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Racismo no mundo acadaªmico: um tema para se discutir na universidade
Acesso de alunos negros a s universidades cresceu nos últimos anos. Mas pesquisadores ainda enfrentam dificuldades para se destacar no universo cienta­fico
Por Felipe Mateus - 24/11/2019



Quantos professores negros vocêteve, ou tem, no seu curso de graduação? E inovações cienta­ficas e novas tecnologias, sabe quantas e quais delas foram desenvolvidas por pesquisadores negros? Nãoter resposta para essas questões éuma das várias formas com que o racismo se manifesta na sociedade. No maªs da consciência negra, o Jornal da Unicamp propaµe uma discussão importante para quem trabalha com a produção de conhecimento nopaís: o que pode ser feito para combater o racismo no mundo acadaªmico? Conversamos com professores de diferentes áreas da universidade e todos concordam que a aposta na diversidade éum caminho garantido para a construção de uma ciência que beneficie toda a sociedade. 

Epistemica­dio: quem matou nosso conhecimento?

Uma das bases da cultura ocidental moderna éa ideia do eurocentrismo. Nessa visão de mundo, tudo o que vem da Europa - cultura, artes, la­nguas, religiaµes, pola­tica - e das sociedades europeias évista como superior em relação aos demais povos da Amanãrica, áfrica, asia e Oceania. Foi com esse pensamento que váriospaíses europeus trabalharam pela expansão de seus modos de pensar e agir ao redor do mundo, subjugando as demais culturas.

Com as universidades isso não foi diferente. No Brasil, a primeira foi a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808 na esteira de outras benesses introduzidas na cola´nia para recepcionar a familia real portuguesa. Sem a presença de europeus, a mentalidade eurocaªntrica tornava impossí­vel a criação de instituições de ensino na Amanãrica, afinal, os povos do Sul global não seriam dotados de conhecimento ou cultura. 

Sanãculos depois da independaªncia pola­tica dospaíses latino-americanos - décadas, no caso dospaíses da áfrica e asia -, essa desigualdade passou a chamar a atenção de estudiosos que começam a contestar essa realidade, não são entre quem poderia ou não produzir ciência e conhecimento, mas também o predoma­nio de uma visão de mundo e de ciência essencialmente europeia. Um deles foi o portuguaªs Boaventura de Sousa Santos, criador do termo "epistemica­dio". Para ele, a destruição dos conhecimentos e das tradições de povos que foram alvos da exploração colonial éuma das formas de genoca­dio aplicadas pelos colonizadores europeus. 

No caso da população negra, essa realidade se mostra como uma das facetas do racismo estrutural de nossa sociedade. Os sinais do racismo epistemico aparecem não apenas nas limitações ao acesso de negras e negros nas universidades, mas também quando o conhecimento produzido por eles édesconsiderado. Para Ma¡rio Augusto Medeiros da Silva, professor de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, isso da¡ origem a um ciclo vicioso que leva ao esquecimento das contribuições cienta­ficas trazidas por essas pessoas. "Uma faceta muito cruel do racismo éa perda da memória, a memória coletiva e social. Se a gente não tem a memória cienta­fica de pessoas negras, a gente diz que elas nunca existiram e pessoas que hoje estãona universidade não tem em quem se espelhar. Isso émuito grave", comenta o professor.

Ações afirmativas para reduzir desigualdades

Com o objetivo de reduzir esse abismo hista³rico entre brancos e negros, foi aprovada em 2012 a Lei 12.711, que prevaª a implementação de cotas raciais e sociais para o ingresso em universidades e instituições de ensino médico e tanãcnico federais. Na Unicamp, a adoção de cotas anãtnico-raciais foi aprovada em novembro de 2017 pelo Conselho Universita¡rio. Elas passaram a valer no Vestibular 2019, edição em que também foi realizado o primeiro Vestibular Inda­gena da universidade.

