Tecnologia Científica

O estresse impede nossa capacidade de planejar com antecedaªncia, interrompendo a maneira como usamos a memória, constata estudo de Stanford
Combinando exames cerebrais com tarefas de navegaa§a£o virtual, os pesquisadores descobriram que as pessoas fazem planos menos eficientes e eficazes quando estressadas.
Por Taylor Kubota - 03/04/2020

Novas pesquisas da Universidade de Stanford descobriram que o estresse pode prejudicar nossa capacidade de desenvolver planos informados, impedindo-nos de tomar decisaµes com base na memória.

Usando um experimento de navegação virtual, os pesquisadores descobriram que o
estresse dificultava a capacidade das pessoas de usar a memória para planejar
novos atalhos. (Crédito da imagem: Getty Images)

"Nos baseamos na memória não apenas para nos projetarmos para trás no passado, mas para nos projetarmos para frente, para planejar", disse o psica³logo de Stanford Anthony Wagner , autor saªnior do artigo que detalha este trabalho, publicado em 2 de abril na Current Biology . "O estresse pode privar vocêda capacidade de recorrer a sistemas cognitivos subjacentes a  memória e ao comportamento direcionado a objetivos que permitem solucionar problemas mais rapidamente, com mais eficiência e efica¡cia".

Combinadas com trabalhos anteriores do Wagner's Memory Lab e outros, essas descobertas podem ter amplas implicações para a compreensão de como as pessoas planejam o futuro - e como a falta de estresse pode proporcionar a algumas pessoas uma maior oportunidade baseada em neurologicamente para pensar no futuro.

"a‰ uma forma de privilanãgio neurocognitivo que as pessoas que não estãoestressadas podem usar em seus sistemas de memória para se comportarem de maneira ideal", disse Wagner, professor de Lucie Stern nas Ciências Sociais da Escola de Humanidades e Ciências de Stanford . "E podemos deixar de reconhecer que algumas pessoas podem não estar se comportando de maneira tão eficaz ou eficiente, porque estãolidando com algo, como um estressor econa´mico ou de saúde, que reduz esse privilanãgio".

Faa§a um passeio virtual

Os pesquisadores realizaram experimentos em que monitoraram o comportamento e a atividade cerebral dos participantes - via ressonância magnanãtica - enquanto navegavam pelas cidades virtuais. Depois que os participantes se tornaram rotas familiares bastante sinuosas em uma daºzia de cidades, eles foram jogados em um dos caminhos memorizados e instrua­dos a navegar atéo local do gol.

Para testar os efeitos do estresse, os pesquisadores alertaram alguns participantes de que poderiam receber um leve choque elanãtrico, não relacionado ao seu desempenho, durante suas caminhadas virtuais. Os participantes que não precisavam se preocupar em ficar aleatoriamente chocados tendiam a visualizar e adotar novos atalhos com base nas memórias adquiridas em viagens anteriores, enquanto os estressados ​​tendiam a recair nas rotas sinuosas e habituais.

Antes de iniciar sua jornada, os participantes eram virtualmente mantidos no lugar em sua posição inicial. As varreduras cerebrais desse período mostraram que os indivíduos estressados ​​tinham menos probabilidade do que seus colegas de ativar o hipocampo - uma estrutura cerebral que estaria ativa se revisassem mentalmente as viagens anteriores. Eles também tiveram menos atividade em suas redes de lobo frontal-parietal, o que nos permite alinhar os processos neurais aos nossos objetivos atuais. Trabalhos anteriores dos pesquisadores descobriram que o estresse dificulta essa maquinaria neural, dificultando a recuperação e o uso de memórias.

Os pesquisadores acreditam que seu novo estudo éo primeiro a mostrar como a interrupção da rede do lobo hipocampo-frontal coloca a reprodução da memória offline durante uma sessão de planejamento devido ao estresse.

"a‰ como o nosso cérebro éempurrado para um estado de processo de pensamento denívelmais baixo, e isso corresponde a esse comportamento reduzido de planejamento", disse Thackery Brown, pesquisador de pa³s-doutorado no Laborata³rio de Mema³ria durante esta pesquisa e autor principal. do papel.

Estresse e velhice

Olhando para o futuro, os pesquisadores estãoespecialmente interessados ​​em como a relação entre estresse e memória afeta populações mais velhas, que frequentemente enfrentam problemas de saúde e econa´micos. As pessoas mais velhas também tem maior probabilidade de se preocupar com a perda de memória. Juntos, esses estressores combinados poderiam contribuir para uma capacidade diminua­da de lembrar, o que poderia exacerbar ainda mais o estresse e também prejudicar a capacidade de lidar com ele.

Brown começou a conduzir estudos semelhantes aos experimentos de navegação virtual com participantes entre 65 e 80 anos para tentar entender melhor como as associações entre estresse, memória e planejamento se desenrolam em populações mais velhas.

"a‰ algo poderoso pensar em como os eventos estressantes podem afetar o planejamento de seus ava³s", disse Brown, que agora éprofessor assistente do Instituto de Tecnologia da Gea³rgia. "Isso nos afeta em nossa juventude e a  medida que interagimos e cuidamos de membros mais velhos de nossa fama­lia, e então se torna relevante para nosde uma maneira diferente quando somos, nosmesmos, adultos mais velhos".

 

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