Saúde

Equipe encontra ligação entre inflamação dos vasos sangua­neos e usinas celulares com defeito
O equila­brio entre fissão e fusão éfundamental para a saúde - especialmente a saúde cardiovascular.
Por Temple University - 11/05/2020


Satoru Eguchi, MD, PhD, FAHA, Professor de Fisiologia e Professor do Centro de Pesquisa
Cardiovascular, Centro de Pesquisa de Trombose Sol Sherry e Centro de Pesquisa de
Doena§as Metaba³licas da Faculdade de Medicina Lewis Katz da
Universidade de Temple. Crédito: Temple University Health System

A grande maioria das células do corpo humano contanãm pequenas usinas de energia conhecidas como mitoca´ndrias, que geram grande parte da energia que as células usam para as atividades do dia-a-dia. Como um recurso renova¡vel dina¢mico, essas pequenas usinas estãoconstantemente se dividindo e se unindo em processos chamados de fissão e fusão. O equila­brio entre fissão e fusão éfundamental para a saúde - especialmente a saúde cardiovascular.

Agora, em novas pesquisas, cientistas da Faculdade de Medicina Lewis Katz da Temple University (LKSOM) descobriram um novo mecanismo pelo qual anormalidades na fissão mitocondrial nas células endoteliais - as células que revestem asuperfÍcie interna dos vasos sangua­neos - contribuem para a inflamação e estresse oxidativo no sistema cardiovascular. Eles mostram ainda como o equila­brio da fissão-fusão pode ser estabilizado para diminuir a inflamação usando salicilato, o principal ingrediente ativo dos medicamentos para ala­vio da dor cotidianos, como a aspirina.

A pesquisa inovadora foi publicada on-line em 11 de maio na revista Hypertension .

"Nossas descobertas sugerem que o salicilato pode ser capaz de manter o equila­brio entre a fissão mitocondrial e a fusão sob condições inflamata³rias", disse o Dr. Eguchi. "Esta observação pode ter um impacto cla­nico real, uma vez que o salicilato já éusado em aspirina e analganãsicos relacionados".


"Já se sabia que nas doenças cardiovasculares a função das células endoteliais e das mitoca´ndrias éafetada pela inflamação, mas não saba­amos se havia uma ligação entre as duas", explicou Satoru Eguchi, MD, Ph.D., FAHA, professor de Fisiologia e Professor do Centro de Pesquisa Cardiovascular, Centro de Pesquisa de Trombose Sol Sherry e Centro de Pesquisa de Doena§as Metaba³licas do LKSOM.

Nas células endoteliais, a inflamação crônica faz com que as mitoca´ndrias se tornem menores e fragmentadas. Esse processo prejudicial émediado por uma molanãcula conhecida como protea­na 1 relacionada a  dinamina (Drp1). Normalmente, o Drp1 desempenha um papel útil na manutenção do equila­brio entre fissão e fusão. Quando as células são estressadas pela inflamação, no entanto, aumentam a atividade de fissão, resultando em fragmentação mitocondrial.

"Como o Drp1 age para aumentar a fragmentação mitocondrial quando as células endoteliais estãoinflamadas não estãoclaro", disse o Dr. Eguchi. "Mas nos perguntamos se ele poderia interagir com o fator nuclear (NF) -κB, que supervisiona a regulação dos processos inflamata³rios e estãoenvolvido na disfunção endotelial".

Nas células endoteliais, o Dr. Eguchi e colegas estimularam vias inflamata³rias que produziam fragmentação mitocondrial. Eles então examinaram os efeitos do bloqueio da atividade e expressão do Drp1. Essas experiências mostraram que, nas células, a inibição de Drp1 suprime a fissão mitocondrial, a ativação de NF-κB e a inflamação. Tambanãm foram observadas reduções na fissão e inflamação nas células após a inibição do NF-κB, bem como nos estudos de acompanhamento em camundongos geneticamente modificados para ter menos Drp1.

Os pesquisadores determinaram em seguida se o salicilato do medicamento anti-inflamata³rio também poderia reduzir a fragmentação mitocondrial. O salicilato funciona bloqueando a atividade de maºltiplas moléculas inflamata³rias, incluindo NF-κB. Como esperado, em camundongos, o tratamento com salicilato atenuou a inflamação e a fragmentação mitocondrial por seus efeitos nas vias NF-κB e a jusante.

"Nossas descobertas sugerem que o salicilato pode ser capaz de manter o equila­brio entre a fissão mitocondrial e a fusão sob condições inflamata³rias", disse o Dr. Eguchi. "Esta observação pode ter um impacto cla­nico real, uma vez que o salicilato já éusado em aspirina e analganãsicos relacionados".

Em trabalhos futuros, o Dr. Eguchi planeja explorar a influaªncia do envelhecimento e outros fatores no Drp1 e na fissão mitocondrial nas células endoteliais .

"A função mitocondrial diminui com o envelhecimento, mas também sabemos que exerca­cios e dieta influenciam esse processo. Como esses fatores se unem mecanicamente para impactar a saúde vascular não étotalmente compreendido", explicou o Dr. Eguchi.

 

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