Tecnologia Científica

Pra³teses e a³rteses acessa­veis para rivalizar com os melhores dispositivos do mundo
A Rise Bionics, fundada por Arun Cherian, colega da D-Lab Scale Ups, cria dispositivos assistivos personalizados para pacientes na andia.
Por Zach Winn - 30/04/2021


A Rise Bionics, administrada pelo vencedor do D-Lab Scale Ups Fellowship, Arun Cherian, cria pra³teses e a³rteses personalizadas para pacientes na andia por uma fração do custo de dispositivos compara¡veis. Cortesia de Rise Bionics

Em 2014, Arun Cherian retornou ao seupaís natal, a andia, para ajudar sua irmã no casamento. Naquela anãpoca, Cherian havia obtido seu mestrado em engenharia meca¢nica na Universidade de Columbia, passou quatro anos como pesquisador na Universidade da Califórnia em Berkeley e estava fazendo doutorado na Universidade de Purdue, onde estudava a biomeca¢nica da locomoção humana. Ele olhou para a casa de sua infa¢ncia com a nova perspectiva de alguém que passou a maior parte de uma década trabalhando em problemas de engenharia.

Uma coisa que chamou sua atenção foram os ma³veis de cana feitos de vime que são onipresentes no sul da andia. Os ma³veis estavam em sua casa hámuitos anos, mas, com sua geometria complexa, permaneciam flexa­veis e esta¡veis, como uma mola. Cherian começou a se perguntar se o material poderia servir de base para pernas protanãticas.

A ideia desencadeou uma jornada que levou Cherian a abandonar seu doutorado, passar anos refinando sua abordagem e, finalmente, lana§ar a Rise Bionics. Hoje, a Rise Bionics oferece pra³teses e a³rteses personalizadas, não apenas para pessoas com membros sem membros, mas também para pessoas que sofrem de condições como paralisia cerebral, epilepsia e escoliose.

Ensaios clínicos mostraram que os produtos da empresa são compara¡veis ​​em qualidade a outros modelos lideres, enquanto são vendidos por uma fração do custo.

“A Rise Bionics cresceu organicamente desde a ideia inicial de criar pernas protanãticas leves e flexa­veis feitas de cana para agora fazer pra³teses de alta qualidade osou mesmo bia´nicas osacessa­veis e acessa­veis a todos”, diz Cherian.

Durante essa evolução, Cherian diz que foi adotado pela comunidade do MIT. Cursos e iniciativas administrados pelo D-Lab do MIT forneceram treinamento, orientação, financiamento e muito mais para ajudar a Rise Bionics a chegar onde estãohoje.

A Rise construiu dispositivos para mais de 500 pessoas atéhoje, e Cherian diz que a empresa estãocomea§ando a acelerar seu crescimento em todo o mundo agora que as interrupções causadas pela pandemia estãodiminuindo.

O caminho nem sempre foi fa¡cil para Cherian, mas ele diz que a capacidade da empresa de transformar vidas faz tudo valer a pena.

“O que importa éque ninguanãm planeja ser um amputado”, diz Cherian. “Usando a tecnologia, podemos ajudar essas pessoas a voltar a  vida o mais rápido possí­vel. Uma garotinha que temos ajudado nasceu sem as duas pernas acima dos joelhos. No outro dia, sua ma£e estava compartilhando fotos dela saindo com seus amigos da escola. Olhando para as fotos, vocênão poderia dizer que ela estava andando com duas pernas protanãticas; ela parece estar desfrutando de uma infa¢ncia completa. a‰ isso que queremos para nossos pacientes: ajuda¡-los a voltar a s suas vidas.”

Configurando um caminho

Menos de um ano depois que Cherian teve a ideia de usar cana para fazer pra³teses, um amigo lhe contou sobre o International Development and Design Summit (IDDS) anual da D-Lab, que estava ocorrendo na andia naquele ano.

No programa de três semanas, Cherian trabalhou a filosofia de design do D-Lab, passando cerca de duas semanas conduzindo entrevistas e definindo o problema que estava tentando resolver antes de construir seu produto.

“Vocaª tem mentores na turma, são alunos e pessoas que frequentaram outro IDDS, e juraram por essa metodologia”, lembra Cherian. “Eu estava no quarteira£o e lembro de pensar, 'Sanãrio?' Mas, meu Deus, a [diretora fundadora do D-Lab] Amy Smith e sua equipe descobriram algo.”

O IDDS foi o ini­cio de uma longa relação entre Cherian e o MIT. Ele passou a apresentar os problemas que sua empresa estava enfrentando para os alunos dos cursos D-Lab 2.729 (Design for Scale) e EC.722 (Prosthetics for the Developing World). Grupos de alunos trabalharam nos problemas durante o semestre, e três acabaram voando para a andia para estagiar durante o vera£o e testar suas ideias.

