Tecnologia Científica

A Amanãrica enviou cinco robôs a Marte - quando os humanos ira£o atrás?
O programa Artemis atual da NASA éanunciado como uma missão
Por Issam Ahmed e Lucie Aubourg - 20/02/2021


A radiação também seráum desafio no planeta, por causa de sua atmosfera ultrafina e da falta de uma magnetosfera protetora, então os abrigos precisara£o ser bem protegidos, ou mesmo subterra¢neos

Com sua aterrissagem impeca¡vel na quinta-feira, o Perseverance da NASA se tornou o quinto rover a chegar a Marte - então, quando podemos finalmente esperar que o objetivo de longa data de uma expedição tripulada se materialize?

O programa Artemis atual da NASA éanunciado como uma missão "Lua a Marte", e o administrador interino Steve Jurczyk reiterou sua aspiração de "meados ao final dos anos 2030" para as botas americanas no Planeta Vermelho.

Mas embora a viagem esteja tecnologicamente quase ao alcance, os especialistas dizem que provavelmente ainda faltam décadas por causa das incertezas de financiamento.

Marte édificil

Wernher von Braun, o arquiteto do programa Apollo, começou a trabalhar em uma missão a Marte logo após o pouso na Lua em 1969, mas o plano, como muitos depois dele, nunca saiu da prancheta.

O que torna isso tão difa­cil? Para comea§ar, a distância absoluta.

Os astronautas com destino a Marte tera£o que viajar cerca de 140 milhões de milhas (225 milhões de quila´metros), dependendo de onde os dois planetas estãoem relação um ao outro.

Isso significa uma viagem de muitos meses, onde os astronautas enfrentara£o dois grandes riscos a  saúde: radiação e microgravidade.

O primeiro aumenta as chances de desenvolver câncer ao longo da vida, enquanto o último diminui a densidade a³ssea e a massa muscular.

Se as coisas derem errado, quaisquer problemas tera£o que ser resolvidos no pra³prio planeta.

'Sa£o os detalhes'

Dito isso, os cientistas aprenderam muitas lições com as missaµes dos astronautas a  Lua e a estações espaciais.

"Demonstramos em Espaçonaves em a³rbita terrestre a capacidade dos astronautas de sobreviver por um ano e meio", disse Jonathan McDowell, astra´nomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.

Os astronautas com destino a Marte tera£o que viajar cerca de 140 milhões
de milhas (225 milhões de quila´metros), dependendo de onde os
dois planetas estãoem relação um ao outro

As ideias gerais de como executar uma missão a Marte estãoem vigor, mas "são os detalhes" que faltam, acrescentou.

Uma forma de reduzir a exposição a  radiação na viagem échegar mais rápido, disse Laura Forczyk, fundadora da firma de consultoria espacial Astralytical e cientista planeta¡ria.

Isso poderia envolver o uso de propulsão tanãrmica nuclear, que produz muito mais impulso do que a energia produzida pelos foguetes químicos tradicionais.

Outro poderia ser a construção de uma Espaçonave com recipientes de águapresos a ela que absorvem a radiação espacial, disse McDowell.
 
Uma vez la¡, precisaremos encontrar maneiras de respirar a atmosfera de 95% de dia³xido de carbono. A Perseverance tem a bordo um instrumento para converter o dia³xido de carbono em oxigaªnio, como demonstração técnica.

Outras soluções envolvem quebrar o gelo nos pa³los do planeta em oxigaªnio e hidrogaªnio, que também abastecera£o os foguetes.

A radiação também seráum desafio no planeta, por causa de sua atmosfera ultrafina e da falta de uma magnetosfera protetora, então os abrigos precisara£o ser bem protegidos, ou mesmo subterra¢neos.

Tolera¢ncia de risco

A viabilidade também se resume a quanto risco estamos dispostos a tolerar, disse G. Scott Hubbard, o primeiro diretor do programa de Marte da NASA que agora estãoem Stanford.

Durante a era do a´nibus espacial, disse Hubbard, "a demanda era que os astronautas não enfrentassem mais do que três por cento de aumento no risco de morte".

"Eles agora levantaram isso - as missaµes espaciais profundas estãoem algo entre 10 e 30 por cento, dependendo da missão, então a NASA estãoassumindo uma postura mais agressiva ou aberta", acrescentou.

Isso pode envolver o aumento donívelpermissa­vel de radiação total a  qual os astronautas podem ser expostos ao longo de suas vidas, o que a NASA também estãoconsiderando, disse Forczyk.

Vontade pola­tica

Os especialistas concordaram que o maior obsta¡culo éconseguir a adesão do presidente e do Congresso dos EUA.

“Se a humanidade como espanãcie, especificamente o contribuinte americano, decidir colocar grandes quantias de dinheiro nisso, poderemos estar la¡ por volta de 2030”, disse McDowell.

Ele não acha que isso estãoprevisto, mas disse que ficaria surpreso se isso acontecesse depois da década de 2040, conclusão compartilhada por Forczyk.

O presidente Joe Biden ainda não esboa§ou sua visão de Marte, embora sua porta-voz Jen Pskai tenha dito neste maªs que o programa Artemis teve o "apoio" do governo.

Ainda assim, a agaªncia estãoenfrentando restrições de ora§amento e não deve cumprir sua meta de devolver astronautas a  Lua até2024, o que também empurraria Marte de volta.

Curinga SpaceX

A NASA poderia ser derrotada pela SpaceX, a empresa fundada pelo biliona¡rio Elon Musk, que tem como objetivo uma primeira missão humana em 2026?

Musk tem desenvolvido o foguete de nave estelar de próxima geração para esse propa³sito - embora dois prota³tipos tenham explodido de maneira espetacular em seus testes recentes.

Isso pode parecer ruim, mas os riscos que a SpaceX écapaz de assumir, e a NASA como agaªncia governamental não, fornece dados valiosos, argumentou Hubbard.

Isso poderia eventualmente dar a  SpaceX uma vantagem sobre o foguete escolhido pela NASA, o problema¡tico Sistema de Lana§amento Espacial (SLS), que éafetado por atrasos e aumento de custos.

Mas nem mesmo uma das pessoas mais ricas do mundo pode pagar a conta inteira de Marte.

Hubbard vaª uma parceria paºblico-privada como mais prova¡vel, com a SpaceX fornecendo o transporte e a NASA resolvendo muitos outros problemas.

 

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