Tecnologia Científica

USP testa moléculas com potencial de interromper ciclo do novo coronava­rus
Esperana§a éencontrar molanãcula que iniba enzima do va­rus para evitar que ele complete formaa§a£o de RNA, processo fundamental em sua multiplicaça£o
Por Assessoria do IQSC, - 25/04/2020


As moléculas que sera£o testadas já são estudadas hános pelo Grupo de Quí­mica
Medicinal e Biola³gica do IQSC, mas para o combate a  doença de Chagas
 Foto: Henrique Fontes/IQSC

Cerca de 500 moléculas desenvolvidas no Instituto de Quí­mica de Sa£o Carlos (IQSC) da USP sera£o testadas contra o novo coronava­rus a partir deste maªs, em Sa£o Paulo, no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade, onde o SARS-CoV-2 estãocultivado em laboratório. A hipa³tese que serácolocada a  prova pelos cientistas do IQSC éa de que essas moléculas são capazes de interromper o ciclo biola³gico do novo coronava­rus inibindo uma de suas enzimas: a Mpro. Se isso ocorrer, serápossí­vel evitar que o va­rus complete a formação de RNA, processo fundamental para sua multiplicação pelo organismo.
As moléculas enviadas a  capital paulista são estudadas hános pelo Grupo de Quí­mica Medicinal e Biola³gica (Nequimed) do instituto, mas para o combate de outra enfermidade, a doença de Chagas. Neste caso, as substâncias utilizadas pelos pesquisadores tem apresentado resultados promissores para inibir a bioatividade da cruzaa­na, enzima responsável por manter ativo no corpo humano o Trypanosoma cruzi, parasito causador da doena§a. A cruzaa­na, segundo os cientistas, possui semelhanças estruturais com a Mpro.

A proposta de testar moléculas criadas no IQSC contra o novo coronava­rus gerou um projeto de pesquisa que acaba de ser contemplado com financiamento da Fundação de Amparo a  Pesquisa do Estado de Sa£o Paulo (Fapesp), por meio do edital “Suplementos de Ra¡pida Implementação contra covid-19”. No trabalho, os cientistas também va£o se dedicar ao aprimoramento e sa­ntese de moléculas com potencial para anular a ação de enzimas essenciais para o ciclo biola³gico do novo coronava­rus. Utilizando técnicas de inteligaªncia artificial e aprendizado de ma¡quinas, os pesquisadores pretendem ainda estudar medicamentos já conhecidos ou que estejam em fase experimental a fim de identificar os mais interessantes de serem testados contra o SARS-CoV-2.

A proposta gerou um projeto de pesquisa que acaba de ser contemplado pela Fapesp
Foto: Pixabay

Testagem em massa

No último dia 30 de mara§o, uma força-tarefa coordenada pelo ICB começou a realizar testes in vitro com milhares de fa¡rmacos e substâncias contra o novo coronava­rus que estãocultivado em laboratório. Nesse tipo de teste, células infectadas pelo SARS-CoV-2 são colocadas em placas de ensaio e cada uma delas recebe a ação de diferentes compostos.

As análises são feitas de modo automatizado com o uso da tecnologia de triagem de alto conteaºdo, que permite analisar, simultaneamente, dezenas de milhares de fa¡rmacos todas as semanas. Estima-se que em cinco semanas os cientistas já tera£o os resultados dos testes realizados com 2.500 compostos, e a partir desse momento serápossí­vel testar até4 mil substâncias semanalmente.

A iniciativa se destaca pela participação de diversos especialistas em diferentes áreas de conhecimento que estãotrabalhando juntos para a descoberta de antivirais para a covid-19. Além de cientistas do IQSC e do ICB, o trabalho conta com a atuação de pesquisadores do Instituto de Fa­sica de Sa£o Carlos (IFSC) da USP, da Universidade Federal de Sa£o Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pela iniciativa privada, a Eurofarma também colabora com os estudos e cedeu ao ICB sua biblioteca com cerca de 1.500 fa¡rmacos.

 

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