Saúde

Estudo identifica alterações que podem ajudar no diagnóstico precoce da sa­filis ocular
Com ajuda de exame que avalia fundo do olho, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeira£o Preto detectaram lesões que servem de alerta para suspeita da doena§a
Por Giovanna Grepi - 07/07/2021


Reprodução

Um exame oftalmola³gico comumente usado no sistema paºblico de saúde pode auxiliar na identificação precoce de casos de sa­filis ocular, doença sexualmente transmissa­vel que pode não apresentar sintomas evidentes, dificultando o diagnóstico. Ela écausada por uma bactanãria e, se não for tratada, pode causar perda irreversa­vel da visão. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeira£o Preto (FMRP) da USP encontraram lesões na retina que podem auxiliar no diagnóstico com base em um estudo feito com 54 pacientes que apresentaram inflamação ocular no Hospital das Cla­nicas da FMRP (HCFMRP).

As alterações analisadas pelos pesquisadores envolvem a retina com manchas arredondadas, irregularidades, elevações e atédescolamento. “a‰ a primeira vez que são demonstradas alterações frequentes na retina em uma grande sanãrie de casos de sa­filis ocular atravanãs do exame chamado de Tomografia de Coeraªncia a“ptica”, conta o oftalmologista e professor Joa£o Marcello Furtado da FMRP, coautor do estudo.

“Nosso objetivo éque médicos oftalmologistas que não são especialistas em uvea­te, inflamação no olho, possam suspeitar da doença quando detectarem estas alterações. A rápida suspeita, seguida da confirmação sorola³gica e tratamento adequado, diminui bastante a chance de sequelas permanentes na visão da pessoa acometida”


Os voluntários do estudo foram diagnosticados com sa­filis ocular e o aparelho detectou alterações impercepta­veis ao exame cla­nico. Este exame já éusado no Sistema ašnico de Saúde (SUS) e em cla­nicas particulares para outras doena§as, como glaucoma e degeneração macular. O procedimento não éinvasivo e consiste na entrada de um feixe de luz que registra uma imagem de interna do olho do paciente.

“Nosso objetivo éque médicos oftalmologistas que não são especialistas em uvea­te, inflamação no olho, possam suspeitar da doença quando detectarem estas alterações. A rápida suspeita, seguida da confirmação sorola³gica e tratamento adequado, diminui bastante a chance de sequelas permanentes na visão da pessoa acometida”, completa.

O estudo Optical Coherence Tomography Findings in Ocular Syphilis Involving the Posterior Segment of the Eye foi publicado pelo peria³dico Ocular Immunology and Inflammation  em abril e foi financiado pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistaªncia (FAEPA) e do Australian Research Council.

Além do professor Furtado, o trabalho tem autoria dos pesquisadores Anagha Vaze, Genevieve F. Oliver e Justine R. Smith da Flinders University da Austra¡lia; Tiago E. Arantes, do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem no Brasil; e Rafael E. De Angelis, Milena Simaµes e Renata Moreto da FMRP.

A sa­filis no Brasil

Sa­filis osFoto: Ayo Sehat osFlickr

Transmitida em relações sexuais sem camisinha ou durante a gestação ou parto, a taxa de detecção de sa­filis foi de 34,1 casos por 100 mil habitantes em 2015 para 76,2 casos em 2018, segundo dados são do Boletim Epidemiola³gico de Sa­filis 2020. Além disso, o informativo aponto que os a­ndices permaneceram praticamente esta¡veis em gestantes e nascidos vivos durante a última década.

Entre os sintomas mais comuns estãoo surgimento de uma ferida entre 10 e 90 dias após o conta¡gio. A lesão normalmente não da³i, coa§a, arde ou tem pus e aparece em regiaµes como paªnis, vagina, vulva, a¢nus, boca, etc. O tratamento, em geral, érealizado com o antibia³tico penicilina benzatina, que deve ser prescrito pelo médico.

 

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