Saúde

Novo centro busca entender qualquer 'ma¡gica' nos cogumelos
A pesquisa pode ajudar a abrir caminho para o uso de psicodélicos no tratamento de pacientes psiquia¡tricos
Por Alvin Powell - 12/06/2021


Jerrold Rosenbaum explica suas pesquisas e teorias sobre o futuro das drogas psicodanãlicas. Kris Snibbe / Fota³grafo da equipe de Harvard

O interesse pelos psicodélicos como terapaªutica aumentou nos últimos anos, estimulado por estudos que descobriram que as drogas outrora malignas usadas em conjunto com a terapia podem ajudar no tratamento de pacientes psiquia¡tricos. Em meio a  pressa para comercializar um conjunto de produtos recanãm-desenvolvidos, o Massachusetts General Hospital (MGH) iniciou um novo Centro de Neurociaªncia dos Psicodélicos para entender melhor os efeitos das drogas no cérebro, seus mecanismos e potencial para fins terapaªuticos. Jerrold Rosenbaum , ex-psiquiatra-chefe do MGH e professor de psiquiatria Stanley Cobb na Harvard Medical School, estãochefiando o novo centro e discutiu como ele surgiu de um insight sobre a ruminação como uma marca registrada de muitas condições mentais, bem como sua promessa de ajudar os pacientes desesperados por um tratamento inovador.

Perguntas & Respostas

Jerrold Rosenbaum


Muito se escreveu sobre psicodélicos nos últimos anos. Como o centro começou?

ROSENBAUM: Em retrospectiva, parece inadvertido. Passei um pouco menos de 20 anos como chefe de psiquiatria do Mass General e, no final desse semestre, estava conversando com um paciente sobre seu sofrimento, seu tormento, o que realmente o incomodava. Ele estava muito vivo, e eu tive esse momento “aha”. Grande parte do fardo de todas as diferentes condições que tratamos na psiquiatria, seja o TOC, transtornos de ansiedade, va­cio, depressão, a principal fonte de sofrimento éuma espanãcie de morada repetitiva, paralisada e dolorosa sobre as coisas: ruminação. Adotei o ha¡bito de perguntar a todos os meus pacientes sobre a ruminação e descobri que era uma parte substancial de seu sofrimento. Percebi que, como campo, não hava­amos prestado atenção suficiente a ele.

Tenho um amigo que éum defensor apaixonado da descriminalização e do desenvolvimento de psicodélicos como terapaªuticas. Houve uma conferaªncia sobre psicodélicos no Broad Institute e ele me pediu para participar. Um pesquisador pioneiro na pesquisa psicodanãlica, Robin Carhart-Harris, apresentou um trabalho que descreve o impacto da psilocibina em fMRIs do cérebro. Houvemudanças no que échamado de “rede de modo padra£o” do cérebro, e hárelatos de aumento de atividade na rede de modo padrãocom pessoas que ruminam. Isso éo que me fisgou: a psilocibina altera o modo de rede padra£o.

E o centro cresceu a partir disso?

ROSENBAUM: Achei que seria legal estudar em pacientes com ruminação severa, então procurei uma empresa que sintetiza psilocibina, a Compass Pathways, e conversei com uma das fundadoras, Katya Malievskaia. Nosso foco na ruminação lhe pareceu inovador e atraente, então ela concordou em disponibilizar a psilocibina da empresa e mais tarde ofereceu algum apoio por meio de uma fundação. Eles também nos apresentaram a uma familia da Califórnia que éapaixonada pelo potencial dos psicodanãlicos. Eles perderam uma filha por suica­dio que procurava tratamento com psicodanãlicos, mas não conseguiu acesso a nenhum. Acabamos tendo recursos para custear dois estudos de neuroimagem.

Qua£o difa­cil foi vender no Mass General, internamente?

ROSENBAUM: As aprovações foram bastante fa¡ceis. Mais importante tem sido a cultura do MGH. As pessoas não estãoisoladas; eles não se preocupam em colaborar. Isso érealmente verdade para o ecossistema de Boston em geral, atravanãs do MIT, Harvard, o Broad. Muitas pessoas em nosso ecossistema de pesquisa biomédica percebem que, se trabalharmos juntos, todos sera£o mais produtivos. Portanto, éfa¡cil entrar em contato com as pessoas e elas dizem: “Claro, estou dentro”. Existe uma cultura de “Estamos felizes em trabalhar juntos. Temos as ferramentas. Isso parece interessante." Nãohavia nenhum inda­cio de interesse pra³prio protetor.

O financiamento tem que ser privado neste momento?

