Saúde

Melhor saúde mental encontrada entre pessoas transgêneros que iniciaram os horma´nios na adolescaªncia
O estudo, que seráexibido on-line 12 de janeiro, em PLoS ONE , baseou-se em dados do maior de sempre levantamento de nostransexuais adultos, um grupo de mais de 27.000 pessoas que responderam em 2015.
Por Centro Médico da Universidade de Stanford - 12/01/2022


Pixabay

Para pessoas transgaªnero, iniciar o tratamento hormonal de afirmação de gaªnero na adolescaªncia estãoligado a uma melhor saúde mental do que esperar atéa idade adulta, de acordo com uma nova pesquisa liderada pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford.

O estudo, que seráexibido on-line 12 de janeiro, em PLoS ONE , baseou-se em dados do maior de sempre levantamento de nostransexuais adultos, um grupo de mais de 27.000 pessoas que responderam em 2015. O novo estudo descobriu que as pessoas transexuais que começam a hormona tratamento na adolescaªncia tiveram menos pensamentos de suica­dio, foram menos propensos a sofrer grandes transtornos de saúde mental e tiveram menos problemas com abuso de substâncias do que aqueles que iniciaram horma´nios na idade adulta. O estudo também documentou uma melhor saúde mental entre aqueles que receberam horma´nios em qualquer idade do que aqueles que desejavam, mas nunca receberam o tratamento.

O tratamento hormonal de afirmação de gaªnero com estrogaªnio ou testosterona pode ajudar a alinhar as caracteri­sticas físicas de uma pessoa trans com sua identidade de gaªnero . Na adolescaªncia, a terapia hormonal pode permitir que um adolescente transgaªnero passe pela puberdade de uma maneira que corresponda a  sua identidade de gaªnero.

"Este estudo éparticularmente relevante agora porque muitas legislaturas estaduais estãoapresentando projetos de lei que proa­bem esse tipo de atendimento para jovens transgêneros", disse Jack Turban, MD, pa³s-doutorando em psiquiatria pedia¡trica e adolescente na Stanford Medicine. "Estamos aumentando a base de evidaªncias que mostra por que os cuidados de afirmação de gaªnero são benéficos do ponto de vista da saúde mental".

Turban éo principal autor do estudo. O autor saªnior éAlex Keuroghlian, MD, professor associado de psiquiatria da Harvard Medical School e diretor do Centro Nacional de Educação em Saúde LGBTQIA + do Instituto Fenway.
 
Maior pesquisa de adultos transgêneros

Os pesquisadores analisaram dados da Pesquisa de Transgêneros dos EUA de 2015, que inclui respostas de 27.715 pessoas trans em todo opaís. Os participantes, que tinham pelo menos 18 anos quando foram entrevistados, preencheram extensos questiona¡rios sobre suas vidas.

Como algumas pessoas transgaªnero não querem tratamento hormonal, o estudo se concentrou em 21.598 participantes que relataram que queriam receber horma´nios. Os resultados foram analisados ​​com base em quando os participantes iniciaram a terapia hormonal: 119 iniciaram aos 14 ou 15 anos (ini­cio da adolescaªncia), 362 iniciaram aos 16 ou 17 anos (final da adolescaªncia), 12.257 iniciaram após os 18 anos (idade adulta) e 8.860 participantes, que serviu como grupo controle , queria, mas nunca recebeu terapia hormonal.

Os participantes responderam a várias perguntas sobre sua saúde mental, incluindo seu hista³rico de pensamentos suicidas e tentativas de suica­dio, e seu hista³rico de bebedeira e uso de drogas ila­citas. Eles preencheram um questiona¡rio para avaliar se haviam experimentado sofrimento psicola³gico grave, o que significa que preencheram os critanãrios para uma doença mental diagnostica¡vel, no maªs anterior.

A análise foi controlada por vários fatores que podem influenciar a saúde mental dos participantes independentemente de terem recebido tratamento hormonal: idade no momento da pesquisa; identidade de gaªnero; sexo atribua­do no nascimento; orientação sexual; raça ou etnia;nívelde apoio familiar a  identidade de gaªnero; status de relacionamento;nívelde educação; situação de emprego; renda familiar; uso de tratamento de supressão puberal; quaisquer tentativas de fora§a¡-los a serem cisgêneros; e experiência de qualquer assanãdio verbal, fa­sico ou sexual com base em sua identidade de gaªnero nas sanãries K-12.

