Saúde

Estudo revela novas opções terapaªuticas para esclerose maºltipla
Todo paciente com EM tem uma coisa em comum: as células do sistema imunológico de seu corpo migram para o cérebro, onde destroem a bainha de mielina - a camada externa protetora das fibras nervosas.
Por Emily Henderson, - 20/04/2020

cortesia

A esclerose maºltipla (EM) éconhecida como "a doença com mil faces" porque os sintomas e a progressão podem variar drasticamente de paciente para paciente. Mas todo paciente com EM tem uma coisa em comum: as células do sistema imunológico de seu corpo migram para o cérebro, onde destroem a bainha de mielina - a camada externa protetora das fibras nervosas. Como resultado, ocorre um curto-circuito elanãtrico, que impede que os sinais nervosos sejam transmitidos corretamente.

Muitos medicamentos para esclerose maºltipla prejudicam a memória imunola³gica

Os pesquisadores ainda não sabem exatamente quais células imunes estãoenvolvidas na remoção da bainha de mielina. As células T e B autorreativas, que identificam erroneamente a bainha de mielina como corpo estranho, viajam para o cérebro e iniciam a doena§a. "Atéagora, os remanãdios para esclerose maºltipla tem como alvo essas células T e B, que fazem parte do sistema imunológico adquirido", diz Alexander Mildner, cientista do Centro Max Delbra¼ck de Medicina Molecular da Associação Helmholtz (MDC). ) e o autor saªnior do artigo agora publicado na Nature Immunology .

Atualmente, Mildner estãoconduzindo pesquisas financiadas externamente como pesquisador do DFG Heisenberg no laboratório do professor Achim Leutz no MDC, que se concentra na diferenciação celular e na tumorigaªnese.

"Poranãm, ao atacar o sistema imunológico adquirido, os remanãdios para a EM afetam negativamente a memória imunola³gica do corpo, tornando os pacientes mais suscetíveis a infecções a longo prazo ".


Dr. Alexander Mildner, cientista do Centro Max Delbra¼ck de Medicina Molecular na Associação Helmholtz

Sintomas de MS melhoraram em camundongos, reduzindo mona³citos

Como resultado, Mildner segue uma estratanãgia diferente hálguns anos. Ele quer descobrir qual o papel das células imunes - particularmente aquelas que fazem parte da imunidade inata - no desenvolvimento da EM e se elas representam uma estrutura-alvo promissora para a terapia de pacientes com EM. "Em um estudo anterior com um modelo de EM de camundongos, fomos capazes de mostrar que os sintomas da doença nos camundongos diminua­ram significativamente alguns dias após a destruição seletiva de seus mona³citos por anticorpos", relata o pesquisador. Esse resultado foi uma grande surpresa para ele e para muitos de seus colegas. "Aparentemente, não são apenas as células T e B que estãoenvolvidas em causar danos aos tecidos na EM", diz Mildner.

Os mona³citos que ele estudou são um tipo especial de gla³bulos brancos que logo circulam no sangue antes de migrar para o tecido. Uma vez la¡, eles se transformam em células efetoras (faga³citos) e destroem tecidos estranhos no sistema nervoso central (SNC) - ou que, durante a EM, eles se identificam erroneamente como tal. "Esse processo", diz Mildner, "leva a  inflamação e danos aos tecidos no cérebro".

A equipe descobriu tipos desconhecidos de mona³citos

No atual estudo publicado na Nature Immunology , que ele conduziu em colaboração com uma equipe israelense liderada pelo professor Ido Amit do Departamento de Imunologia do Instituto Weizmann de Ciência, Mildner e sua equipe também se concentraram em mona³citos. "Nos últimos anos, percebemos que existem vários tipos dessas células imunola³gicas, que podem desempenhar funções diferentes", diz o pesquisador. "Por isso, quera­amos examinar em nosso modelo de EM os camundongos com mais detalhes usando o seqa¼enciamento de células únicas e descobrir quais subconjuntos de mona³citos estãopresentes no cérebro na EM e são responsa¡veis ​​por danos nos tecidos".

Ele e seus colegas identificaram seis subtipos de mona³citos diferentes, quatro dos quais eram desconhecidos anteriormente. Como em seu estudo anterior, Mildner injetou nos camundongos anticorpos contra uma protea­na especa­fica dasuperfÍcie dos mona³citos. Como esperado, as células morreram e os sintomas de esclerose maºltipla nos ratos diminua­ram dentro de um curto período de tempo. "Mas o que nos surpreendeu foi que os anticorpos não destrua­ram todos os subconjuntos de mona³citos no cérebro que possuem essa protea­na desuperfÍcie", diz Mildner.

Nem todos os mona³citos destroem a bainha protetora de mielina

"Apenas um certo tipo de mona³cito, as células Cxcl10 +, foi destrua­do pelo tratamento com anticorpos", diz Mildner. "Essas são aparentemente as células que são as principais responsa¡veis ​​por causar danos aos tecidos da EM no cérebro". Com a ajuda do seqa¼enciamento de canãlula única, ele e sua equipe também descobriram que esse tipo de canãlula difere de outros mona³citos de duas maneiras essenciais: primeiro, as células Cxcl10 + possuem um número particularmente grande de receptores para uma protea­na de sinal secretada pelas células T que induzem tecidos propriedades prejudiciais nos mona³citos. Segundo, essas células produzem grandes quantidades de interleucina-1-beta, uma substância que abre a barreira hematoencefa¡lica, permitindo que as células imunes passem mais facilmente do sangue para o cérebro e exacerbem os sintomas. "Nossa pesquisa sugere que as células T, como iniciadores da doena§a,

Os outros subconjuntos de mona³citos identificados, especula ele, talvez estejam envolvidos em processos de reparo nos quais o corpo tenta reconstruir a mielina danificada. Aluz das descobertas do estudo, ele acha que também épossí­vel que as células T e B não estejam diretamente envolvidas na remoção da bainha de mielina, mas apenas indiretamente, pois levam os mona³citos Cxcl10 + a atacar a camada protetora dos axa´nios.

Muitos efeitos colaterais podem ser evitados

"Se esse for o caso, no futuro, a maioria das formas de EM podera¡ ser tratada desativando especificamente os mona³citos Cxcl10 + em vez de direcionar as células T ou B do sistema imunológico", diz Mildner. "Isso protegeria a memória imunola³gica do corpo e impediria muitos efeitos colaterais das terapias atuais da EM". O pesquisador e sua equipe planejam investigar se os mona³citos Cxcl10 + também estãopresentes fora do SNC. "Se eles existem na periferia do corpo, por exemplo, nos ga¢nglios linfa¡ticos", diz ele, "ali seria mais fa¡cil direcionar a terapaªutica do que o cérebro".

 

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