ROSENBAUM: Tem que ser filantra³pico por enquanto, mas arrecadar fundos tem sido difa­cil. Parte disso épor causa da COVID, já que não temos conseguido sair na frente das pessoas, mas muito dinheiro estãoindo para oportunidades comerciais. Eu não posso dizer quantas versaµes diferentes de psilocibina, por exemplo, estãoem desenvolvimento em diferentes startups: pequenos ajustes qua­micos, novas entregas, novas formulações. Muitos querem que os psicodélicos sejam aprovados ou descriminalizados, e quando digo que precisamos de mais estudos cienta­ficos, consigo mais grilos do que da³lares.

O NIH não estãopronto para financiar muito nesta área, embora eles tenham comea§ado, e alguém já teria que ter feito um trabalho ba¡sico para que as propostas voassem. Eu realmente acredito que hávalor potencial para alguns pacientes psiquia¡tricos e talvez para a saúde do cérebro em geral, que permitira¡ que pessoas que não fomos capazes de ajudar a curar ou recuperar.

Mas ainda não éilegal? Eles estãofazendo esses produtos, mas éespeculativo neste momento, não anã?

ROSENBAUM: O FDA [Food and Drug Administration] deu a  MAPS [Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies], que financia o estudo de MDMA [3,4-Methyl enedioxy metanfetamina, comumente conhecida como ecstasy ou molly], e Compass Pathways, que estãofazendo um estudo de psilocibina de fase 2b, status de descoberta. Isso indica que o FDA vaª potencial e estãoaberto para facilitar o processo. Nesse a­nterim, a DEA [Drug Enforcement Administration] ainda tem a maioria dos psicodélicos como drogas da Tabela 1. Vocaª pode ter uma situação em que o FDA eventualmente aprove esses tratamentos e então a DEA seráobrigada a reagenda¡-los.

Nãoacho que faz sentido que os psicodélicos continuem no Anexo 1. Quando vocêfala sobre ferir a si mesmo ou ferir outras pessoas, eles estãono final da lista, abaixo de itens que vocêpode comprar em sua farma¡cia ou que seu médico pode prescrever . Eles não são viciantes, embora criem uma experiência emocional intensa que pode ser angustiante se as pessoas não estiverem preparadas para isso ou se não for feito com o conjunto mental certo e no ambiente certo. Mas milhões de pessoas usaram essas substâncias. Por milhares de anos, eles tem sido usados ​​por várias populações, especialmente culturas inda­genas, como parte de rituais e experiências espirituais. Algumas dessas substâncias podem ter algum esta­mulo carda­aco breve, mas, por outro lado, são extremamente seguras e não viciam. Eles foram proibidos, pelo menos em parte, porque em algumas situações foram mal utilizados, mas não acho que o uso indevido seja a história completa do motivo pelo qual eles foram banidos. Um exemplo de uso indevido foi uma agaªncia governamental tentando ver se eles poderiam fazer uma lavagem cerebral nas pessoas. Havia razões políticas para torna¡-los Anexo 1 e ilegais.

Qual foi o principal desenvolvimento que mudou as coisas nos últimos anos? Foi a incursão na psicoterapia psicodanãlica assistida que mostrou resultados e segurança?

ROSENBAUM: Acho que existem muitos elementos diferentes. Alguns indivíduos tem trabalhado duro e por muito tempo, fazendo conexões e apelando para que as pessoas apa³iem ​​a mudança das restrições, enquanto outros - potenciais influenciadores futuros - estavam tendo experiências pessoais que mudaram suas crena§as. Rick Doblin, com MDMA, o fundador da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos, MAPS, tem sido um pioneiro implaca¡vel nesta área. Embora existam inúmeros depoimentos individuais e muitos estudos pequenos e muitas vezes mal controlados, os estudos atuais estãofinalmente usando amostras maiores e manãtodos melhores. Houve um relatório recente sobre MDMA e terapia assistida para PTSD, publicado na Nature Medicine algumas semanas atrás, que foi um estudo sãolido. Ha¡ uma cra­tica comum: vocêpode realmente cegar se estãotomando um medicamento em estudo ou um placebo, dada a poderosa experiência que alguém tem? Mas, no entanto, todos os pequenos estudos, todos os testemunhos - acho que 30 milhões de pessoas que usaram psicodélicos estãovivas hoje - todos apontam na mesma direção: que estes tem efeitos poderosos no cérebro ao criar um estado perceptivo ou emocional aºnico, e nem todos os psicodélicos são iguais.

