O novo estudo mostra que uma extremidade da proteana Nsp1 interage com a subunidade 40S de forma a impedir a ligaa§a£o do mRNA.
Domanio paºblico
Pesquisadores de Munique e Ulm determinaram como o coronavarus pandaªmico SARS-CoV-2 inibe a santese de proteanas nas células infectadas e mostraram que ele efetivamente desarma o sistema imunológico inato do corpo.Â
Embora seu nome seja relativamente inespecafico e de fato opaco, a proteana não estrutural 1 (Nsp1) codificada pelo coronavarus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia atual, agora demonstrou ter um efeito devastador nas células hospedeiras. O Nsp1 éde fato uma das armas centrais usadas pelo varus para garantir sua própria replicação e propagação em hospedeiros humanos. O Nsp1 foi identificado como um fator de virulência após o surto do coronavarus SARS relacionado, háquase 20 anos, quando se demonstrou inibir a santese de proteanas nas células infectadas. Agora, pesquisadores da Ludwig-Maximilians-Universitaet (LMU) em Munique e do Hospital Universita¡rio de Ulm descobriram o que torna o Nsp1 tão potente. Em um artigo que aparece na revista Science, eles descrevem o modo de ação da proteana em detalhes.
Em todas as células biológicas, a tarefa de sintetizar proteanas érealizada por ma¡quinas moleculares complexas conhecidas como ribossomos. Os ribossomos interagem com os RNAs mensageiros (mRNAs), que servem como modelos para a santese de proteanas, e traduzem a sequaªncia nucleotadica de cada mRNA na sequaªncia de aminoa¡cidos da proteana correspondente. A sequaªncia de aminoa¡cidos, por sua vez, determina a forma e a função biológica de cada proteana individual. Os ribossomos consistem em duas subunidades distintas e o Nsp1 se liga a menor - a subunidade 40S. O mRNA inicialmente se liga a subunidade pequena antes da interação desta com a subunidade 60S para formar a cavidade atravanãs da qual o mRNA éentão enfiado.
O novo estudo mostra que uma extremidade da proteana Nsp1 interage com a subunidade 40S de forma a impedir a ligação do mRNA. Com o auxalio da microscopia crioeletra´nica de alta resolução , o professor Roland Beckmann e seus colegas do LMU Gene Center mostraram em detalhes tridimensionais como o Nsp1 se liga firmemente a uma bolsa especafica na pequena subunidade ribossa´mica e inibe a formação de ribossomos funcionais . Outras experiências revelaram que o Nsp1 também pode interagir com estados configuracionais específicos do ribossomo totalmente montado .
Além disso, a equipe liderada por Konstantin Sparrer no Hospital Universita¡rio de Ulm conseguiu mostrar que o desligamento da santese protanãica leva a um colapso quase completo de uma das principais linhas de defesa do corpo contra o varus. Nsp1 inativa a resposta imune inata inibindo uma cascata de sinalização vital. Os autores do estudo esperam que as ideias obtidas permitam encontrar maneiras de neutralizar o novo coronavarus e, assim, mitigar a gravidade da doença respirata³ria que ele causa. Uma abordagem potencial, dizem eles, seria desenvolver uma molanãcula que mascara o local de ligação da proteana viral. Isso deve ser via¡vel, uma vez que o pra³prio bolso de ligação ao Nsp1 parece não ter um papel essencial na função ribossa´mica.