Esperana§a éencontrar molanãcula que iniba enzima do varus para evitar que ele complete formaa§a£o de RNA, processo fundamental em sua multiplicaça£o
As moléculas que sera£o testadas já são estudadas hános pelo Grupo de Química
Medicinal e Biola³gica do IQSC, mas para o combate a doença de Chagas
 Foto: Henrique Fontes/IQSC
Cerca de 500 moléculas desenvolvidas no Instituto de Química de Sa£o Carlos (IQSC) da USP sera£o testadas contra o novo coronavarus a partir deste maªs, em Sa£o Paulo, no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade, onde o SARS-CoV-2 estãocultivado em laboratório. A hipa³tese que serácolocada a prova pelos cientistas do IQSC éa de que essas moléculas são capazes de interromper o ciclo biola³gico do novo coronavarus inibindo uma de suas enzimas: a Mpro. Se isso ocorrer, serápossível evitar que o varus complete a formação de RNA, processo fundamental para sua multiplicação pelo organismo.
As moléculas enviadas a capital paulista são estudadas hános pelo Grupo de Química Medicinal e Biola³gica (Nequimed) do instituto, mas para o combate de outra enfermidade, a doença de Chagas. Neste caso, as substâncias utilizadas pelos pesquisadores tem apresentado resultados promissores para inibir a bioatividade da cruzaana, enzima responsável por manter ativo no corpo humano o Trypanosoma cruzi, parasito causador da doena§a. A cruzaana, segundo os cientistas, possui semelhanças estruturais com a Mpro.
A proposta de testar moléculas criadas no IQSC contra o novo coronavarus gerou um projeto de pesquisa que acaba de ser contemplado com financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Sa£o Paulo (Fapesp), por meio do edital “Suplementos de Ra¡pida Implementação contra covid-19â€. No trabalho, os cientistas também va£o se dedicar ao aprimoramento e santese de moléculas com potencial para anular a ação de enzimas essenciais para o ciclo biola³gico do novo coronavarus. Utilizando técnicas de inteligaªncia artificial e aprendizado de ma¡quinas, os pesquisadores pretendem ainda estudar medicamentos já conhecidos ou que estejam em fase experimental a fim de identificar os mais interessantes de serem testados contra o SARS-CoV-2.
A proposta gerou um projeto de pesquisa que acaba de ser contemplado pela Fapesp
Foto: Pixabay
Testagem em massa
No último dia 30 de mara§o, uma força-tarefa coordenada pelo ICB começou a realizar testes in vitro com milhares de fa¡rmacos e substâncias contra o novo coronavarus que estãocultivado em laboratório. Nesse tipo de teste, células infectadas pelo SARS-CoV-2 são colocadas em placas de ensaio e cada uma delas recebe a ação de diferentes compostos.
As análises são feitas de modo automatizado com o uso da tecnologia de triagem de alto conteaºdo, que permite analisar, simultaneamente, dezenas de milhares de fa¡rmacos todas as semanas. Estima-se que em cinco semanas os cientistas já tera£o os resultados dos testes realizados com 2.500 compostos, e a partir desse momento serápossível testar até4 mil substâncias semanalmente.
A iniciativa se destaca pela participação de diversos especialistas em diferentes áreas de conhecimento que estãotrabalhando juntos para a descoberta de antivirais para a covid-19. Além de cientistas do IQSC e do ICB, o trabalho conta com a atuação de pesquisadores do Instituto de Fasica de Sa£o Carlos (IFSC) da USP, da Universidade Federal de Sa£o Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pela iniciativa privada, a Eurofarma também colabora com os estudos e cedeu ao ICB sua biblioteca com cerca de 1.500 fa¡rmacos.