Os resultados já podem ser vistos nos números. No último dia 13 de novembro, O IBGE divulgou os resultados da pesquisa Desigualdades Sociais por Cor e Raa§a no Brasil. O estudo mostra que, pela primeira vez, o número de estudantes negros nopaís superou os 50%. Em 2018, alunos pretos e pardos representavam 50,3% do total de matra­culas em instituições de Ensino Superior públicas dopaís. 

Apesar dessa conquista, desigualdades ainda são identifica¡veis no universo acadaªmico. Diferentes levantamentos, feitos por vea­culos de imprensa - jornal Nexo e portal G1 -, mostram alguns dos avanços da pola­tica de cotas e que o acesso ainda não éo mesmo em todas as áreas. Eles se baseiam nos dados do Censo da Educação Superior de 2016, edição que mostrou a distribuição de estudantes negros nopaís. Um comparativo do Nexo entre os cursos mais procurados mostram que as graduações que mais incluem alunos pretos e pardos são Servia§o Social, Licenciaturas em Letras e em Quí­mica, Recursos Humanos e Enfermagem. Já os que contavam com o número menor de pretos e pardos eram Medicina, Medicina Veterina¡ria, Engenharia Quí­mica, Design e Publicidade e Propaganda. Dos 50 cursos considerados pelo levantamento do jornal Nexo, nenhuma engenharia tinha mais de 50% dos alunos pretos e pardos. 

Ainda que seja o ini­cio de um processo, a presença de alunos negros nos cursos de graduação já estimulamudanças e discussaµes que ainda não são familiares a todos os pesquisadores. Segundo Debora Jeffrey, professora da Faculdade de Educação e presidente da Comissão Assessora de Diversidade a‰tnico-Racial (Cader) da Unicamp, équando os alunos demonstram interesse por esses temas que muitos professores comea§am a pensar nisso. "a‰ uma discussão que, oficialmente, não se faz presente. A gente chega nesse tema muito mais pelos estudantes que trazem essa tema¡tica, essas discussaµes para repensar a epistemologia pautada na cultura, filosofia negra, afro-brasileira, do que necessariamente uma discussão recorrente no cotidiano, de termos uma universidade que estãopautada muito na produção de conhecimento europeu ou norte-americano", explica Debora. 

A tendaªncia esperada éque esse aumento no número de alunos negros nos cursos de graduação resulte em mais professores universita¡rios negros no futuro. Essa éuma necessidade verificada também nos dados do Censo da Educação Superior, agora levantados pelo portal G1: dos cerca de 400 mil professores universita¡rios avaliados em 2016, apenas 16% identificavam-se como pretos e pardos. Os que já tinham conclua­do o mestrado eram 23%, enquanto apenas 17,6% eram doutores. Um inda­cio claro de que a ascensão na pesquisa cienta­fica esbarra nas limitações impostas pelo racismo. 

"Vocaª estãoem um mundo de brancos"

Hoje, quem estãona universidade como docente olha para trás e identifica todas as limitações que o racismo impaµe ao ensino e ao universo da pesquisa. Everardo Magalha£es Carneiro, diretor associado do Instituto de Biologia (IB), recorda que, ao ingressar no curso de Enfermagem da Unicamp, em 1978, era o aºnico aluno negro de sua turma. Ele conta que algumas das disciplinas eram ministradas junto com os alunos de Medicina, curso composto na anãpoca apenas por alunos brancos. Depois de cursar mestrado e doutorado e atuar como docente em outras duas instituições, ingressou no corpo docente da universidade em 1999. 

A experiência de trilhar esse caminho durante um período anterior a s políticas afirmativas faz com que ele veja o quanto o racismo foi construa­do ao longo da Hista³ria dopaís e se reflete no espaço acadaªmico. "Isso éuma estrutura montada desde a anãpoca da colonização, quando os escravos chegaram aqui. Passou da senzala para a casa, da casa para a escola, da escola para a sociedade, da sociedade para a universidade. Esses estigmas não se perderam. a‰ difa­cil acreditar que isso ainda acontea§a nopaís. Aqui mesmo, quando eu converso com colegas, eles dizem 'isso não existe, vocêestãosonhando'. Sa³ que eles não conseguem perceber isso porque essa visão estãoimpregnada neles", comenta Everardo. 

