Saúde

O estudo PRINCaPIO descobriu que os antibia³ticos azitromicina e doxiciclina geralmente não são tratamentos eficazes para COVID-19
O ensaio éum dos três ensaios de plataforma nacional para tratamentos COVID-19 e complementa os ensaios RECOVERY e REMAP-CAP que se concentram em pacientes hospitalizados.
Por Oxford - 26/01/2021


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Em mara§o de 2020, o ensaio cla­nico randomizado de plataforma em todo o Reino Unido  de intervenções contra COVID-19 em idosos  (PRINCaPIO) foi estabelecido como um ensaio cla­nico randomizado de plataforma flexa­vel para testar uma variedade de tratamentos potenciais para COVID-19 que podem ser adequados para uso na comunidade para ajudar as pessoas a se recuperarem mais rapidamente e evitar a necessidade de internação hospitalar. O ensaio éum dos três ensaios de plataforma nacional para tratamentos COVID-19 e complementa os ensaios RECOVERY e REMAP-CAP que se concentram em pacientes hospitalizados.

Azitromicina e doxiciclina são dois antibia³ticos comumente usados, investigados como tratamentos separados no estudo. Ambas as drogas estãosendo usadas por alguns médicos na esperana§a de tratar COVID-19 nos esta¡gios iniciais da doena§a.

Depois de revisar as análises provisãorias de ambos os braa§os da azitromicina e doxiciclina do estudo PRINCIPLE, o Comitaª Diretor do Estudo independente aconselhou os investigadores do estudo, que conclua­ram que não háefeito benanãfico em pacientes com mais de 50 anos que são tratados com antibia³ticos em casa no ini­cio esta¡gios do COVID-19. Isso ocorre porque as análises de dados provisãorios mostram que nenhum dos tratamentos reduz o tempo necessa¡rio para que as pessoas relatem pela primeira vez que se sentem recuperadas o suficiente para atingir um benefa­cio cla­nico significativo. O estudo PRINCIPLE não avaliou os efeitos desses medicamentos em pacientes que já haviam sido internados no hospital com COVID-19.

Portanto, nenhuma outra pessoa estãosendo randomizada para receber azitromicina ou doxiciclina no estudo PRINCIPLE.

Resumo dos principais achados clínicos:

Azitromicina: Um total de 526 participantes elega­veis foram randomizados para azitromicina (500 mg uma vez ao dia por 3 dias) nos primeiros 14 dias do ini­cio do COVID-19 e comparados com 862 participantes randomizados para tratamento usual. De acordo com o protocolo, a randomização no braa§o da azitromicina foi interrompida por futilidade devido a uma pequena probabilidade (0,024) de benefa­cio clinicamente significativo em comparação com o tratamento usual em uma análise provisãoria com dados incompletos. Apa³s 28 dias de acompanhamento nos participantes randomizados, os resultados mostraram que o tempo manãdio estimado para a recuperação autorrelatada para azitromicina foi 0,94 dias mais curto em comparação com o tratamento usual (intervalo de credibilidade bayesiano de 95% -0,56 a 2,43 dias), com um baixa probabilidade (0,23) de ser um benefa­cio significativo. Além disso,

Doxiciclina:  um total de 798 participantes elega­veis foram randomizados para doxiciclina (200 mg no primeiro dia seguido de 100 mg por dia durante 6 dias) nos primeiros 14 dias do ini­cio do COVID-19 e comparados com 994 participantes randomizados para cuidados usuais . De acordo com o protocolo, a randomização para o braa§o doxiciclina foi interrompida por futilidade devido a  pequena probabilidade (0,044) de um benefa­cio clinicamente significativo em comparação com o tratamento usual em uma análise provisãoria. Com base nos dados incompletos provisãorios, tanto o benefa­cio cla­nico estimado no tempo de recuperação (benefa­cio inferior a 1 dia) quanto a taxa de hospitalização (benefa­cio inferior a 2%) são pequenos para a doxiciclina. Os resultados finais para o braa§o doxiciclina do estudo PRINCIPLE sera£o publicados após o acompanhamento completo de 28 dias de todos os participantes randomizados dispona­veis. 
Detalhes e análises adicionais sobre os braa§os da azitromicina e doxiciclina do estudo PRINCIPLE sera£o compartilhados em um futuro pra³ximo em peria³dicos revisados ​​por pares.