Em 2016, Cherian foi selecionado para uma D-Lab Scale Ups Fellowship, que forneceu apoio financeiro, orientação e networking para ajudar a escalar a Rise Bionics. Cherian havia iniciado a empresa atéaquele ponto e chama a irmandade de “muito importante para nos ajudar a chegar onde estamos hoje”.

“Sou extremamente grato ao D-Lab e ao MIT”, diz Cherian. “Eu não sou um ex-aluno, então para eles serem generosos o suficiente para estender seus recursos para mim éuma prova da cultura fanta¡stica do MIT.”

No final de 2016, uma equipe da Rise Bionics viajou para a Sua­a§a para participar do Cybathalon, no qual atletas usando as melhores pra³teses do mundo competem em eventos esportivos. A maioria das empresas fabrica dispositivos avana§ados especialmente para a competição osCherian diz que a gigante europeia de pra³teses Ossur, por exemplo, veio com uma perna protanãtica de US$ 100.000. No entanto, os corredores que usavam o dispositivo de US$ 300 da Rise venceram duas das três corridas e fizeram o tempo mais rápido no evento.

Hoje, a Rise Bionics faz muito mais do que fabricar pernas protanãticas. Na verdade, a empresa desenvolveu um fluxo de trabalho completo para adaptar os pacientes com dispositivos personalizados em questãode horas em vez de semanas. Primeiro, a Rise treina profissionais paramédicos para usar seu scanner porta¡til para fazer medições de pacientes em casa ou no hospital do bairro. Em seguida, o Rise usa um algoritmo para projetar a malha personalizada que fica entre o corpo do paciente e o dispositivo. A Rise possui uma fa¡brica central onde produz e envia seus dispositivos, que podem ser feitos com cana ou materiais protanãticos e ortopanãdicos mais tradicionais. Cherian diz que a Rise pode produzir mais de 40 dispositivos personalizados por semana.

“a‰ inanãdito ser tão rápido, e o ajuste éa³timo”, diz Cherian. “Pacientes que usam outros dispositivos hádécadas estãoacostumados a várias sessaµes de adaptação espalhadas por dias, mas nossa sessão de adaptação leva de 10 a 15 minutos e eles dizem: 'a‰ isso?'”

A maioria dos pacientes de Rise precisa de pra³teses de pernas, mas Cherian diz que cerca de 40% são pessoas com epilepsia, paralisia cerebral, paralisia e outras condições congaªnitas que se beneficiam de a³rteses (que corrigem problemas biomeca¢nicos).

Crescimento conta­nuo

Cherian diz que os produtos da empresa costumam custar de 30 a 50 por cento do custo dos concorrentes, o que cria algumas cenas únicas nos hospitais com os quais a Rise Bionics faz parceria. Eles viram um motorista de riquixa¡ vir para uma prova seguido por um paciente abastado em uma Mercedes.

“Estamos muito orgulhosos de atender pacientes de hospitais corporativos, hospitais cinco estrelas e hospitais comunita¡rios”, diz Cherian. “E todos recebem o mesmo portfa³lio de dispositivos.”

Depois de ouvir sobre hospitais do governo lutando para fornecer pra³teses e a³rteses para criana§as com necessidades especiais de comunidades de baixa renda durante a pandemia, a Rise começou a trabalhar com seus pacientes e doadores mais ricos para facilitar o patroca­nio de dispositivos. O programa Help A Child Walk resultante ajudou mais de 90 criana§as a obter dispositivos assistivos sem nenhum custo.

A Rise, que atualmente opera apenas na andia, foi forçada a adiar os planos de escala durante a pandemia, mas Cherian diz que tratou mais de 120 pacientes apenas nos últimos dois meses, e a empresa estãotrabalhando para estabelecer parcerias no Oriente Manãdio , áfrica, Brasil e Amanãrica do Norte.

Olhando para o futuro, Cherian planeja usar a plataforma da Rise para avana§ar na prevenção de lesões ospense em palmilhas e assentos personalizados osbem como trajes exoesquelanãticos, objeto de sua pesquisa de doutorado. Ele acredita que a receita desse trabalho ajudara¡ a empresa a escalar seus nega³cios assistivos.

“O objetivo éa bia´nica para todos, e queremos torna¡-la o mais acessa­vel e acessa­vel possí­vel”, diz Cherian. “A última coisa que quero ésobrecarregar financeiramente qualquer uma dessas pessoas. Queremos ser uma grande empresa, onde ganhemos dinheiro que possamos usar para fazer mais bem.”

 

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