Ele analisa que, por ser um fator estrutural na sociedade brasileira, muitas vezes ações que tem o racismo como pano de fundo passam despercebidas das pessoas. Na academia, elas aparecem, por exemplo, em critanãrios subjetivos atribua­dos nas avaliações ou no descranãdito a falas e comenta¡rios feitos em reuniaµes e assembleias. "Mesmo o discriminador não percebe isso, mas estãoinserido nele o olhar e as atitudes. Quando vocêfala de inserção do negro em qualquer atividade, quando háum avaliador do outro lado, provavelmente ele estãoolhando mais criticamente. Isso estãodentro dele, ele não controla isso", explica o professor. 

Sa­lvia Maria Santiago, professora da Faculdade de Ciências Manãdicas (FCM), compartilha com Everardo uma vivaªncia semelhante: ingressa como aluna do curso de Medicina em 1977 e depois como docente em 1985, ela sente que pesquisadores negros tiveram e ainda tem mais dificuldades não apenas de entrar para o mundo acadaªmico, mas também de darem visibilidade para suas pesquisas, principalmente quando falam de temas que dialogam com o bem-estar da população negra e o combate ao racismo. 

"Quando eu entrei na universidade, em 1977, para cursar medicina, não tinha negros aqui, eu fui a única por vários anos. Então vocêtenta ficar um pouco na sombra, vocêestãoem um mundo de brancos, da elite da sociedade. Vocaª tenta não aparecer muito, quase que sofre um branqueamento cultural", compartilha Sa­lvia. Ela ainda comenta que a estrutura das instituições também limitam esse trabalho, como a dificuldade para conseguir fomento a pesquisas que impactam diretamente a população negra, ou o desinteresse de peria³dicos cienta­ficos em publicar os resultados. 

As experiências relatadas pelos professores mostram uma realidade vivida no campo das ciências exatas e biológicas. Isso levanta uma questão: ainda que, de uma forma ou de outra, todos os pesquisadores negros sofram consequaªncias do racismo, seráque para esse campo das ciências a trajeta³ria émais difa­cil? Existe uma abertura maior nas Ciências Humanas e Sociais? A resposta não se restringe a um “sim” ou “não”. 

Toda ciência envolve uma visão de mundo

Va¡rios fatores interferem na abertura que as ciências oferecem a um pesquisador negro ou a uma pesquisa que discuta as demandas dessa população. Em suas trajeta³rias, mais próximas das Ciências Biola³gicas e Exatas, Everardo e Sa­lvia percebem que pesquisadores das Ciências Humanas e Sociais conseguem dar mais visibilidade a esses temas em comparação com outras áreas. "Eu acho que o fato de ir mais gente para o lado das Ciências Humanas e Sociais éporque existe mais receptividade no ambiente que controla isso, e permite então que esse indiva­duo tenha mais chances de entrar. No campo sociola³gico émuito mais difa­cil vocêdiscriminar que no campo das biológicas ou das exatas", interpreta Everardo. 

Para Sa­lvia, essa éuma questãoque tem a ver com a própria consciência do brasileiro em admitir, ou recusar, que o racismo estãopresente na sociedade. "Acho que, nas Ciências Humanas, o assunto estãoem pauta. No Brasil, a gente nega muito o racismo, tem o mito da democracia racial, então as pessoas va£o negar isso em um ambiente predominantemente branco. Ninguanãm quer ser racista, mas ao mesmo tempo o produto das suas ações éracista, que éo silenciamento, por exemplo. Então quando vocêfala disso, as pessoas arrepiam”, pontua a professora. 

