Saúde

Estudo mostra possí­vel maneira de efetivamente administrar drogas de RNA a tumores
Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suanãcia, agora desenvolveram uma técnicasensívelque possibilita o estudo da entrega na canãlula e mostraram uma maneira possí­vel de fornecer efetivamente medicamentos de RNA para tumores.
Por James Ives - 15/04/2020


Nos últimos anos, as moléculas de RNA, com a capacidade de afetar ou desativar genes patogaªnicos, tornaram-se candidatos promissores a medicamentos em várias áreas. No entanto, tem sido um desafio desenvolver técnicas para entregar as moléculas de RNA nas células onde elas tem efeito. Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suanãcia, agora desenvolveram uma técnicasensívelque possibilita o estudo da entrega na canãlula e mostraram uma maneira possí­vel de fornecer efetivamente medicamentos de RNA para tumores. O estudo já foi publicado na Nature Communications .

O DNA e seu parente qua­mico, RNA, são moléculas que todos os organismos vivos usam para armazenar informações e desempenhar diferentes funções na canãlula. No estudo em questão, os pesquisadores estudaram um tipo de medicamento para RNA chamado siRNA. Durante a década de 1990, os pesquisadores descobriram que o siRNA, pequenas moléculas de RNA de fita dupla, poderia ser usado para desativar praticamente qualquer gene. O fena´meno foi chamado de interferaªncia de RNA. Em 2006, a descoberta recebeu o Praªmio Nobel de Fisiologia ou Medicina. Havia esperanças considera¡veis ​​de que a interferaªncia do RNA pudesse ser usada no tratamento de infecções por va­rus, câncer e outras doena§as.

"Dois medicamentos siRNA foram aprovados pelo FDA, mas atéagora nenhum medicamento foi aprovado para uso cla­nico no ca¢ncer", diz o pesquisador e médico Anders Wittrup, da Universidade de Lund e do Hospital da Universidade Ska¥ne, que liderou o estudo.

Uma vantagem considera¡vel do uso de moléculas de RNA éque elas podem ser rapidamente desenvolvidas e produzidas. O principal problema para todos os tipos de drogas de RNA élevar essas moléculas para o interior da canãlula, o chamado citosol, onde elas tem efeito. O tamanho da molanãcula de SiRNA - cerca de 50 vezes maior que uma molanãcula de droga ta­pica - éum fator. No estudo em questão, os pesquisadores estudaram moléculas de siRNA ligadas ao colesterol, o que significa que elas são absorvidas efetivamente pela maioria das células tumorais.

"Mesmo que possamos fazer com que as células tumorais absorvam o siRNA, observou-se que 99% parecem pegos em um tipo de depa³sito de lixo celular, o chamado lisossomo ".


Anders Wittrup

Os pesquisadores então examinaram se, entre outras coisas, o uso da droga cloroquina contra a mala¡ria poderia causar danos no lisossomo, para que a droga siRNA pudesse entrar mais na canãlula. Ser capaz de estudar isso exigia novas técnicas de imagem para ver o que acontece na canãlula.

"Os manãtodos de microscopia completamente novos permitem estudar em detalhes quando os lisossomos e outras estruturas da canãlula são abertos para a entrega de RNA. Essa éuma técnica que émuito procurada tanto na pesquisa acadaªmica quanto na indústria farmacaªutica", diz doutorado. aluno Hampus Du Rietz.

"Mostramos como a cloroquina pode ser usada para que as moléculas de siRNA entrem no citosol, ou seja, o espaço entre a membrana celular e o núcleo da canãlula", diz Anders Wittrup.

Essa maneira de abrir os lisossomos, que anteriormente encapsulavam as moléculas de RNA e, portanto, impediam seu efeito, significa que o principal obsta¡culo para o uso de siRNA e outras drogas baseadas em RNA estãoagora a caminho de ser removido.

"Vemos um efeito siRNA 50 vezes maior nos estudos de cultura de células e também entrega efetiva nos tumores experimentais cultivados fora do corpo, os chamados esfera³ides tumorais, que não podiam ser alcana§ados anteriormente pelo siRNA", diz Anders Wittrup.

Mais estudos são necessa¡rios antes que os medicamentos para RNA sejam colocados em uso cla­nico. A equipe de pesquisa em Lund agora estudou mais tipos de tumores e outros manãtodos para fornecer RNA nas células tumorais.

"Nossas descobertas abrem possibilidades empolgantes de como o RNA pode chegar ao interior das células. Acho que desempenhara¡ um papel crucial no desenvolvimento de drogas para o tratamento de doenças para as quais atualmente não temos drogas eficazes", conclui Anders Wittrup.

 

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