Tecnologia Científica

O Observatório Voador mapeia nossa gala¡xia
Uma nova imagem panora¢mica baseada em dados capturados pelo Observatório Estratosfanãrico da NASA para Astronomia Infravermelha (SOFIA) mostra o movimentado centro de nossa gala¡xia como nunca foi visto antes.
Por Whitney Clavin - 06/01/2020


Uma nova imagem infravermelha revela as estrelas mais massivas do nosso centro gala¡ctico

A SOFIA éum observata³rio aanãreo que voa para as regiaµes mais baixas da estratosfera, a cerca de 10.000 metros acima da Terra, para capturar imagens infravermelhas do cosmos. Nessas alturas, o telesca³pio voador pode ignorar uma parte da atmosfera da Terra que bloqueia uma quantidade significativa de luz infravermelha.

De 1 a 11 de julho de 2019, pesquisadores liderados por Matt Hankins, um pa³s-doutorado da Caltech, levaram a SOFIA em vários va´os para capturar novas vistas infravermelhas das partes mais brilhantes do centro de nossa gala¡xia. Os telesca³pios infravermelhos anteriores não conseguiram capturar essas regiaµes porque o brilho intenso levou a imagens superexpostas. Ao contra¡rio desses telesca³pios, a SOFIA pode fazer exposições curtas, reduzindo as chances de saturação excessiva.

"Estamos preenchendo as regiaµes mais ativas de formação de estrelas do centro gala¡ctico que estavam faltando nas imagens anteriores", diz Hankins, pesquisador principal do programa de observação do centro gala¡ctico com o FORCAST da SOFIA (Ca¢mera infravermelha de objeto fraco para o telesca³pio SOFIA) instrumento. Hankins trabalha no grupo de Mansi Kasliwal (MS '07, PhD '11), professor assistente de astronomia da Caltech.

Hankins montou na SOFIA por um total de oito corridas de observação. Durante os va´os, ele monitorou os dados recebidos para garantir que parecessem como o esperado. Como ventos e outros fatores podem afetar o comprimento de cada trecho de va´o, podem ser necessa¡rios ajustes de última hora no plano de observação.

"Essa éa natureza do animal de ter um observata³rio voador", diz ele. "Quando o diretor da missão diz que o avia£o precisa se concentrar no pra³ximo alvo, épreciso seguir em frente. Toda a operação éaltamente coreografada e planejada para o segundo, masmudanças de última hora ainda podem ocorrer".

A nova imagem panora¢mica mostra dados SOFIA obtidos em comprimentos de onda no infravermelho manãdio de 25 e 37 ma­crons (verde e azul, respectivamente) sobrepostos a imagens anteriores tiradas pelo Herschel Space Observatory, uma missão europanãia de infravermelho que foi desligada em 2013 e pela NASA Telescópio Espacial Spitzer, uma missão de infravermelho programada para ser desativada em 30 de janeiro de 2020.

Os mapas da SOFIA revelam poeira que foi aquecida por muitas das estrelas mais massivas da regia£o, incluindo algumas que são até100 vezes maiores que o nosso sol. Va¡rios desses recursos de poeira não haviam sido totalmente resolvidos em mapas infravermelhos anteriores; portanto, os novos mapas permitem que os pesquisadores estudem essas fontes brilhantes em umnívelde detalhe que não era possí­vel antes.

"Ainda não entendemos como estrelas macia§as se formam nessa regia£o incrivelmente densa de nossa gala¡xia", diz Hankins. "Embora o centro gala¡ctico tenha inaºmeras estrelas massivas que são vistas nos mapas da SOFIA, a teoria sugere que a regia£o deve ter muito mais estrelas do que se sabe atualmente. Examinar essa discrepa¢ncia éum objetivo importante de nosso estudo".

Como outros telesca³pios infravermelhos, a SOFIA pode penetrar na poeira fria que existe entre nose o centro de nossa gala¡xia. Como os telesca³pios de luz visível não podem ver atravanãs da poeira, suas imagens revelam apenas nuvens escuras. Ao observar em comprimentos de onda no infravermelho manãdio, a SOFIA estãoposicionada de forma única, não apenas para enxergar atravanãs da poeira fria, mas também para captar as assinaturas de poeira quente enterrada no centro gala¡ctico.

Hankins também diz que este mapa gala¡ctico servira¡ como um guia para o pra³ximo Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA, com lana§amento previsto para 2021. "Planejar observações do JWST de luz infravermelha nesta regia£o serámuito difa­cil sem os dados da SOFIA. Esses mapas serácrucial para o estudo de jovens estrelas massivas no centro de nossa gala¡xia na era JWST ", diz ele.

Um artigo de resumo destacando os resultados iniciais foi submetido para publicação no The Astrophysical Journal . O conjunto completo de dados calibrados estãoatualmente dispona­vel para astrônomos em todo o mundo para pesquisas adicionais atravanãs do SOFIA Legacy Program.

O SOFIA éum avia£o a jato Boeing 747SP modificado para transportar um telesca³pio de 106 polegadas de dia¢metro. a‰ um projeto conjunto da NASA e do Centro Aeroespacial Alema£o (DLR). O Centro de Pesquisa Ames da NASA, no Vale do Sila­cio, na Califa³rnia, gerencia o programa SOFIA, a ciência e as operações missiona¡rias em cooperação com a Universities Space Research Association sediada em Columbia, Maryland, e o Instituto Alema£o SOFIA (DSI) da Universidade de Stuttgart. A aeronave émantida e operada pelo Armstrong Flight Research Center Building 703 da NASA, em Palmdale, Califa³rnia.

 

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