Olhando a questãodo ponto de vista das Ciências Humanas, Ma¡rio Augusto explica que essa percepção ocorre pelo fato de disciplinas como Sociologia, Hista³ria, Antropologia e outras das humanidades refletirem constantemente sobre elas mesmas e sobre as relações entre as pessoas. Por isso, questões como o racismo e seu combate estãomais presentes. No entanto, pondera que todas as ciências envolvem uma visão de mundo. Para ele, háuma relação mais direta com o acesso de alunos negros a uma boa formação nos ensinos Fundamental e Manãdio, antes do ingresso em universidade. “Nãosignifica, necessariamente, menos capacidade de acessar esses campos de conhecimento, mas para pessoas negras e não negras, a relação com o mundo da matemática, da física, da química, éuma outra linguagem, écomo aprender música. Vocaª precisa aprender uma outra la­ngua, o que não ésimples. a‰ necessa¡rio uma sanãrie de mecanismos e ferramentas, não éexatamente conversando com os pais, no dia-a-dia que vocêtem. Isso atravessa de maneira mais complexa pessoas que tiveram um ponto de partida, geralmente, pior, no mundo negro e no mundo inda­gena”. 

Em busca de reconhecimento

Ha¡ cerca de seis meses, Joa£o Vilhete Viegas d’Abreu e Odair Marques da Silva, professores ligados ao Naºcleo de Informa¡tica Aplicado a  Educação (Nied), deram ini­cio a um projeto com o objetivo de tornar mais conhecidas as pesquisas e projetos tecnola³gicos empreendidos por estudantes, professores e pesquisadores negros do Brasil e de outras partes do mundo. a‰ o Mapa Brasil Afrotech, um site onde diferentes iniciativas podem ser cadastradas e localizadas por georreferenciamento. De acordo com os docentes, isso possibilita não apenas que as pessoas de fora do universo das ciências conhea§am esses trabalhos, mas que os pra³prios pesquisadores saibam que não estãosozinhos na academia. 

"Na³s pensamos, 'puxa, nostemos relacionamento com vários pesquisadores e docentes negros das universidades, mas os alunos cotistas que estãoentrando, os demais não-cotistas, alunos do Ensino Manãdio, quando pesquisam sobre ciaªncia, não tem referaªncia sobre isso'. Nãoexistia nenhuma base de dados aberta, pública, que concentrasse esse tipo de dado. Então noscriamos o Mapa Brasil Afrotech", explica Odair Silva. Atéo fechamento desta reportagem, 37 projetos constavam na base de dados, que pode ser alimentada por qualquer pessoa. 

Os professores acreditam que a plataforma pode contribuir com a carreira de pesquisadores negros, que tornam seus trabalhos mais conhecidos, e também com sua autoestima, dando a eles a sensação de pertencimento a um mesmo universo. "Na³s sempre somos a minoria. Embora sejamos a maioria, nossempre somos um, dois, onde hámilhares de não negros. Normalmente o que acontece éque os negros que fazem ciaªncia, que produzem conhecimento dentro dessa minoria se tornam invisa­veis. Talvez iniciativas como essa possam atender a essa finalidade, inclusive para os pra³prios negros se conscientizarem de que eles precisam se tornar visa­veis", relata Joa£o Vilhete. 

O Mapa Brasil Afrotech éuma das várias iniciativas que pesquisadores tem a  disposição para combater o racismo nas relações acadaªmicas e também contribuir com o bem-estar da população negra. Sa­lvia Santiago optou por relacionar seu trabalho junto ao Departamento de Saúde Coletiva da FCM com as demandas apresentadas por pacientes negros nos servia§os de saúde, principalmente as mulheres. “Eu pesquiso o que meu trabalho, no dia-a-dia, me traz como realidade. Então fatalmente eu fui invadida por esse tema, porque vocêvaª como um paciente negro étratado, ou faz uma pesquisa sobre como a população negra estãodistribua­da na epidemiologia. Os dados te levam a isso", conta Sa­lvia.

