Saúde

Pistas para o tratamento da esquizofrenia e transtorno bipolar encontradas na regia£o recentemente desenvolvida do 'genoma escuro'
Cientistas que investigam o DNA fora de nossos genes - o
Por Jacqueline Garget - 26/12/2021


DNA - Crédito: Brano no Unsplash

"Isso abre um enorme potencial para novos alvos droga¡veis. a‰ realmente emocionante porque ninguanãm nunca olhou além dos genes em busca de pistas para compreender e tratar essas doenças antes."

Sudhakaran Prabakaran

Eles dizem que essas novas protea­nas podem ser usadas como indicadores biola³gicos para distinguir entre as duas condições e para identificar pacientes mais propensos a psicose ou suica­dio.

A esquizofrenia e o transtorno bipolar são transtornos mentais debilitantes difa­ceis de diagnosticar e tratar. Apesar de estar entre os transtornos mentais mais heredita¡rios, poucas pistas de sua causa foram encontradas nas seções de nosso DNA conhecidas como genes.

Os cientistas pensam que os pontos cra­ticos no 'genoma escuro' associados aos distúrbios podem ter evolua­do porque tem funções benanãficas no desenvolvimento humano, mas sua interrupção por fatores ambientais leva a  suscetibilidade ou ao desenvolvimento de esquizofrenia ou transtorno bipolar.

Os resultados são publicados hoje na revista Molecular Psychiatry .

"Ao escanear todo o genoma, encontramos regiaµes, não classificadas como genes no sentido tradicional, que criam protea­nas que parecem estar associadas a  esquizofrenia e transtorno bipolar", disse o Dr. Sudhakaran Prabakaran, que trabalhava na Universidade de Cambridge Departamento de Genanãtica quando conduziu a pesquisa e éo autor saªnior do relatório.

Ele acrescentou: “Isso abre um enorme potencial para novos alvos droga¡veis. a‰ realmente emocionante porque ninguanãm nunca olhou além dos genes em busca de pistas para compreender e tratar essas condições antes. ” 

Os pesquisadores acham que esses componentes gena´micos da esquizofrenia e do transtorno bipolar são específicos dos humanos - as regiaµes recanãm-descobertas não são encontradas nos genomas de outros vertebrados. a‰ prova¡vel que as regiaµes tenham evolua­do rapidamente nos humanos a  medida que nossas habilidades cognitivas se desenvolveram, mas elas são facilmente perturbadas - resultando nas duas condições.

“A definição tradicional de um gene émuito conservadora e desviou os cientistas de explorar a função do resto do genoma”, disse Chaitanya Erady, pesquisadora do Departamento de Genanãtica da Universidade de Cambridge e primeira autora do estudo.  

Ela acrescentou: “Quando olhamos para fora das regiaµes do DNA classificadas como genes, vemos que todo o genoma humano tem a capacidade de produzir protea­nas, não apenas os genes. Encontramos novas protea­nas que estãoenvolvidas em processos biola³gicos e são disfuncionais em transtornos como esquizofrenia e transtorno bipolar. ” 

A maioria dos medicamentos disponí­veis atualmente são projetados para atingir protea­nas codificadas por genes. A nova descoberta ajuda a explicar por que a esquizofrenia e o transtorno bipolar são doenças heredita¡rias e pode fornecer novos alvos para tratamentos futuros.

A esquizofrenia éuma condição de saúde mental grave e de longo prazo que pode resultar em alucinações, dela­rios e pensamentos e comportamentos desordenados, enquanto o transtorno bipolar causa oscilações extremas de humor que variam de mania a depressão. Os sintomas a s vezes tornam os dois distúrbios difa­ceis de distinguir.

Prabakaran deixou seu cargo na universidade no ini­cio deste ano para criar a empresa NonExomics, a fim de comercializar esta e outras descobertas. Cambridge Enterprise, o braa§o de comercialização da University of Cambridge, ajudou a NonExomics licenciando a propriedade intelectual. Prabakaran levantou fundos iniciais para desenvolver novas terapaªuticas que tera£o como alvo as protea­nas implicadas na esquizofrenia, no transtorno bipolar e em outras doena§as. 

Sua equipe descobriu agora 248.000 regiaµes de DNA fora das regiaµes convencionalmente definidas como genes, que codificam para novas protea­nas que são interrompidas na doena§a.

 

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