Saúde

Paleofa¡rmacos de a¢mbar do Ba¡ltico podem combater infecções resistentes a medicamentos
Os cientistas identificaram compostos que ajudam a explicar os efeitos terapaªuticos do a¢mbar do Ba¡ltico e que podem levar a novos medicamentos para combater infeca§aµes resistentes a antibia³ticos.
Por American Chemical Society - 05/04/2021


O a¢mbar do Ba¡ltico não éapenas bonito, mas também uma fonte potencial de novos antibia³ticos. Crédito: Connor McDermott

Durante séculos, as pessoas nas nações ba¡lticas usaram o a¢mbar antigo para fins medicinais. Ainda hoje, os bebaªs recebem colares de a¢mbar que mastigam para aliviar a dor da dentição, e as pessoas colocam a¢mbar pulverizado em elixires e pomadas por suas supostas propriedades antiinflamata³rias e antiinfecciosas. Agora, os cientistas identificaram compostos que ajudam a explicar os efeitos terapaªuticos do a¢mbar do Ba¡ltico e que podem levar a novos medicamentos para combater infecções resistentes a antibia³ticos.

Os pesquisadores apresentara£o seus resultados hoje na reunia£o de primavera da American Chemical Society (ACS).

A cada ano, nos Estados Unidos, pelo menos 2,8 milhões de pessoas contraem infecções resistentes a antibia³ticos , causando 35.000 mortes, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doena§as dos Estados Unidos. "Saba­amos por pesquisas anteriores que havia substâncias no a¢mbar do Ba¡ltico que poderiam levar a novos antibia³ticos, mas não foram exploradas sistematicamente", diz Elizabeth Ambrose, Ph.D., que éa principal investigadora do projeto. "Na³s agora extraa­mos e identificamos vários compostos do a¢mbar do Ba¡ltico que mostram atividade contra bactanãrias gram-positivas resistentes a antibia³ticos ."

O interesse de Ambrose originou-se originalmente de sua herana§a ba¡ltica. Ao visitar uma familia na Litua¢nia, ela coletou amostras de a¢mbar e ouviu histórias sobre seus usos medicinais. A regia£o do Mar Ba¡ltico contanãm o maior depa³sito mundial do material, que éuma resina fossilizada formada hácerca de 44 milhões de anos. A resina exalava de pinheiros agora extintos da familia Sciadopityaceae e agia como uma defesa contra microorganismos como bactanãrias e fungos, bem como insetos herba­voros que ficariam presos na resina.

Ambrose e o estudante de graduação Connor McDermott, que estãona Universidade de Minnesota, analisaram amostras de a¢mbar do Ba¡ltico disponí­veis comercialmente, além de algumas que Ambrose havia coletado. “Um grande desafio era preparar um pa³ fino homogaªneo dos seixos a¢mbar que pudesse ser extraa­do com solventes”, explica McDermott. Ele usou um laminador de frasco de mesa, no qual o frasco épreenchido com contas de cera¢mica e pedras de a¢mbar e girado de lado. Por tentativa e erro, ele determinou a proporção correta de contas para seixos para produzir um pa³ semifino. Em seguida, usando várias combinações de solventes e técnicas, ele filtrou, concentrou e analisou os extratos do pa³ de a¢mbar por cromatografia gasosa-espectrometria de massa (GC-MS).

Dezenas de compostos foram identificados a partir dos espectros de GC-MS. Os mais interessantes foram o a¡cido abianãtico, o a¡cido desidroabianãtico e o a¡cido palustrico - compostos orga¢nicos de 20 carbonos e três ananãis com atividade biológica conhecida. Como esses compostos são difa­ceis de purificar, os pesquisadores compraram amostras puras e as enviaram a uma empresa que testou sua atividade contra nove espanãcies de bactanãrias , algumas das quais sabidamente resistentes a antibia³ticos.

"A descoberta mais importante éque esses compostos são ativos contra bactanãrias gram-positivas , como certas cepas de Staphylococcus aureus , mas não bactanãrias gram-negativas", diz McDermott. As bactanãrias Gram-positivas tem uma parede celular menos complexa do que as bactanãrias Gram-negativas. “Isso implica que a composição da membrana bacteriana éimportante para a atividade dos compostos”, afirma. McDermott também obteve um pinheiro-manso japonaªs, a espanãcie viva mais próxima das a¡rvores que produziram a resina que se tornou o a¢mbar do Ba¡ltico. Ele extraiu resina das agulhas e do caule e identificou o sclarene, molanãcula presente nos extratos que teoricamente poderia sofrer transformações químicas para produzir os compostos bioativos que os pesquisadores encontraram em amostras de a¢mbar do Ba¡ltico.

"Estamos entusiasmados para avana§ar com esses resultados", disse Ambrose. "Abianãtico a¡cidos e os seus derivados são potencialmente uma fonte inesgota¡vel de novos medicamentos, especialmente para o tratamento de infecções causadas por bactanãrias Gram-positivas bactanãrias , que são cada vez resistentes aos antibia³ticos conhecidos."

 

.
.

Leia mais a seguir