Saúde

A ma¡ nutrição durante os anos escolares pode ter criado uma diferença de altura de 20 cm entre as nações
Uma nova análise global, liderada pelo Imperial College London, avaliou a altura e o peso de criana§as e adolescentes em idade escolar em todo o mundo.
Por Kate Wighton - 08/11/2020


Doma­nio paºblico

A pesquisa  estãopublicada na revista The Lancet.

Em algunspaíses, as criana§as crescem de forma sauda¡vel atécinco anos, mas ficam para trás nos anos escolares.

Professor Majid Ezzati
Autor do estudo

O estudo, que utilizou dados de 65 milhões de criana§as de cinco a 19 anos em 193países, revelou que a altura e o peso das criana§as em idade escolar, indicadores de sua saúde e qualidade de sua alimentação, variam enormemente em todo o mundo.

Havia uma diferença de 20 cm entre os jovens de 19 anos nas nações mais altas e mais baixas - isso representava uma lacuna de crescimento de oito anos para meninas e uma lacuna de crescimento de seis anos para meninos. Por exemplo, o estudo revelou que a média de uma menina de 19 anos em Bangladesh e na Guatemala (ospaíses com as meninas mais baixas do mundo) tem a mesma altura de uma menina de 11 anos na Holanda, opaís com as mais altas meninos e meninas.

A equipe internacional responsável pelo estudo adverte que a nutrição infantil altamente varia¡vel, especialmente a falta de alimentos de qualidade, pode levar ao crescimento atrofiado e ao aumento da obesidade infantil - afetando a saúde e o bem-estar de uma criana§a por toda a vida.

Estrela do Manchester United e da Inglaterra, e ativista da pobreza infantil, Marcus Rashford MBE tuitou sobre o estudo.

Criana§as holandesas entre as mais altas

A pesquisa, que relatou dados de 1985 a 2019, revelou que as nações com os jovens de 19 anos mais altos em 2019 estavam no noroeste e na Europa central, e inclua­am Holanda, Montenegro, Dinamarca e Isla¢ndia.

Essas nações com os menores de 19 anos em 2019 estavam principalmente no sul e sudeste da asia, Amanãrica Latina e áfrica Oriental, incluindo Timor-Leste, Papua Nova Guinanã, Guatemala e Bangladesh.

Nossas descobertas devem motivar políticas que aumentem a disponibilidade e reduzam o custo de alimentos nutritivos, pois isso ajudara¡ as criana§as a crescerem sem ganhar peso excessivo para sua altura.

Dra. Andrea Rodriguez Martinez
Autor do estudo

As maiores melhorias na altura média das criana§as durante o período de 35 anos foram observadas em economias emergentes como China, Coranãia do Sul e algumas partes do sudeste da asia. Por exemplo, meninos de 19 anos na China em 2019 eram 8 cm mais altos do que em 1985, com sua classificação global mudando de 150º mais alto em 1985 para 65º em 2019. Em contraste, a altura das criana§as, especialmente meninos, em muitospaíses subsaarianos As nações africanas estagnaram ou diminua­ram ao longo dessas décadas.

A classificação de altura global para o Reino Unido piorou nos últimos 35 anos, com meninos de 19 anos caindo do 28º mais alto em 1985 (176,3 cm) para o 39º em 2019 (178,2 cm), e meninas de 19 anos de 42º ( 162,7 cm) ao 49º (163,9 cm).

O estudo também avaliou o andice de Massa Corporal (IMC) das criana§as - uma medida da relação altura / peso, que da¡ uma indicação se uma pessoa tem um peso sauda¡vel para sua altura. A análise revelou que jovens de 19 anos com o maior IMC foram encontrados nas ilhas do Paca­fico, Oriente Manãdio, EUA e Nova Zela¢ndia. O IMC de jovens de 19 anos foi o mais baixo empaíses do sul da asia, como andia e Bangladesh. A diferença entre o IMC mais leve e o mais pesado no estudo foi em torno de nove unidades de IMC (equivalente a cerca de 25 kg de peso).

Falta de nutrição sauda¡vel nos anos escolares

A equipe de pesquisa explica que a análise também revelou que, em muitas nações, criana§as de cinco anos tinham altura e peso sauda¡veis, definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, após essa idade, as criana§as em algunspaíses experimentaram um aumento muito pequeno na altura e ganharam muito peso, em comparação com o potencial de crescimento sauda¡vel.

A equipe afirma que a razãomais importante para isso éa falta de nutrição adequada e sauda¡vel e de ambiente de vida durante os anos escolares, já que tanto o ganho de altura quanto o de peso estãointimamente ligados a  qualidade da dieta da criana§a.

O professor Majid Ezzati , autor saªnior do estudo da Escola de Saúde Paºblica do Imperial, disse: “Em algunspaíses, as criana§as crescem saudavelmente atécinco anos, mas ficam para trás nos anos escolares. Isso mostra que háum desequila­brio entre o investimento na melhoria da nutrição na pré-escola e nas criana§as e adolescentes em idade escolar. Esta questãoéespecialmente importante durante a pandemia COVID-19, quando as escolas estãofechadas em todo o mundo e muitas fama­lias pobres são incapazes de fornecer nutrição adequada para seus filhos ”.

A Dra. Andrea Rodriguez Martinez , principal autora do estudo da Escola de Saúde Paºblica Imperial, acrescentou: “Nossas descobertas devem motivar políticas que aumentem a disponibilidade e reduzam o custo de alimentos nutritivos, pois isso ajudara¡ as criana§as a crescerem sem engordar excessivamente sua altura. Essas iniciativas incluem vales-alimentação para alimentos nutritivos para fama­lias de baixa renda e programas de alimentação escolar sauda¡vel gratuita, que estãoparticularmente ameaa§ados durante a pandemia. Essas ações permitiriam que as criana§as crescessem sem engordar excessivamente, com benefa­cios para a vida toda para sua saúde e bem-estar ”.

O estudo foi financiado pelo Wellcome Trust, Programa de Saúde Jovem AstraZeneca, Unia£o Europeia.

 

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