O recrutamento para o braa§o da budesonida do estudo PRINCIPLE continua conforme planejado.

A orientação cla­nica na Inglaterra atualmente recomenda o tratamento com doxiciclina oral para suspeita de pneumonia em pessoas com COVID-19 na comunidade se a causa for bacteriana ou se não estiver claro se a causa ébacteriana ou viral e os sintomas são particularmente preocupantes. O estudo PRINCIPLE mostra que a doxiciclina não éeficaz como tratamento para a suspeita de COVID-19 na ausaªncia de pneumonia bacteriana e não deve ser usada dessa forma.

O professor Chris Butler do Departamento de Ciências da Saúde de Atenção Prima¡ria da Universidade de Oxford e co-lider do estudo PRINCIPLE, disse: 'A azitromicina e a doxiciclina tem efeitos antiinflamata³rios, antibacterianos e possivelmente antivirais e, portanto, foram consideradas como tratamentos potenciais para COVID-19 na comunidade. Enquanto estamos completando a análise de toda a gama de resultados do estudo, e em diferentes grupos de pacientes, nossos resultados mostram que um curso de azitromicina de três dias ou um curso de sete dias de doxiciclina não tem benefa­cio cla­nico importante em termos de tempo gasto a se sentir recuperado e, portanto, não ajudara¡ a maioria dos pacientes com COVID-19 nos esta¡gios iniciais da doena§a. Esses são dois achados importantes, já que tanto a azitromicina quanto a doxiciclina foram usadas para tratar COVID-19 na comunidade, mesmo na ausaªncia de suspeita de pneumonia bacteriana, portanto, essa prática agora deve ser reconsiderada - particularmente porque o uso excessivo de antibia³ticos na comunidade pode alimentar o surgimento de resistência antimicrobiana. PRINCaPIO éum dos primeiros estudos a relatar sobre a doxiciclina para COVID-19 em todo o mundo e, como esse medicamento éde uso comum para essa condição, deve ajudar a orientar as decisaµes de prescrição de COVID-19.

“O estudo PRINCIPLE cresceu e se tornou uma colaboração da comunidade em todo o Reino Unido para encontrar tratamentos eficazes para COVID-19 que podem ser usados ​​na comunidade. Tratamentos que podem acelerar a recuperação e prevenir hospitalizações são urgentemente necessa¡rios em todo o mundo. O ensaio estãoem andamento e continuara¡ a avaliar os tratamentos COVID-19 adequados para uso na comunidade que podem acelerar a recuperação e potencialmente reduzir a necessidade de internação hospitalar. Ainda são necessa¡rias muito mais pessoas para aderir ao estudo porque hávários outros tratamentos que precisam ser testados. '

O professor Richard Hobbs, chefe do Departamento de Ciências da Saúde de Atenção Prima¡ria da Universidade de Oxford e colider do estudo PRINCIPLE, disse:  'Embora seja decepcionante que nem a azitromicina nem a doxiciclina aceleram a recuperação para aqueles com COVID-19 no comunidade, ambos são achados importantes que reduzira£o o uso de antibia³ticos ineficazes para esta doena§a. Essa descoberta mostra a importa¢ncia de fazer testes clínicos rigorosos em ambientes do mundo real antes que os tratamentos sejam implementados em larga escala. O uso generalizado do tratamento não deve ser baseado apenas em estudos laboratoriais e opiniaµes. Continuamos extremamente gratos pelos enormes esforços de muitos pacientes, consulta³rios de GP e outras organizações na entrega deste estudo nacional de atenção prima¡ria nestes tempos desafiadores. '

A azitromicina e a doxiciclina são amplamente utilizadas na atenção prima¡ria para tratar infecções do trato respirata³rio. Dados do Oxford-Royal College of General Practitioners Research (RCGP) e Surveillance Center (RSC) mostram que durante a pandemia de COVID-19, os médicos de cla­nica geral tem maior probabilidade de prescrever antibia³ticos para pessoas com infecções respirata³rias inferiores, e o uso de azitromicina tem aumentou em comparação com 2019, e o uso de doxiciclina permaneceu esta¡tico, apesar da redução de novos casos de doença respirata³ria.

