Tecnologia Científica

Parta­culas de pluta´nio de testes nucleares mais complexas do que se pensava
Um novo estudo publicado hoje na Scientific Reports e liderado por pesquisadores da Monash University adverte que aspartículas são realmente mais complexas e variadas do que se pensava anteriormente.
Por Monash University - 21/05/2021


Doma­nio paºblico

Mais de 100 kg de ura¢nio (U) e pluta´nio (Pu) altamente ta³xicos foram dispersos na forma de minaºsculaspartículas radioativas 'quentes' depois que os brita¢nicos detonaram nove bombas atômicas em áreas remotas do Sul da Austra¡lia, incluindo Maralinga.

Os cientistas dizem que essaspartículas radioativas persistem no solo atéhoje, mais de 60 anos após as detonações. Anteriormente, ta­nhamos um conhecimento limitado de como o Pu era liberado dessaspartículas "quentes" no ambiente para ser absorvido pela vida selvagem ao redor de Maralinga.

Mas agora, um novo estudo publicado hoje na Scientific Reports e liderado por pesquisadores da Monash University adverte que aspartículas são realmente mais complexas e variadas do que se pensava anteriormente. Isso significa que os processos que liberam lentamente Pu no ambiente também são muito mais complexos e variados.

"Os brita¢nicos detonaram nove bombas nucleares e conduziram centenas de testes nucleares no interior da Austra¡lia do Sul entre 1953 e 1963", disse a principal autora do estudo, Megan Cook, Ph.D. estudante da Escola de Terra, Atmosfera e Meio Ambiente da Monash University. "A contaminação radioativa resultante e o encobrimento continuam a nos assombrar."

"Os resultados do nosso estudo mudam profundamente nossa compreensão da natureza daspartículas quentes em Maralinga - apesar do fato de que essas foram algumas daspartículas mais bem estudadas em qualquer lugar do mundo", disse a coautora do estudo, a professora associada Vanessa Wong.

A equipe de pesquisa usou radiação sa­ncrotron na Diamond Light Source perto de Oxford, no Reino Unido, para decifrar a composição física e química das partículas

Na Monash University, eles dissecaram algumas daspartículas quentes usando um feixe de a­ons de tamanho nanomanãtrico e caracterizaram ainda mais a complexa composição dessaspartículas atéo tamanho nanomanãtrico em detalhes requintados.

Os pesquisadores demonstraram que a complexidade daspartículas quentes surgiu do resfriamento de derretimentos polimeta¡licos de milhares de graus Celsius na nuvem de explosão durante sua formação.

"Descobrimos que aspartículas continham compostos de pluta´nio-ura¢nio-carbono de baixa valaªncia que são tipicamente altamente reativos, embora tenham sido estabilizados na matriz departículas quentes por quase 60 anos", disse a autora correspondente, Dra. Barbara Etschmann.

Somente entre 1950 e 1988, houve mais de 230 acidentes registrados com armas nucleares, incluindo pelo menos 10 com liberação documentada departículas radioativas no meio ambiente. Os riscos de tais incidentes estãoapenas aumentando a  medida que tratados internacionais como o Tratado de Fora§as Nucleares de Alcance Intermedia¡rio foram cancelados.

"Compreender o destino daspartículas quentes no cena¡rio aºnico do outback australiano éfundamental para proteger a Austra¡lia em caso de incidentes nucleares na regia£o e devolver todas as terras nativas afetadas pelos testes brita¢nicos aos proprieta¡rios tradicionais Anangu das terras Tjarutja de Maralinga ", disse o coautor do estudo, o professor Joa«l Brugger.

 

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