Saúde

Diabetes tipo 2 de ini­cio jovem leva a complicações graves na idade adulta
TODAY2 segue 518 dos participantes do estudo inicial que agora estãona idade adulta. Como aconteceu com HOJE, 15 centros em todo opaís colaboraram, incluindo Yale, sob a direa§a£o geral de cientistas da George Washington University.
Por Isabella Backman - 13/08/2021


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Adolescentes com diabetes tipo 2, especialmente aqueles de comunidades carentes, tem alto risco de desenvolver complicações sanãrias no ini­cio da idade adulta, mostram novas pesquisas.

O diabetes tipo 2 já foi considerado um distaºrbio metaba³lico exclusivo da idade adulta. Agora, no entanto, com cerca de um tera§o dos jovens na Amanãrica com excesso de peso, tornou-se cada vez mais frequente em adolescentes nas últimas duas décadas. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doena§as, entre 2002 e 2015, quase 4.000 adolescentes entre 10 e 19 anos foram diagnosticados com a doena§a.

Para entender melhor a fisiopatologia e o tratamento do diabetes tipo 2 com ini­cio na juventude, o Instituto Nacional de Diabetes e Doena§as Digestivas e Renais lançou o estudo TODAY em 2004. Ele mostrou que o diabetes tipo 2 com ini­cio na juventude éextremamente difa­cil de controlar. Liderada por Sonia Caprio, médica, professora de pediatria (endocrinologia), Yale estava entre os 15 centros nos Estados Unidos que participaram do estudo. Para conduzir este ensaio cla­nico randomizado, cerca de 700 criana§as de 10 a 17 anos foram recrutadas para entender melhor como tratar a doena§a. O ensaio, denominado Opções de Tratamento para Diabetes Tipo 2 em Adolescentes na Juventude (HOJE), terminou em 2012 e descobriu que apenas metade dos participantes foi capaz de controlar sua condição e manter um controle glicaªmico dura¡vel. Agora, a equipe estãodescobrindo mais resultados preocupantes a  medida que acompanha os adolescentes atéa idade adulta. Em um estudo de acompanhamento observacional, TODAY2, a equipe continuou a estudar os participantes de 2011 a 2020 - para ver se eles desenvolveram complicações devido a  doena§a.

“Este éo primeiro grupo que recebeu essa sanãrie detalhada de análises”, diz Caprio.

TODAY2 segue 518 dos participantes do estudo inicial que agora estãona idade adulta. Como aconteceu com HOJE, 15 centros em todo opaís colaboraram, incluindo Yale, sob a direção geral de cientistas da George Washington University. Os pesquisadores os convocaram anualmente para realizar testes em busca de complicações microvasculares e macrovasculares, incluindo doença renal diabanãtica, hipertensão, dislipidemia (um distaºrbio metaba³lico), doença nervosa e doença retiniana. Os testes anuais inclua­am a obtenção do perfil lipa­dico dos participantes em jejum, medição da pressão arterial, coleta de amostras de urina e avaliação dos na­veis de condução nervosa. Eles checaram para doença diabanãtica dos olhos duas vezes durante o período de observação.

Os resultados foram preocupantes - 60% dos participantes apresentaram uma complicação e quase 30% duas complicações. Sessenta e sete por cento tinham pressão alta, 55% sofriam de doença renal, 51% tinham dislipidemia, 32% tiveram complicações nervosas e 51% tiveram danos na retina. Ao final do estudo, a idade média dos participantes era de apenas 26 anos, e o tempo manãdio desde o diagnóstico foi em torno de 13 anos. A equipe de pesquisa publicou suas descobertas no New England Journal of Medicine .

"Se continuarem vivendo assim, sua qualidade de vida seráextremamente ruim porque émuito difa­cil tratar essas complicações".

Sonia Caprio, MD

“A gravidade da situação éque eles são muito jovens”, diz Caprio. “Se eles continuarem a viver assim, sua qualidade de vida seráextremamente ruim porque émuito difa­cil tratar essas complicações.”

As complicações tera£o consequaªncias graves para a vida toda. Caprio diz que muitos desses participantes precisara£o de dia¡lise, enquanto outros sera£o cegos. Sua capacidade de trabalhar pode ser comprometida e o custo de mantaª-los vivos pode atétriplicar. “Essa doença exige um esfora§o enorme, tanto de nosquanto dos pacientes e seus familiares”, diz ela.

Caprio diz que as descobertas mostram que as complicações são mais graves do que no diabetes tipo 1, onde comea§am muito mais tempo após o diagnóstico inicial e não estãotão amplamente presentes. Os especialistas atualmente não sabem por que as complicações do diabetes tipo 2 com ini­cio na juventude são muito mais comuns e disseminadas. “Ha¡ uma sanãrie de lacunas de conhecimento cienta­fico que ainda precisam ser estudadas”, diz Caprio.

A presença de complicações também foi muito maior em participantes de comunidades carentes, enfatizando a presença de problemas sociais, incluindo pobreza e falta de acesso a tratamento adequado, que sobrecarregam desproporcionalmente os grupos minorita¡rios.

No futuro, Caprio espera desenvolver e encontrar medicamentos melhores para o tratamento da doena§a. Muitos medicamentos prescritos para adultos, por exemplo, não são aprovados pelo FDA para criana§as e adolescentes. Ela também espera compreender melhor o papel do fígado em contribuir para o aparecimento da resistência a  insulina em criana§as. Muitos jovens com diabetes tipo 2 também sofrem de doença hepa¡tica gordurosa, e ela espera que o tratamento dessa doença possa prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes.

Caprio espera espalhar a mensagem ao mundo de que o tratamento da diabetes tipo 2 nos jovens éuma questãourgente, por causa de como pode ser devastador para aqueles que afeta tanto física quanto mentalmente. “Precisamos agir prontamente agora”, Caprio incentiva os pesquisadores enquanto observa os jovens pacientes lutando contra os obsta¡culos crescentes a  medida que envelhecem. “a‰ um problema sanãrio.”

 

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