Tecnologia Científica

O estudo de Stanford aponta para uma maneira mais hola­stica de medir as consequaªncias econa´micas dos terremotos
As autoridades sabem como explicar mortes, ferimentos e danos a  propriedade após as paradas, mas um novo estudo, baseado em um hipotanãtico terremoto de magnitude 7,2 perto de Sa£o Francisco, descreve a primeira maneira de estimar as consequaªncias
Por Tom Abate - 21/04/2020

Quando um terremoto ou outro desastre natural ocorre, as agaªncias governamentais de assistaªncia, seguradoras e outros responsa¡veis ​​pela resposta convergem para fazer um balana§o das mortes e ferimentos e para avaliar a extensão e o custo dos danos a  infraestrutura pública e a  propriedade pessoal.

Crédito da imagem: Getty Images)
Os pesquisadores de Stanford desenvolveram uma maneira de quantificar o
custo econa´mico que um grande terremoto provavelmente causara¡, e suas análises
mostram que esse desastre provavelmente atingira¡ mais os pobres. (

Mas atéagora, esses procedimentos de avaliação pa³s-desastre se concentraram no valor em da³lares dos danos a  propriedade, ao mesmo tempo em que não contabilizam algo igualmente importante, mas mais difa­cil de quantificar; ou seja, quanto mais pobre alguém ou sua fama­lia, mais difa­cil érecuperar e recuperar seu antigo padrãode vida.

Agora, engenheiros civis de Stanford, trabalhando com economistas do Banco Mundial, criaram o primeiro modelo de avaliação de desastre que combina as estimativas de danos a  propriedade bem compreendidas com uma maneira de calcular duas varia¡veis ​​anteriormente nebulosas - os impactos econa´micos em toda a comunidade causados ​​por interrupções para a indústria e empregos, e os custos sociais para indivíduos e fama­lias.

Embora essa análise possa parecer a³bvia, ninguanãm jamais juntou perdas físicas com consequaªncias de dor e sofrimento atéos engenheiros civis de Stanford se unirem aos economistas do Banco Mundial Stephane Hallegatte e Brian Walsh para criar esse modelo hola­stico de avaliação de danos.

Um cena¡rio hipotanãtico

Em um novo estudo, publicado em 30 de mara§o na Nature Sustainability , os pesquisadores testam seu modelo usando um hipotanãtico terremoto de magnitude 7,2 na falha de Hayward, perto de Sa£o Francisco. "Desenvolvemos um modelo financeiro que se baseia em procedimentos anteriores de danos a  propriedade de uma maneira que nos permite quantificar a dor e o sofrimento que as pessoas sentem após um terremoto, dependendo de seu status socioecona´mico", disse o co-autor do estudo Jack Baker , professor engenharia civil e ambiental em Stanford.

Embora os pesquisadores tenham adaptado sua abordagem especificamente a terremotos, eles esperam que os especialistas em furacaµes, tornados, inundações e outros desastres também adotem as novas medidas econa´micas e sociola³gicas, a fim de dar aos formuladores de políticas novas ferramentas para planejar desastres.

A primeira autora do estudo, Maryia Markhvida, ex-aluna da Baker's, disse que os pesquisadores começam com modelos tradicionais de avaliação de danos a  propriedade e acrescentaram uma segunda camada de análise para quantificar um conceito chamado "bem-estar", emprestado por eles. de economistas e socia³logos. O modelo calcula os na­veis de renda e consumo de pessoas em diferentes estratos socioecona´micos para atribuir um valor numanãrico ao bem-estar, que pode ser pensado como as pessoas se sentem sobre a vida cotidiana quando se recuperam de um desastre.

Os pesquisadores combinaram as ferramentas de danos fa­sicos com avaliações econa´micas e de bem-estar para criar um modelo mais hola­stico dos efeitos de desastres. Por exemplo, se os danos materiais causados ​​por parte de seu sistema mostrarem que um edifa­cio em particular provavelmente entrara¡ em colapso, a segunda camada de análise ajudaria a extrapolar como esse dano estrutural afetaria onde as pessoas trabalham e como isso afetaria uma variedade de indaºstrias em maneiras que poderiam afetar a renda e o poder de compra das pessoas, diminuindo assim sua sensação de bem-estar.

Implicações políticas

Grande parte dos dados de receita, despesa e gasto para a análise foram derivados de dados do Censo, que permitiram aos pesquisadores vincular seus ca¡lculos de bem-estar a  relativa pobreza ou prosperidade das pessoas que moram em bairros diferentes. Quando estimaram a perda relativa de bem-estar das pessoas em cada um dos quatro escalaµes de renda, descobriram que as pessoas na parte inferior sentiram uma perda de aproximadamente 60% do bem-estar como uma fração da renda média anual da área da baa­a, em relação a algo mais perto de 25% para os que estãono topo (veja o Gra¡fico A).

Os pesquisadores também compararam três tipos de perdas em 10 cidades na área da baa­a de Sa£o Francisco (veja o Gra¡fico B). Esses ca¡lculos levaram em conta a vulnerabilidade do estoque de edifa­cios de cada cidade (número e tipos de residaªncias, escrita³rios e outras estruturas), sua proximidade com o terremoto hipotanãtico e outros fatores, como que tipo de economia e seguro as pessoas tinham como almofadas de segurança. O gra¡fico mostra que, mesmo quando os danos a  propriedade são aproximadamente iguais, as perdas de bem-estar são maiores nas cidades com população de menor renda e menor economia familiar. "Faz sentido que as pessoas que tem menos em primeiro lugar sintam que a vida se torna muito mais difa­cil quando perdem um pouco do pouco que tinham", disse Markhvida.

Os pesquisadores prevaªem que os formuladores de políticas usara£o o modelo para considerar antecipadamente como mitigar os impactos de um terremoto e acelerar a recuperação da regia£o posteriormente. Eles podem, por exemplo, executar exerca­cios do tipo “e se” para avaliar os benefa­cios relativos de medidas como o aperto dos ca³digos de construção, o incentivo a reformas ou a obtenção de seguro contra terremotos, ou fazer planos de contingaªncia para estender ou expandir os benefa­cios de desemprego.

"Esse modelo pode ajudar as autoridades do governo a decidir quais políticas oferecem o melhor retorno possí­vel e também ver como elas podem afetar não apenas possa­veis danos a  propriedade, mas também prejua­zos a  sensação de bem-estar das pessoas", disse Baker.

 

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