Saúde

Ligação entre diabetes e insuficiência carda­aca mais forte em mulheres do que homens
Um estudo global de 12 milhões de pessoas descobriu que o diabetes aumenta o risco de insuficiência carda­aca e esse aumento émaior para as mulheres do que para os homens.
Por Oxford - 20/07/2019



Pesquisadores do Instituto George para Saúde Global determinaram que esse diferencial foi maior no tipo 1 do que no diabetes tipo 2. Diabetes tipo 1 estãoassociado com um excesso de risco de 47% de insuficiência carda­aca em mulheres em comparação com os homens, enquanto o diabetes tipo 2 tem um excesso de risco 9% maior de insuficiência carda­aca para mulheres do que homens.

As descobertas publicadas na Diabetologia (a revista da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes [EASD]) destacam a necessidade de novas pesquisas especa­ficas sobre o sexo no diabetes e como a condição pode potencialmente contribuir para complicações carda­acas.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualmente 415 milhões de adultos no mundo vivem com diabetes - sendo aproximadamente 199 milhões deles mulheres. A IDF espera que em 2040 cerca de 313 milhões de mulheres sofram da doena§a. A diabetes éa nona principal causa de morte em mulheres e reivindica 2,1 milhões de vidas femininas a cada ano, mais do que os homens. A principal causa de morte das mulheres éa doença carda­aca.

"Já ésabido que o diabetes coloca vocêem maior risco de desenvolver insuficiência carda­aca, mas o que nosso estudo mostra pela primeira vez éque as mulheres correm risco muito maior - tanto para diabetes tipo 1 quanto para diabetes tipo 2", disse o principal autor e pesquisador. Dr. Toshiaki Ohkuma do Instituto George.

O aumento do risco de insuficiência carda­aca após um diagnóstico de diabetes ésignificativamente maior em mulheres do que em homens, o que destaca a importa¢ncia da prevenção e tratamento intensivo de diabetes em mulheres. Mais pesquisas são necessa¡rias para entender os mecanismos que sustentam o excesso de risco de insuficiência carda­aca conferido pela diabetes [particularmente tipo 1] em mulheres e reduzir a carga associada ao diabetes em ambos os sexos ”.

Principais conclusaµes: 
• As mulheres com diabetes tipo 1 foram associadas a um risco aumentado de mais de cinco vezes de insuficiência carda­aca em comparação com aquelas sem diabetes. Para os homens, o risco foi 3,5 vezes maior. 
• Os aumentos correspondentes nos riscos de insuficiência carda­aca associados ao diabetes tipo 2 foram 95% nas mulheres e 74% nos homens. 
• Os pesquisadores também descobriram que tanto diabetes tipo 1 e tipo 2 eram fatores de risco mais fortes para insuficiência carda­aca em mulheres do que homens. 
• O diabetes tipo 1 foi associado a um aumento de 47% no risco de excesso de insuficiência carda­aca nas mulheres em comparação com os homens. 
• O diabetes tipo 2 foi associado a um excesso de risco em excesso de 9% de insuficiência carda­aca em mulheres do que em homens. 
* Dados compilados de 10países: Austra¡lia, EUA, Reino Unido, Ita¡lia, Suanãcia, Canada¡, Japa£o, China, Taiwan e Coranãia.

De acordo com a Diabetes Australia, a prevalaªncia de diabetes éagora tão generalizada que se tornou a maior crise de saúde do século XXI. a‰ o maior desafio enfrentado pelo sistema de saúde australiano, com cerca de 1,7 milha£o de pacientes em todo opaís. Mais de 119.000 australianos estãovivendo com diabetes tipo 1, uma condição auto-imune, enquanto 1,3 milha£o de australianos estãovivendo com diabetes tipo 2, cujos efeitos podem ser exacerbados por fatores de estilo de vida, como ma¡ alimentação e falta de exerca­cio. Estima-se que o número de pessoas que sofrem de diabetes globalmente aumentara¡ para 642 milhões em 2040.

O co-autor do estudo, Dr. Sanne Peters, do Instituto George para Saúde Global da Universidade de Oxford, disse que háuma sanãrie de razões pelas quais as mulheres com diabetes estãoem maior risco de complicações carda­acas. "As mulheres relataram ter dois anos de duração maior de pré-diabetes do que os homens e este aumento da duração pode estar associado a um maior risco de excesso de insuficiência carda­aca em mulheres", disse o Dr. Peters. "Algumas das principais preocupações são que as mulheres também estãosendo subtratadas para diabetes, não estãotomando os mesmos na­veis de medicamentos que os homens e são menos propensos a receber cuidados intensivos".

A IDF informa que meninas e mulheres com diabetes experimentam uma sanãrie de desafios. Papanãis de gaªnero, desequila­brios de poder, desigualdades socioecona´micas resultando em ma¡ alimentação e falta de atividade física podem influenciar a vulnerabilidade ao diabetes. O acesso limitado das mulheres aos servia§os de saúde e a falta de pra³-atividade quando se trata de procurar tratamento para problemas de saúde também podem ampliar o impacto do diabetes, particularmente nospaíses em desenvolvimento.

O diabetes éuma das principais causas de doença cardiovascular, cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores. Na gravidez, o diabetes mal controlado aumenta o risco de complicações maternas e fetais. As mulheres com diabetes tipo 2 também tem um risco significativamente aumentado de depressão em comparação aos homens.

O Instituto George tem liderado pesquisas especa­ficas de gaªnero e já mostrou que mulheres com diabetes tem um risco significativamente maior de derrame e doença coronariana, bem como complicações não-cardiovasculares de demaªncia e câncer do que homens. Atualmente, estãoinvestigando as diferenças de gaªnero no AVC, bem como outras doenças crônicas.

O artigo completo, ' Diabetes como um fator de risco para insuficiência carda­aca em mulheres e homens: uma revisão sistema¡tica e meta-análise de 47 coortes, incluindo 12 milhões de indivíduos ', pode ser lido em  Diabetologia.

 

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