Talento

Unindo os mundos da pesquisa e da indaºstria
A estudante de doutorado Nidhi Juthani construiu uma base profunda na ciência para informar uma carreira no setor privado.
Por Olivia Young - 02/03/2022


Estudante de pós-graduação Nidhi Juthani - Imagem: Gretchen Ertl

A estudante de pós-graduação Nidhi Juthani não se contentou com apenas uma pós-graduação. Em vez disso, ela decidiu ganhar dois de uma são vez, atravanãs do programa de PhD em Pra¡tica de Engenharia Quí­mica (PhDCEP) do MIT, que lhe permite obter um doutorado e um MBA simultaneamente. A combinação éperfeita para Juthani, que quer seguir uma carreira unindo pesquisa cienta­fica e indaºstria.

Um esta¡gio de graduação ajudou a despertar seu interesse em combinar as duas áreas. Como estagia¡ria de processos de fabricação de engenharia química na Procter and Gamble, ela trabalhou na unidade de nega³cios que produzia produtos para cuidados femininos, comea§ando seus dias na fa¡brica a s 6h30. necessa¡rios para fabricar um produto. “Tambanãm pude ver como um material [o núcleo absorvente das almofadas] que era conceba­vel uma vez que um projeto de laboratório talvez 10 anos atrás teve que ser ampliado para ser produzido em massa”, diz ela.

Agora em seu quinto ano no MIT, Juthani já completou seu doutorado, trabalhando no laboratório do professor de engenharia química Patrick Doyle. Sua pesquisa envolveu a criação de um diagnóstico baseado em microRNA que poderia ajudar na detecção precoce de certos tipos de ca¢ncer.  

Juthani começou a parte do MBA do programa na Sloan School of Management no outono passado. Ela sente falta da liberdade que teve como estudante de doutorado para trabalhar em sua própria agenda. Mas a experiência valeu a pena. “Minha visão de mundo definitivamente foi expandida”, diz ela. “Aprendi sobre diferentes indaºstrias e áreas que não sabia que existiam, aprendi sobre diferentes culturas epaíses, desde as tradições do Ano Novo brasileiro atécomo funciona a hierarquia a bordo de um navio da Marinha, e desenvolvi uma grande rede de apoio.”

Encontrar um programa de pós-graduação “perfeito”

Natural de Waterloo, Onta¡rio, Juthani sabia desde cedo que queria fazer doutorado. Quando ela tinha 16 anos, sua familia participou de uma casa aberta no novo Instituto de Computação Qua¢ntica da Universidade de Waterloo. As conexões que ela fez la¡ levaram a  oportunidade de trabalhar no laboratório do professor David Cory como estudante do ensino manãdio. Ela credita Cory, um qua­mico fa­sico, por “abrir todo esse mundo acadêmico para mim, [um mundo] que eu literalmente não sabia que existia antes disso”. Além disso, ele plantou a semente em sua mente de que ela deveria cursar engenharia e talvez um doutorado. Ele atésugeriu que ela considerasse o MIT osuma escola que parecia fora de alcance para ela na anãpoca.

Juthani passou a estudar engenharia química na Universidade de Waterloo. Ela ficou particularmente encantada com o programa cooperativo da escola, que lhe permitiu experimentar uma gama diversificada de carreiras. “Vocaª sabe do que gosta, mas, mais importante, sabe do que não gosta”, lembra ela.

Seu primeiro esta¡gio a levou para Cambridge, Massachusetts, onde ela fez pesquisas no Laborata³rio Aizenberg no Instituto Wyss de Engenharia de Inspiração Biola³gica de Harvard. “Tive uma liberdade imensa para estruturar todo o meu projeto”, lembra Juthani. Ela mergulhou em seu trabalho, o que acabou levando a  publicação de dois artigos.

Empregando um conjunto diferente de habilidades, Juthani trabalhou em uma startup de análise de dados e ciência de materiais focada no setor de energia que havia saa­do do Aizenberg Lab. Como funciona¡ria número cinco, ela aprendeu a ser uma faz-tudo fazendo tudo e qualquer coisa, incluindo receber ligações a s 6 da manha£ de funciona¡rios da alfa¢ndega para garantir que os pedidos chegassem a tempo. (Felizmente, ela também conheceu seu agora marido naquele vera£o, em outra startup no mesmo prédio.)

