventivas para recanãm-nascidos e lactentes. Esse tipo de ação exigira¡ uma classificação diligente de solicitações e indicações para visitas por telefonemas e oferta de mais servia§os de telessaúde.

Finalmente, os prestadores de cuidados pedia¡tricos tera£o dificuldade em diferenciar as criana§as que tem COVID-19 das outras, a menos que os testes se tornem mais amplamente dispona­veis.

Em vez disso, as comunidades nas quais o va­rus éabundante devem tomar medidas para limitar a exposição dos não infectados, incluindo o cancelamento dos termos da escola, evitando todas as reuniaµes em massa e fechando os locais paºblicos.

Algumas das consequaªncias dessas medidas afetara£o a população pedia¡trica. Por exemplo, as criana§as que dependem dos almoa§os escolares para uma parte significativa de sua alimentação dia¡ria tera£o que ser atendidas de diferentes maneiras, se as escolas estiverem fechadas.

As fama­lias que dependem das escolas para cuidar dos filhos enquanto os pais trabalham também podem sofrer graves perturbações nas rotinas nessa situação, e os servia§os de gerenciamento de estresse devem ser solicitados.

Tais medidas são mais recomendadas pelos pediatras devido a  familiaridade com o grupo populacional ao qual essas ações atendem.

O que élevar para casa?

Embora o COVID-19 ainda esteja se espalhando rapidamente, com menos efeitos em criana§as do que em adultos, os efeitos a longo prazo devido a medidas preventivas e de saúde pública podem afetar ainda mais as criana§as a longo prazo.

Em segundo lugar, os efeitos em criana§as com necessidades especiais de cuidados devido a doenças subjacentes ainda não são claros. Assim, pediatras, educadores e outros lideres da comunidade devem promover intervenções que diminuam a propagação da doena§a, reduzam as taxas de doenças graves e morte e minimizem os efeitos adversos dessas medidas nas criana§as.

 

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