Como a diversidade de gala¡xias estruturadas e dina¢micas que observamos hoje surgiu do caos ardente do Big Bang continua sendo um dos mais difaceis enigmas não resolvidos da cosmologia .
(Crédito da imagem: TNG Collaboration)
O violento nascimento simulado de um aglomerado de gala¡xias, onde as estruturas da matéria escura (em branco) se fundem, enquanto buracos negros supermassivos e supernovas expelem o gás ca³smico (o movimento do gás émostrado em vermelho).Â
A formação de gala¡xias éuma dança complexa entre matéria e energia, ocorrendo em um esta¡gio de proporções ca³smicas e abrangendo bilhaµes de anos. Como a diversidade de gala¡xias estruturadas e dina¢micas que observamos hoje surgiu do caos ardente do Big Bang continua sendo um dos mais difaceis enigmas não resolvidos da cosmologia .
Em busca de respostas, uma equipe internacional de cientistas criou o modelo de larga escala mais detalhado do universo atéo momento, uma simulação que eles chamam de TNG50. Seu universo virtual, com cerca de 230 milhões de anos-luz de largura, contanãm dezenas de milhares de gala¡xias em evolução, com naveis de detalhe anteriormente vistos apenas em modelos de gala¡xias únicas. A simulação acompanhou mais de 20 bilhaµes departículas representando matéria escura , gases, estrelas e buracos negros supermassivos, durante um período de 13,8 bilhaµes de anos.Â
A resolução e escala sem precedentes permitiram que os pesquisadores reunissem insights importantes sobre o passado de nosso pra³prio universo, revelando como várias gala¡xias de formas estranhas se transformaram e como explosaµes estelares e buracos negros desencadearam essa evolução gala¡ctica. Seus resultados são publicados em dois artigos que sera£o apresentados na edição de dezembro de 2019 da revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
O TNG50 éa mais recente simulação criada pelo IllustrisTNG Project , que visa construir uma imagem completa de como o nosso universo evoluiu desde o Big Bang, produzindo um universo em grande escala sem sacrificar os detalhes das gala¡xias individuais.
"Essas simulações são enormes conjuntos de dados onde podemos aprender muito dissecando e compreendendo a formação e evolução das gala¡xias dentro delas", disse Paul Torrey, professor associado de física da Universidade da Fla³rida e co-autor do estudo. "O que éfundamentalmente novo no TNG50 éque vocêestãoobtendo uma resolução espacial e de massa suficientemente alta dentro das gala¡xias que fornece uma imagem clara da aparaªncia da estrutura interna dos sistemas a medida que se formam e evoluem".
A atenção do modelo aos detalhes tem algum custo. A simulação exigiu 16.000 núcleos de processador do supercomputador Hazel Hen em Stuttgart, Alemanha, funcionando continuamente por mais de um ano. O mesmo ca¡lculo levaria 15.000 anos para um sistema de processador aºnico. Apesar de serem uma das simulações astrofasicas computacionalmente mais pesadas da história, os pesquisadores acreditam que seu investimento valeu a pena.
"Experimentos numanãricos desse tipo são particularmente bem-sucedidos quando vocêsai mais do que investe", disse Dylan Nelson, pa³s-doutorado no Instituto Max Planck de Astrofísica em Munique, Alemanha, e co-autor do estudo, em comunicado. . "Em nossa simulação, vemos fena´menos que não foram programados explicitamente no ca³digo de simulação. Esses fena´menos emergem de uma maneira natural, a partir da complexa interação dos ingredientes fasicos ba¡sicos de nosso universo modelo".
Esse fena´meno emergente pode ser essencial para entender por que nosso universo aparece como éhoje 13,8 bilhaµes de anos após o Big Bang. O TNG50 permitiu aos pesquisadores ver em primeira ma£o como as gala¡xias podem ter surgido das turbulentas nuvens de gás presentes logo após o nascimento do universo. Eles descobriram que as gala¡xias em forma de disco comuns a nossa vizinhana§a ca³smica emergiram naturalmente dentro de sua simulação e produziram estruturas internas, incluindo braa§os em espiral, protubera¢ncias e barras que se estendiam de seus buracos negros supermassivos centrais . Quando compararam seu universo gerado por computador com observações da vida real, descobriram que sua população de gala¡xias era qualitativamente consistente com a realidade.
Amedida que suas gala¡xias continuavam achatadas em discos rotativos bem ordenados, outro fena´meno começou a surgir. Explosaµes de supernovas e buracos negros supermassivos no coração de cada gala¡xia criaram fluxos de gás em alta velocidade. Essas saadas se transformaram em fontes de gás subindo milhares de anos-luz acima de uma gala¡xia. O puxa£o da gravidade finalmente trouxe grande parte desse gás de volta ao disco da gala¡xia, redistribuindo-o para sua borda externa e criando um ciclo de realimentação da saada e entrada de gás. Além de reciclar os ingredientes para a formação de novas estrelas, as saadas também mostraram mudar a estrutura de sua gala¡xia. Os gases reciclados aceleraram a transformação de gala¡xias em finos discos rotativos.
Apesar dessas descobertas iniciais, a equipe estãolonge de terminar de dissecar seu modelo. Eles também planejam liberar todos os dados da simulação publicamente para os astrônomos de todo o mundo estudarem seu cosmos virtual.
"Ha¡ uma estrada enorme pela frente agora que concluamos essas simulações", disse Torrey. "Uma equipe inteira de pesquisadores estãotrabalhando para entender melhor as propriedades detalhadas das gala¡xias que se formam e quais tendaªncias emergentes aparecem nesses dados".