O professor Simon de Lusignan, diretor do RCGP RSC e coinvestigador principal do estudo PRINCIPLE,  disse: 'Embora eu entenda perfeitamente por que os colegas gostariam de fazer tudo por pacientes que podem ter COVID-19, PRINCIPLE fornece evidaªncias aºteis de que a prescrição desses antibia³ticos para a maioria das pessoas com possí­vel COVID-19 não éútil. '

O estudo PRINCIPLE estãoavaliando principalmente se o tratamento prescrito nos primeiros 14 dias da doença COVID-19 pode acelerar a recuperação e prevenir a necessidade de internação hospitalar. Esta¡ aberto em todo o Reino Unido para pessoas com mais de 50 anos com certas condições de saúde subjacentes, ou qualquer pessoa com mais de 65 anos. Aqueles com sintomas de coronava­rus ou uma infecção de SARS-CoV-2 confirmada, podem entrar facilmente em casa online, por telefone ou via sua prática de GP de qualquer lugar no Reino Unido, sem a necessidade de visitas cara a cara com a equipe de teste em Oxford. Qualquer profissional de saúde e assistaªncia social écapaz de apresentar o PRINCaPIO aos participantes em potencial e mais de 3.700 pessoas já aderiram atéo momento.

Os participantes são randomizados para receber os cuidados usuais ou para serem tratados com a adição de um tratamento experimental. As informações de acompanhamento são coletadas online ou por telefone e de registros médicos.

PRINCIPLE éfinanciado pela Pesquisa e Inovação do Reino Unido e pelo Departamento de Saúde e Assistaªncia Social atravanãs do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde como parte do fundo de resposta rápida a  pesquisa do governo do Reino Unido.

Mais informações estãodisponí­veis em www.principletrial.org

Para mais informações ou entrevistas com os pesquisadores principais, entre em contato com Dan Richards-Doran, University of Oxford,  dan.richards-doran@phc.ox.ac.uk

Sobre o teste PRINCIPLE:

O estudo PRINCIPLE em todo o Reino Unido foi projetado como um estudo de plataforma, portanto, écapaz de investigar vários tratamentos para a mesma doena§a. Neste caso, o ensaio estãoavaliando os tratamentos existentes que teoricamente podem ser benéficos no COVID-19 para reduzir a doença ou prevenir a hospitalização ou a morte. Os tratamentos podem ser retirados do ensaio assim que uma resposta sobre sua eficácia for encontrada. Novos tratamentos também podem ser adicionados a  medida que o teste avana§a.

PRINCaPIO continua a investigar os efeitos do tratamento na comunidade com budesonida inalada, um corticosteroide inalado que também éantiinflamata³rio e potencialmente antiviral.

PRINCaPIO éliderado pela Unidade de Ensaios Cla­nicos de Atenção Prima¡ria do Departamento de Ciências da Saúde de Atenção Prima¡ria da Universidade de Oxford. PRINCIPLE éapoiado por uma vasta rede de lares de idosos, farma¡cias, NHS 111 Hubs, hospitais e 1.016 cla­nicas de GP em toda a Inglaterra, Paa­s de Gales, Esca³cia e Irlanda do Norte. O ensaio éintegrado ao Oxford-RCGP Research and Surveillance Centre e trabalha em estreita colaboração com a NIHR Clinical Research Network, NHS DigiTrials, Public Health England, Health and Care Research Wales, NHS Research Scotland e Health and Social Care Board na Irlanda do Norte.

www.principletrial.org

Sobre a Universidade de Oxford

A Oxford University foi colocada em primeiro lugar no  Times Higher Education  World University Rankings pelo quinto ano consecutivo, e no centro desse sucesso estãonossa pesquisa e inovação inovadoras. Oxford émundialmente famosa pela excelaªncia em pesquisa e abriga algumas das pessoas mais talentosas de todo o mundo. Nosso trabalho ajuda a vida de milhões de pessoas, resolvendo problemas do mundo real por meio de uma enorme rede de parcerias e colaborações. A amplitude e a natureza interdisciplinar de nossa pesquisa geram soluções e insights criativos e criativos.