Ao todo, Juthani abordou cinco esta¡gios distintos durante sua carreira de graduação. Embora cada um a ajudasse a pensar sobre sua trajeta³ria profissional, não havia daºvida em sua mente de que ela ainda queria fazer um doutorado após a formatura. No entanto, ela também reconheceu que uma carreira de pesquisa ao longo da vida não a satisfaria. Ela queria desesperadamente a base cienta­fica que são pode ser fornecida por um doutorado, mas, em última análise, esperava se concentrar na gestãoempresarial da ciência Para ter sucesso nesse tipo de carreira, Juthani queria aprender a ser “bila­ngue” tanto na linguagem da ciência quanto na linguagem dos nega³cios, para que pudesse servir de ponte entre as equipes técnicas e de nega³cios em um projeto. 

Um amigo sugeriu que o programa exclusivo de PhD em Pra¡tica de Engenharia Quí­mica no MIT seria um ajuste perfeito. O programa émuito pequeno, com apenas dois a quatro alunos por ano. “a‰ tão especificamente voltado para pessoas que querem entrar nos nega³cios depois de um doutorado que fez sentido para mim”, diz Juthani.

Fazendo valer cada minuto

Solicitada a descrever sua pesquisa, Juthani inicia animadamente uma discussão técnica detalhada, observando que ela não conseguiu explicar seu trabalho com tanta profundidade para seus colegas de MBA. Seu doutorado se concentrou no desenvolvimento de microparta­culas de hidrogel para microRNA e detecção de vesa­culas extracelulares (EVs), que servem como biomarcadores para uma variedade de doena§as, incluindo ca¢ncer, e podem possibilitar a detecção do câncer antes que ele se manifeste em um tumor. “Ha¡ necessidade de melhores ferramentas para viabilizar pesquisas e diagnósticos com VEs, já que éum campo tão incipiente e hámuito o que aprender”, diz ela.

Juthani desenvolveu um ensaio colorimanãtrico utilizando as microparta­culas, cujas diferentes formas permitem a detecção de maºltiplos alvos simultaneamente. Aspartículas redondas podem ser usadas para um microRNA especa­fico e aspartículas cuboides podem ser usadas para identificar um microRNA diferente. Além disso, o processo não requer equipamentos especializados; aspartículas podem ser fotografadas com apenas uma ca¢mera de telefone. Sua descrição animada da teoria da cor envolvida na criação de “imagens perfeitas” das microparta­culas para sua tese éapenas mais uma manifestação de suas diversas paixaµes.

Desde que chegou ao MIT, Juthani teve que lidar com o prazo agressivo do programa PhDCEP, que normalmente exige a conclusão do doutorado em três anos. Apesar de um ano de revanãs devido a  pandemia, ela defendeu em agosto passado e iniciou o MBA em setembro.

A mudança de marchas foi reveladora. “A experiência do MBA tem sido completamente diferente de tudo que já experimentei em engenharia osgraduação ou graduação ose em pesquisa”, diz ela. “Ha¡ uma aªnfase significativa no trabalho em grupo, no aprendizado orientado para a discussão e no aprendizado com as experiências uns dos outros… e também aprendi a pensar de uma maneira mais sistema¡tica e orientada por estruturas.” Depois de se formar, Juthani estãoconsiderando consultoria em ciências da vida ou capital de risco, para que possa usar sua experiência em nega³cios, satisfazer seu lado cienta­fico e ser exposta a uma ampla variedade de empresas e projetos.

Fora do laboratório e da sala de aula, Juthani parece aproveitar ao ma¡ximo cada minuto. Ela participou de inúmeros semina¡rios, teve aulas de cera¢mica, participou de patinação arta­stica no MIT, se juntou a um grupo de dança de Bollywood e tem tempo para encontros com amigos. E, no entanto, seu conselho para outros alunos é“reserve um tempo para olhar para trás e ver atéonde vocêchegou”. a‰ uma prática que tem servido bem a ela. Durante algumas semanas difa­ceis de sua experiência de doutorado, quando ela estava sobrecarregada por conjuntos de problemas aparentemente impossa­veis, ela dava um passeio lento pelo Corredor Infinito. Ela diz que ver o fluxo de panfletos que revestem as paredes a levou a saborear todas as possibilidades que o MIT oferece ose a se lembrar de como ela ésortuda.

“Tenho esta grande oportunidade de estar aqui no MIT e quero tentar fazer o ma¡ximo possí­vel”, diz ela. “Quero sair do MIT satisfeito por ter aprendido e experimentado coisas novas.” Fiel a  forma, Juthani educadamente se despede e corre para sua aula de sopro de vidro, uma das experiências mais ica´nicas do MIT.

 

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