Saúde

Injeções de esteroides para bebaªs prematuros associados a riscos para a saúde mental
Injea§aµes de estera³ides administradas a mulheres gra¡vidas antes do parto prematuro podem aumentar o risco da criana§a de dificuldades comportamentais posteriores, concluiu um estudo.
Por Sam Wong - 23/05/2021



As ma£es com parto prematuro costumam receber uma infusão de glicocortica³ides, que imitam o horma´nio natural cortisol. Este tratamento évital para ajudar os pulmaµes do bebaª a amadurecer, mas a nova pesquisa sugere que também pode aumentar o risco de problemas de saúde mental, incluindo transtorno de danãficit de atenção / hiperatividade (TDAH). O TDAH éo distaºrbio comportamental mais comum em jovens no Reino Unido.

O estudo, realizado por pesquisadores do Imperial College London e da University of Oulu , Finla¢ndia, estãopublicado na revista PLOS ONE .

"Os benefa­cios do tratamento com esteroides na saúde e sobrevivaªncia infantil imediata estãobem estabelecidos e superam qualquer risco possí­vel de dificuldades comportamentais ou emocionais a longo prazo".

- Professora Alina Rodriguez
Escola de Saúde Paºblica

O cortisol éproduzido no feto nos esta¡gios finais da gravidez para ajudar o desenvolvimento dos pulmaµes, preparando o bebaª para a vida fora do aºtero. Problemas pulmonares são comuns em bebaªs prematuros e podem causar dificuldades respirata³rias com risco de vida. Os glicocortica³ides sintanãticos, que reproduzem os efeitos do cortisol natural, são administrados antes do nascimento prematuro para reduzir o risco desses problemas.

Tem havido alguma preocupação de que a exposição a na­veis elevados de glicocortica³ides no aºtero possa ter efeitos prejudiciais a longo prazo no desenvolvimento do cérebro. Os cientistas estabeleceram anteriormente uma ligação entre o estresse na gravidez e os sintomas de TDAH em criana§as. Como o cortisol éproduzido em resposta ao estresse, foi sugerido que o cortisol pode ser responsável por essa ligação.

Os pesquisadores estudaram 37 criana§as que foram expostas a glicocortica³ides sintanãticos antes do nascimento e as compararam a 185 criana§as que nasceram na mesma idade gestacional, mas não receberam tratamento com glicocortica³ides. Um grupo de comparação muito maior de 6.079 criana§as, combinado cuidadosamente nas caracteri­sticas da gravidez e do bebaª, também foi examinado para confirmar os resultados.

As criana§as que fizeram o tratamento tiveram pontuações mais baixas em saúde mental geral aos oito e 16 anos e eram mais propensas a apresentar sintomas de TDAH.

Alina Rodriguez, a autora saªnior do estudo, professora visitante da Escola de Saúde Paºblica do Imperial College London, disse: “Ha¡ muitos estudos que encontraram ligações entre o estresse na gravidez e os efeitos na saúde mental das criana§as, especialmente o TDAH, e isso pode estar relacionado ao cortisol.

“Os glicocortica³ides sintanãticos imitam a reação biológica quando a ma£e estãoestressada, então quera­amos ver se os bebaªs que foram expostos a este tratamento são afetados da mesma forma em termos de resultados de saúde mental.

“Este estudo sugere que também pode haver riscos de longo prazo para a saúde mental da criana§a. Embora este seja o maior estudo atéagora para examinar esses riscos, o número de criana§as em nosso grupo que foram expostas aos glicocorticoides ainda era relativamente pequeno. Mais estudos sera£o necessa¡rios para confirmar os achados.

“Gostara­amos de tranquilizar os pais de que, a  luz de todas as evidaªncias disponí­veis atéo momento, os benefa­cios do tratamento com esteroides na saúde e sobrevivaªncia infantil imediata estãobem estabelecidos e superam qualquer risco possí­vel de dificuldades comportamentais ou emocionais a longo prazo. Os pais que estãopreocupados que seus filhos possam ser afetados por dificuldades comportamentais ou emocionais devem, em primeira insta¢ncia, entrar em contato com seu médico para obter aconselhamento. ”

Os participantes faziam parte da Coorte de Nascimentos da Finla¢ndia do Norte, um estudo que recrutou mulheres no ini­cio da gravidez em 1985-6 e reuniu informações sobre a saúde das criana§as aos oito e 16 anos.

A pesquisa foi financiada pela Academia da Finla¢ndia; Fundação Sigrid Juselius, Finla¢ndia; Instituto Thule, Universidade de Oulu, Finla¢ndia; o Instituto Nacional de Saúde Mental; e EURO-BLCS (fatores biola³gicos, clínicos e genanãticos para risco futuro de doenças cardiovasculares). O professor Rodriguez recebeu financiamento em parte do FAS (Conselho Sueco para a Vida Profissional e Pesquisa Social).

 

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