Tecnologia Científica

UFRJ desenvolve tecido antiviral para máscaras de proteção a  COVID-19
Inmetro e PUC-Rio também participaram da criação do tecido
Por Coppe/UFRJ - 07/08/2020


A proposta édisponibilizar a tecnologia, sem custo, para que o material possa ser produzido em escala industrial | Foto: Coppe/UFRJ

Fruto de uma parceria entre Inmetro, Coppe/UFRJ, e CTC- PUC-Rio, o tecido composto por nanoparta­culas atua como um poderoso filtro que inativa os elementos virais respirata³rios, como o SARS-CoV-2.  A proposta édisponibilizar a tecnologia, sem custo, para que o material possa ser produzido em escala industrial. O projeto conta com o financiamento da Faperj.  

O tecido hidrofa³bico de algoda£o estãosendo produzido no Laborata³rio de Engenharia de Superfa­cies da Coppe/UFRJ, sob a coordenação da professora Renata Sima£o. “O tecido tem uma composição ha­brida. Ele écomposto de um recobrimento, altamente hidrofa³bico, que evita a penetração de microparta­culas de águacontaminadas pelo va­rus. Além disso, contanãm nanoparta­culas antivirais ativas de a³xidos meta¡licos e carbono. Os dois recursos associados formam uma barreira que impede a penetração do coronava­rus e o torna inativo, o que resultara¡ em uma ma¡scara mais segura”, explica a professora dos Programas de Engenharia de Nanotecnologia e de Engenharia Metalaºrgica e de Materiais da Coppe.

Segundo Renata, o material apresenta outras vantagens: ébiodegrada¡vel e reduz apenas 15 % da respirabilidade, similar ao de máscaras de TNT usadas por profissionais de saúde. O recobrimento estãosendo testado também em papel absorvente para a produção de máscaras descarta¡veis, com duração de 5 horas em média, ou seja, o dobro do tempo recomendado para as máscaras descarta¡veis disponí­veis no mercado.

Os testes para a caracterização e constatação da eficácia das nanoparta­culas estãosendo realizados no laboratório de microscopia eletra´nica do Inmetro. “Nesta primeira etapa, utilizaremos o tecido hidrofa³bico, produzido pela Coppe, para avaliarmos a capacidade de eliminar o va­rus. Esperamos ter os resultados ainda em 2020, e, caso seja comprovado sua efica¡cia, opaís podera¡ ter acesso a uma tecnologia que proporcionara¡ mais segurança e risco reduzido da contaminação, inclusive em ambiente hospitalar, onde émais frequente. E o melhor: a um custo-benefa­cio acessa­vel a  sociedade”, comentou Carlos Achete, especialista em Metrologia de Materiais do Inmetro e coordenador do projeto denominado ‘Tecidos Hidrofa³bicos e Ativos para Substituição do TNT Hospitalar’.

Segundo Renata, a unia£o de competaªncias de cada instituição éo ponto forte do projeto. “a‰ mais uma iniciativa em melhorar a qualidade das máscaras que utilizamos. A intenção éproduzir até500 máscaras descarta¡veis por semana, fabricadas a partir de diferentes materiais, como papel, algoda£o e polianãster, que apresentem alta durabilidade, de atétrês horas de uso, e éresistente a inaºmeras lavagens”, afirma.

O Centro Tanãcnico Cienta­fico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), por meio do seu Departamento de Quí­mica, também participa do projeto. O professor Volodymyr Zaitsev, responsável pela caracterização das nanoparta­culas, explica: “As máscaras sera£o impregnadas com nanoparta­culas de a³xido de zinco e grafeno, obtido a partir do grafite, material de baixo custo e encontrado em abunda¢ncia no Brasil. Estes componentes tornara£o as máscaras ha­bridas e altamente hidrofa³bicas, evitando a penetração de microparta­culas de águacontaminada”.

O processo de testes e sua verificação, visando a  certificação do produto, estãosob a responsabilidade da coordenadora da Central Anala­tica do Departamento de Quí­mica do CTC/PUC-Rio, professora Gisele Birman Tonietto. “O importante éatendermos a s demandas da sociedade, com toda expertise que a universidade tem. Em um momento de urgência, poder viabilizar um conhecimento acadêmico em prol dos profissionais de saúde, são reafirma o valor que deve ser dado a  ciência e a  pesquisa no Brasil”, diz a professora.

 

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