Saúde

COVID-19: Encerramento viral do manãtodo de sa­ntese de protea­nas encontrado
O novo estudo mostra que uma extremidade da protea­na Nsp1 interage com a subunidade 40S de forma a impedir a ligaa§a£o do mRNA.
Por Universidade Ludwig Maximilian de Munique - 20/07/2020

Doma­nio paºblico

Pesquisadores de Munique e Ulm determinaram como o coronava­rus pandaªmico SARS-CoV-2 inibe a sa­ntese de protea­nas nas células infectadas e mostraram que ele efetivamente desarma o sistema imunológico inato do corpo. 

Embora seu nome seja relativamente inespeca­fico e de fato opaco, a protea­na não estrutural 1 (Nsp1) codificada pelo coronava­rus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia atual, agora demonstrou ter um efeito devastador nas células hospedeiras. O Nsp1 éde fato uma das armas centrais usadas pelo va­rus para garantir sua própria replicação e propagação em hospedeiros humanos. O Nsp1 foi identificado como um fator de virulência após o surto do coronava­rus SARS relacionado, háquase 20 anos, quando se demonstrou inibir a sa­ntese de protea­nas nas células infectadas. Agora, pesquisadores da Ludwig-Maximilians-Universitaet (LMU) em Munique e do Hospital Universita¡rio de Ulm descobriram o que torna o Nsp1 tão potente. Em um artigo que aparece na revista Science, eles descrevem o modo de ação da protea­na em detalhes.

Em todas as células biológicas, a tarefa de sintetizar protea­nas érealizada por ma¡quinas moleculares complexas conhecidas como ribossomos. Os ribossomos interagem com os RNAs mensageiros (mRNAs), que servem como modelos para a sa­ntese de protea­nas, e traduzem a sequaªncia nucleota­dica de cada mRNA na sequaªncia de aminoa¡cidos da protea­na correspondente. A sequaªncia de aminoa¡cidos, por sua vez, determina a forma e a função biológica de cada protea­na individual. Os ribossomos consistem em duas subunidades distintas e o Nsp1 se liga a  menor - a subunidade 40S. O mRNA inicialmente se liga a  subunidade pequena antes da interação desta com a subunidade 60S para formar a cavidade atravanãs da qual o mRNA éentão enfiado.

O novo estudo mostra que uma extremidade da protea­na Nsp1 interage com a subunidade 40S de forma a impedir a ligação do mRNA. Com o auxa­lio da microscopia crioeletra´nica de alta resolução , o professor Roland Beckmann e seus colegas do LMU Gene Center mostraram em detalhes tridimensionais como o Nsp1 se liga firmemente a uma bolsa especa­fica na pequena subunidade ribossa´mica e inibe a formação de ribossomos funcionais . Outras experiências revelaram que o Nsp1 também pode interagir com estados configuracionais específicos do ribossomo totalmente montado .

Além disso, a equipe liderada por Konstantin Sparrer no Hospital Universita¡rio de Ulm conseguiu mostrar que o desligamento da sa­ntese protanãica leva a um colapso quase completo de uma das principais linhas de defesa do corpo contra o va­rus. Nsp1 inativa a resposta imune inata inibindo uma cascata de sinalização vital. Os autores do estudo esperam que as ideias obtidas permitam encontrar maneiras de neutralizar o novo coronava­rus e, assim, mitigar a gravidade da doença respirata³ria que ele causa. Uma abordagem potencial, dizem eles, seria desenvolver uma molanãcula que mascara o local de ligação da protea­na viral. Isso deve ser via¡vel, uma vez que o pra³prio bolso de ligação ao Nsp1 parece não ter um papel essencial na função ribossa´mica.

 

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