Tecnologia Científica

Solução a  base de nia³bio desativa o novo coronava­rus
Pesquisadores da UFMG desenvolvem produto que protegesuperfÍcies por 24 horas, pode ser aplicado como gel ou la­quido e não agride as pessoas e o meio ambiente
Por BH-TEC - 14/09/2020


Solução éeficiente nos ambientes domanãstico e médico - Acervo da pesquisa

Pesquisadores da UFMG criaram solução a  base de nia³bio capaz de proteger diferentes tipos desuperfÍcie do novo coronava­rus, por até24 horas. Aplicada na forma de gel ou la­quido spray, a solução tem ação prolongada para limpeza e desinfecção das ma£os e não causa reações adversas, como sensação de ressecamento da pele. O produto também se mostrou ativo na proteção desuperfÍcies em ambiente domanãstico e equipamentos e utensa­lios nos ambientes médico e odontola³gico.

A eficiência da invenção osregistrada pela startup Nanonib®, criada pelo grupo da Universidade em parceria com investidores privados osfoi comprovada em laboratório denívelde biossegurança NB-3, ambiente no qual se trabalha com microrganismos causadores de doenças humanas graves (devido ao risco e para comprovar a eficácia direta contra o coronava­rus), e caminha para estar dispona­vel em breve para a sociedade.

Segundo o professor Luiz Carlos Oliveira, do Departamento de Quí­mica do ICEx, o composto de nia³bio produzido para a desativação do coronava­rus, que seráchamado comercialmente de INNIB-41®, estãorelacionado a uma familia de compostos relatados na literatura, os polioxoniobatos. “Sintetizamos uma forma nova de polioxoniobato com capacidade de gerar espanãcies de oxigaªnio que desativam de forma eficiente uma elevada carga do coronava­rus. Essas espanãcies de oxigaªnio são liberadas no meio ao se deparar com uma bactanãria ou um va­rus”, diz Oliveira.

La­der do grupo de pesquisa, o professor explica que a Nanonib® produz, de forma única no mundo, compostos de nia³bio na forma gel, sem utilizar solventes orga¢nicos ou polímeros e, por isso, sem comprometer a saúde nem o meio ambiente. “Vamos criar soluções contendo moléculas inovadoras de nia³bio, de baixo custo de produção e versa¡teis, já que também podera£o ser inseridas em produtos de limpeza e cosmanãticos disponí­veis no mercado.” Ele acrescenta que as potencialidades da descoberta desses materiais avana§ados de nia³bio extrapolam o uso no combate ao novo coronava­rus. “Em testes preliminares, eles apresentaram excelentes propriedades e ações fungicida, bactericida e virucida.”

Ativo protegido

A invenção foi protegida pela UFMG, por meio da Coordenadoria de Transferaªncia e Inovação Tecnola³gica (CTIT), e estãoem processo de análise pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

Com sede no Parque Tecnola³gico de Belo Horizonte (BH-TEC), a Nanonib® foi fundada em 2019 com foco na produção de materiais avana§ados e novos produtos contendo o nia³bio para aplicações diversas nas áreas de saúde e cosmanãticos. Os sãocios pesquisadores são professores da UFMG e protagonizaram vários casos recentes de licenciamento e transferaªncia de tecnologia da Universidade. “A parceria com investidores de risco foi fundamental para o sucesso da parceria atéaqui. Aproximar a academia do setor produtivo éfundamental para que mais iniciativas como a da Nanonib® surjam e beneficiem a sociedade”, afirma Luiz Carlos Oliveira.

Segundo o professor, a expertise da equipe éfocada em ciência pura e aplicada nas áreas de sa­ntese de novos materiais, cata¡lise, química computacional e ca¡lculos teóricos. Os pesquisadores atuam em diferentes linhas, com destaque para a sa­ntese e aplicação de compostos contendo nia³bio.

“As tecnologias desenvolvidas com o nia³bio tem alto grau de ineditismo e grande potencial de geração de valor e podem ser de interesse estratanãgico e econa´mico para Minas Gerais, que tem a maior produção de nia³bio no mundo”, diz Oliveira. Ele comenta que a Nanonib® éa primeira spin-off no mundo a criar produtos a  base de nia³bio para aplicações nas áreas de saúde e cosmanãticos. A plataforma de nia³bio devera¡ incorporar outras tecnologias e materiais nobres desenvolvidos no Departamento de Quí­mica da UFMG e nos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

 

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