A Divisão de Ciências Manãdicas da Universidade de Oxford éum dos maiores centros de pesquisa biomédica da Europa, com mais de 2.500 pessoas envolvidas em pesquisas e mais de 2.800 alunos. A universidade éconsiderada a melhor do mundo em medicina e ciências da vida, e éo lar da escola de medicina mais bem avaliada do Reino Unido. Tem um dos maiores portfa³lios de ensaios clínicos do Reino Unido e grande experiência em levar descobertas do laboratório para a cla­nica. As parcerias com os NHS Trusts locais permitem que os pacientes se beneficiem de va­nculos estreitos entre a pesquisa médica e a prestação de cuidados de saúde.

Dentro da divisão, o Departamento de Ciências da Saúde de Atenção Prima¡ria de Nuffield éo maior e melhor centro de atenção prima¡ria acadaªmica no Reino Unido e lidera pesquisa e treinamento de classe mundial para repensar a forma como a saúde éfornecida na cla­nica geral e em outros ambientes de atenção prima¡ria . A pesquisa principal do departamento concentra-se na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças comuns, reunindo acadaªmicos de muitas origens diferentes para trabalharem juntos para produzir benefa­cios para o NHS, para as populações e para os pacientes. www.phc.ox.ac.uk

Sobre o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR)

O Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR) éo maior financiador de pesquisas em saúde e cuidados dopaís. O NIHR:

Financia, apoia e fornece pesquisas de alta qualidade que beneficiam o NHS, a saúde pública e a assistaªncia social.

Envolve e envolve pacientes, cuidadores e o paºblico a fim de melhorar o alcance, a qualidade e o impacto da pesquisa.

Atrai, treina e apoia os melhores pesquisadores para enfrentar os complexos desafios de saúde e cuidados do futuro.

Investe em infraestrutura de classe mundial e uma força de trabalho de entrega qualificada para traduzir as descobertas em tratamentos e servia§os aprimorados.

Parceria com outros financiadores paºblicos, instituições de caridade e indústria para maximizar o valor da pesquisa para os pacientes e a economia.

O NIHR foi criado em 2006 para melhorar a saúde e a riqueza dopaís por meio de pesquisas e éfinanciado pelo Departamento de Saúde e Assistaªncia Social. Além de seu papel nacional, o NIHR comissiona a pesquisa aplicada a  saúde para beneficiar as pessoas mais pobres empaíses de baixa e média renda, usando fundos da Assistaªncia Oficial ao Desenvolvimento.

Este trabalho utiliza dados fornecidos pelos pacientes e coletados pelo SUS como parte do seu cuidado e apoio e não teria sido possí­vel sem o acesso a esses dados. O NIHR reconhece e valoriza o papel dos dados do paciente, acessados ​​e armazenados com segurança, tanto para sustentar quanto para levar a melhorias na pesquisa e no atendimento. www.nihr.ac.uk/patientdata 

O UK Research and Innovation  trabalha em parceria com universidades, organizações de pesquisa, empresas, instituições de caridade e governo para criar o melhor ambiente possí­vel para o florescimento da pesquisa e da inovação. Nosso objetivo émaximizar a contribuição de cada uma de nossas partes componentes, trabalhando individual e coletivamente. Trabalhamos com nossos muitos parceiros para beneficiar a todos por meio de conhecimento, talento e ideias.

Operando em todo o Reino Unido com um ora§amento combinado de mais de £ 8 bilhaµes, o UK Research and Innovation reaºne os sete conselhos de pesquisa, Innovate UK e Research England.

 

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