O foco na psicoterapia foi útil porque a alegação de que não são os psicodélicos em si que são terapaªuticos, mas as drogas criam um estado onde a psicoterapia, o processamento do material emocional e traumas passados ​​podem ser controlados para que vocêpossa se livrar deles. Se bem administrado, vocêpode fazermudanças profundas na maneira como as pessoas pensam, sentem e se comportam - em alguns casos de forma abrupta, após anos de sofrimento. E, pelo menos para um acompanhamento de curto prazo, esse efeito parece relativamente dura¡vel. Finalmente, hámuitas pesquisas formais, voltando aos anos 60. Muitos cientistas sanãrios achavam que drogas como o LSD tinham o potencial de tratar algumas das condições mais difa­ceis de tratar, como o alcoolismo e outras formas de dependaªncia. Houve estudos nos anos 90 que revelaram que as pessoas que enfrentavam doenças terminais, recebendo tratamento com psilocibina, passou a se sentir em paz e aqueles que ainda viviam meses depois, a grande maioria continuou a manifestar redução da ansiedade e da depressão. Portanto, háevidaªncias de suporte consistentes e de longa data por aa­, se vocêanalisa¡-las.

Mas acho que a maior influaªncia foi o livro “How to Change Your Mind” de Michael Pollan porque, como eu e muitos outros, ele começou como um canãtico. Ele apenas se propa´s a aprender a história, entrevistar as pessoas. Ele ficou intrigado e adquiriu muitas informações que não apenas mudaram sua opinia£o, mas a de muitas outras pessoas.

Eu queria voltar a  ruminação, já que éuma parte importante da história do centro. A ruminação éo que torna a depressão cla­nica diferente da depressão comum, o que faz as pessoas se sentirem presas?

“Muitos querem que os psicodélicos sejam aprovados ou descriminalizados, e quando digo que precisamos de mais estudos da ciaªncia, recebo mais grilos do que da³lares.”


ROSENBAUM: A ruminação não éexclusiva da depressão e, na depressão, as pessoas tem outras fontes de angaºstia. Eles perdem sua energia e sua motivação, tem uma incapacidade de sentir prazer, isso interfere em sua capacidade de dormir, eles podem ter uma inflamação corporal total significativa - dores e sofrimentos e assim por diante. A ruminação éuma caracterí­stica da depressão, mas não éexclusiva dela.

Pense nisso como se estivesse preso a pensamentos recorrentes que o atormentam. Nãosão obsessaµes per se porque variam. Pode ser sobre algo que alguém disse, algo que vocênão fez, algo autodepreciativo, mas sua mente simplesmente não consegue se afastar disso. Vocaª estãobasicamente preso, e seu pra³prio pensamento estãolhe causando tormento. Vocaª não pode se distrair; vocênão pode para¡-lo. Algumas pessoas dizem que écomo uma falsa solução de problemas - vocênunca obtanãm a resposta. Todo mundo ruminou um pouco. Todos nostemos eventos em nossas vidas em que vocêpercebe: “Oh, meu Deus, eu usei duas meias diferentes”, ou o que quer que seja. Vocaª se sente humilhado e envergonhado.

A humilhação éum medo humano bastante fundamental. John Cleese disse uma vez que o objetivo de todo cidada£o brita¢nico éir para o taºmulo em segurança, evitando a humilhação. Todos nosruminamos um pouco, mas com a depressão, vocêtem ma­sseis direcionadores de calor para isso. Vocaª encontra coisas sobre vocêou sobre coisas do passado ou coisas mais recentes, e éuma espanãcie de tortura. Mas viciados ruminam, pacientes com transtornos alimentares ruminam, TOC - a ruminação cruza. Pessoas que estãodeprimidas e estãomelhores, quando lhes pergunto: "Vocaª ainda rumina?" Eles dizem: “Sim, mas não assim. Eu posso distrair e não fica ruim. ” Eles quase veem isso como medir a temperatura. Quando eles comea§am a ruminar mais, esse éo sinal de que va£o ter uma recaa­da. Mas não sei se éapenas um epifena´meno ou se éisso que o motiva.

Existem psicodélicos específicos com os quais o centro estãocomea§ando? E háoutros que vocêvaª no futuro?

ROSENBAUM: No momento, nossos aºnicos estudos financiados são com psilocibina. Temos uma proposta que adorara­amos obter com o MDMA e nosso programa Home Base com veteranos da Guerra do Golfo. Estamos em discussão com uma variedade de outras fontes envolvendo DMT (dimetiltriptamina) ou N, N-DMT ou 5-MeO-DMT. DMT éo ingrediente ativo da Ayahuasca e 5-MeO DMT éo que vocêobtanãm lambendo um certo sapo. O laboratório Steve Haggarty e o laboratório Jacob Hooker juntos estãotrabalhando em um romance psicodanãlico, também baseado em plantas e enteogaªnico. Estamos abertos para outras pessoas. Esta¡vamos conversando com uma empresa que fabrica wafers de filme fino de psicodanãlicos. E esta¡vamos conversando sobre a possibilidade de um estudo de microdosagem na ansiedade crônica.