Everardo também acredita que o trabalho de pesquisadores, negros ou não, éfundamental para que o racismo epistemico seja combatido. Para ele, isso não depende, necessariamente, da realização de pesquisas com essa tema¡tica. “Sa³ o fato de vocêestar inserido em um instituto como este, que éde maioria branca, a causa negra já foi valorizada, vocêconseguiu vencer barreiras. O que eu acho importante fazer? Recrutar, para dentro do meu laboratório, para os meus Espaços, mais pessoas negras", analisa o professor. 

Unia£o de esforços e aposta na diversidade

Como forma de dar continuidade a s ações de inclusão de alunos negros na universidade, neste ano a Unicamp criou a Comissão Assessora de Diversidade a‰tnico-Racial (Cader) e realiza pela primeira vez o UnicampAfro, evento que reaºne atividades e discussaµes sobre a contribuição da população negra na formação hista³rica e cultural dopaís. "O UnicampAfro tem esse propa³sito, além de ser um momento de celebração, promover esse encontro de pesquisadores negros, estudantes, docentes, funciona¡rios, e que a gente possa, a partir disso, seguir nesse dia¡logo, socializando o conhecimento, dando visibilidade para pesquisas que estãoem curso e para novas tema¡ticas”, explica Debora Jeffrey, que também coordena as atividades do evento. 

Debora ressalta a importa¢ncia de iniciativas que aproximem pesquisadores negros e, para isso, explica que um dos trabalhos que sera£o realizados pela Cader éa organização de um banco de dados que reaºna toda a produção cienta­fica realizada por estudantes, docentes e pesquisadores negros da Unicamp. “Estamos planejando para o 1º semestre de 2020 realizar um levantamento de toda essa produção, para que a gente tenha esse acervo que sirva de base para novos pesquisadores, desde a iniciação cienta­fica atéo pa³s-doutorado", revela a professora. Ela ainda comenta que pretende estreitar os laa§os entre a Unicamp e a ABPN, a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros. 

Criada em 2000, a ABPN tem como objetivo reunir pesquisadores negros e pesquisas que tenham a proposta de contribuir com o combate ao racismo e a s desigualdades causadas por ele. Uma das principais ações realizadas pela associação nesse sentido éa promoção do Copene, o Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, que ocorre em edições nacional e regionais. A associação mantanãm ainda a Revista da ABPN, peria³dico cienta­fico dedicado a pesquisas com essa tema¡tica. De acordo com a presidente da ABPN, Nicanãa Quintino Amauro, professora da Universidade Federal de Uberla¢ndia, a revista publica cerca de 150 artigos por ano, o que mostra a grande demanda de estudos realizados nopaís. 

Ela enfatiza que os Copenes são importantes para que as pesquisas realizadas por negros nopaís tenham espaço de ampla divulgação. “No ano que vem, em 2020, ele (o Copene nacional) seráentre 9 e 12 de novembro em Curitiba, na Universidade Federal do Parana¡. Nesse momento, a ABPN reaºne aproximadamente quatro mil pessoas, para o pra³ximo estamos preparando um evento para cinco mil e éum momento de divulgação cienta­fica, para que as pesquisas feitas pelos negros e para a promoção do bem viver da população negra seja mais bem identificada e compreendida pela comunidade acadaªmica e para as pessoas que se interessam por essas pesquisas", adianta Nicanãa. 

Os efeitos dessas ações, de combate ao racismo e a s discriminações no ambiente acadaªmico, não ficam restritos a s universidades, mas se estendem a toda a sociedade. Ma¡rio Augusto Medeiros afirma que éinvestindo na diversidade de pensamentos que as universidades conseguem cumprir seu papel de fazer com que a sociedade avance de forma positiva a todos. "Isso éuma aposta no futuro, uma aposta na diversidade, em tornar mais complexa a nossa visão de mundo e a nossa visão da ciência Isso éuma aposta contra o racismo epistemico, porque a gente ataca a causa desse racismo, que énão falar sobre, tornar invisa­veis sujeitos que, historicamente, compõem a formação social do Brasil", avalia o professor.

 

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