Em comparação com os membros do grupo de controle, os participantes que realizaram tratamento hormonal tiveram menores chances de sofrer sofrimento psicola³gico grave durante o maªs anterior e menores chances de ideação suicida no ano anterior. As chances de sofrimento psicola³gico grave foram reduzidas em 222%, 153% e 81% para aqueles que iniciaram os horma´nios no ini­cio da adolescaªncia, final da adolescaªncia e idade adulta, respectivamente. As chances de ideação suicida no ano anterior foram 135% menores em pessoas que iniciaram horma´nios no ini­cio da adolescaªncia, 62% menores naqueles que começam no final da adolescaªncia e 21% menores naqueles que começam como adultos, em comparação com o grupo controle.

Além disso, os participantes que iniciaram os horma´nios no ini­cio ou no final da adolescaªncia tiveram menores chances de consumo excessivo de a¡lcool no maªs passado e uso de drogas ila­citas ao longo da vida do que aqueles que iniciaram os horma´nios na idade adulta.

Mas os pesquisadores descobriram que aqueles que iniciaram o tratamento hormonal na idade adulta eram mais propensos a se envolver em consumo excessivo de a¡lcool e uso de substâncias ila­citas do que aqueles que nunca acessaram o tratamento. "Alguns indivíduos podem se tornar mais confiantes e engajados socialmente quando comea§am a tomar horma´nios", disse Turban, acrescentando que, em alguns casos, esse aumento da confianção e do engajamento social pode estar ligado ao uso de substâncias. “Esta descoberta mostra a importa¢ncia de criar programas de aconselhamento culturalmente adaptados ao uso de substâncias para indivíduos transgêneros”.

Para saber se a saúde mental dos participantes antes do tratamento influenciava sua capacidade de obter acesso ao tratamento, os pesquisadores também avaliaram se os participantes de cada grupo já haviam se suicidado, mas não tiveram sentimentos suicidas no ano anterior.

"Esta foi uma medida de melhoria da saúde mental ao longo do tempo", disse Turban. "As pessoas eram mais propensas a atender a esses critanãrios se acessassem e tomassem horma´nios do que se não tivessem." A descoberta implica que o acesso a horma´nios melhorou a saúde mental e não o contra¡rio, disse ele.

Construindo evidaªncias para cuidados médicos de afirmação de gaªnero

Turban e seus colegas esperam que os legisladores de todo opaís usem as novas descobertas para informar suas decisaµes políticas. Embora vários projetos de lei para proibir cuidados médicos de afirmação de gaªnero para jovens transgêneros tenham sido apresentados nas legislaturas estaduais nos últimos anos, quase todos falharam em se tornar lei, disse ele, acrescentando que todas as principais organizações médicas apoiam a prestação de cuidados médicos de afirmação de gaªnero, incluindo terapia hormonal para pacientes que desejam e que atendem aos critanãrios estabelecidos pela Endocrine Society e pela World Professional Association for Transgender Health.

"Nãoháuma maneira correta de ser transgaªnero", disse Turban. Algumas pessoas transgaªnero não querem tomar horma´nios e se sentem conforta¡veis ​​com seus corpos do jeito que são. Os jovens que procuram atendimento em cla­nicas de gaªnero recebem rotineiramente aconselhamento como parte de seu tratamento para ajuda¡-los a descobrir quais tipos de atendimento melhor se adaptam a s suas circunsta¢ncias.

Para aqueles que desejam horma´nios de afirmação de gaªnero, ter o acesso negado ao tratamento pode causar sofrimento significativo, disse Turban.

“Para alguns jovens transgêneros, suas reações negativas ao viver em corpos que se desenvolvem durante a puberdade de maneiras que não combinam com quem eles sabem que são podem ser muito prejudiciais”, disse ele. Por exemplo, indivíduos que se sentem desconforta¡veis ​​em desenvolver seios podem reagir amarrando seus peitos com tanta força que desenvolvem infecções de pele ou fraturas de costelas.

"Esses resultados não sera£o surpreendentes para os provedores, mas infelizmente muitos legisladores nunca conheceram nenhum jovem transgaªnero", disse Turban. “a‰ importante que os legisladores vejam os números que respaldam as experiências dos jovens transgêneros, suas fama­lias e as pessoas que trabalham neste campo”.

Pesquisadores do Instituto Fenway, Brigham and Women's Hospital, Harvard Medical School e Harvard TH Chan School of Public Health contribua­ram para o estudo.

 

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