Steve Haggarty estãointeressado em etnobota¢nica e, em particular, no legado de Richard Schultes. Ele estãointeressado em descobrir o que são as substâncias psicoativas em algumas daquelas plantas [usadas pelos povos nativos] que nunca foram realmente conhecidas. Talvez pudanãssemos usar a tecnologia do DNA para extrair de espanãcimes agora velhos e secos [coletados por Schultes] algumas das substâncias químicas responsa¡veis ​​por seus efeitos relatados. Os inda­genas com quem Schultes se encontrou usavam-nos para coisas diferentes, para problemas de memória, para se preparar para a caça, por motivos espirituais. Portanto, uma área potencial éesta exploração etnobota¢nica.

Se tivermos recursos, acho que podemos fazer coisas incra­veis. Seremos capazes de obter fibroblastos de pacientes em estudos, cultivar mini versaµes de seus cérebros em um prato e estudar as perturbações ou respostas únicas de seus cérebros a diferentes agentes psicodélicos para explicar os efeitos que vemos in vivo, ou por que alguns respondem e outros não. Ha¡ atéuma esperana§a de que possamos fazer psicodélicos de precisão, de que possamos saber qual substância pode ser melhor para qual pessoa.

Ha¡ coisas que devemos entender e gostara­amos de entendaª-las. Se o fizermos, pensamos que podemos aprimorar a forma como essas substâncias são utilizadas, projetar novas terapias que aproveitem esse conhecimento, conhecimento que pode ter menos bagagem ou ser mais eficiente ou entregue melhor.

Claramente, a ciência ficou para trás em relação a s experiências de milhões de pessoas que usaram psicodanãlicos. Essa experiência éútil de alguma forma ou vocêestãorealmente comea§ando do zero?

ROSENBAUM: Nãoéútil para os vários jaºris aos quais temos que apresentar nosso caso, mas émuito atraente quando vocêfala com as pessoas. Tive a oportunidade de falar com uma pessoa com quem trabalhei anos atrás, que queria me contar sua experiência com a psilocibina. Ele também tinha um membro da fama­lia, que eu havia conhecido por causa de história psiquia¡trica. Ele disse: “Eu vi que vocêestava fazendo isso e devo dizer que fiz viagens. Tive problemas de ansiedade ao longo da vida e, realmente, no último ano, meu mundo étão diferente, eu simplesmente tenho muito mais paz. E vocêse lembra do meu familiar? Depois de anos de psicoterapia, ele fez algumas viagens e ele éapenas uma pessoa completamente diferente. ”

Talvez eu não tenha ouvido aqueles que diriam: “Eu peguei e foi a pior coisa da minha vida”, mas esses depoimentos me deixam otimista. Eles me deixam esperana§oso. a‰ bastante claro a partir desses relatórios e da neuroimagem que estamos profundamente, pelo menos temporariamente, interrompendo o cérebro e a conectividade. E que muitos que passaram por essa experiência em um ambiente controlado experimentam uma mudança significativa no estado emocional. Com as ferramentas que temos agora, não deve permanecer um mistério entender por que isso acontece.

Quando ouvi pela primeira vez sobre esta pesquisa hávários anos, lembro-me de pensar: "Isso éinteressante, embora provavelmente não va¡ a lugar nenhum", mas ao falar com vocaª, vocêparece quase certo de que dentro de alguns anos, havera¡ algo antes da aprovação da FDA e / ou da FDA, mesmo.

ROSENBAUM: Tenho certeza de que eles tera£o dados suficientes para que seja aprovado.

Então isso não émais especulativo? Vocaª parece convencido de que algo estãoacontecendo e éuma questãode descobrir o que anã, obter a documentação e apresenta¡-la. Essa éuma avaliação precisa?

ROSENBAUM: Eu penso que sim. Ha¡ um grande investimento comercial no desenvolvimento de psicodélicos como novas terapaªuticas. Mas antes que haja “Big Psychedelics” nas grandes farma¡cias, como vimos recentemente com a cannabis, precisamos muito lidar melhor com a Neurociênciados psicodanãlicos.

Se as coisas progredirem como vocêespera, o centro pode precisar de um local fa­sico em algum momento?

ROSENBAUM: Se e quando esses agentes forem aprovados, havera¡ necessidade de Espaços especializados para administração terapaªutica, bem como para pesquisas futuras. Já temos o desafio de criar um espaço adequado para os estudos atualmente aprovados.

Então, vocênão estãodescartando um potencial braa§o de tratamento um dia, dependendo do resultado dos estudos?

ROSENBAUM: Acho que teremos que fazaª-lo, se forem aprovados. Mesmo agora, recebemos de cinco a dez apelações por dia de pessoas que não tem certeza do que fazemos, mas realmente querem que os ajudemos. Ha¡ muita demanda por ala­vio. As pessoas estãoesperana§osas - eu estou esperana§oso - mas ainda temos muito que entender e provar.

A entrevista foi ligeiramente editada para maior clareza e extensão.

 

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